Capítulo 4 - TIRED

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Eu estou tão cansado
Você faz um homem trabalhar tão arduamente todos os dias
Você não sabe que é um crime
Sempre tem que acertar o prazo
Quando será que eu vou conseguir um pouco de paz de espírito
(Easy Street)

Tradução: Cansado

Christopher

Eu não esperava que o centro da cidade estivesse no nível que está. Eu nem consigo contar a quantidade de walkers que há nesse lugar, eu nunca vou conseguir matar todos sozinhos, não sei o que fazer agora. Corri para me esconder atrás de um carro sem fazer barulho, pelo menos nenhum me notou ainda. Olhei para os lados para ver o que eu poderia fazer, ou para onde posso ir. Eu avistei um mercado, lá eu poderia encontrar água e comida, já que não tenho quase nada, mas o caminho seria longo até lá. Tentando andar delicadamente, comecei a ir em direção ao estabelecimento, mas eu não vi uma latinha que havia no chão e para meu azar, pisei logo nela. Imediatamente os walkers que andava sem rumo, batendo um no outro, no mesmo instante ficaram em alerta e se viraram em minha direção. Droga! Me ferrei, são muitos. Comecei a correr, com o machado na mão, fui cortando braços, pernas, dei chutes em alguns, tudo para evitar que me ataquem. Eu estava ficando encurralado quando vi um tanque militar, era minha chance, eu poderia ficar seguro ali. Comecei a correr o mais rápido que podia, me desvencilhando dos que conseguiam me tocar. Pulei em cima da frente do tanque, escalei até chegar no teto, onde havia uma porta que abria e consegui entrar nele.
Eu estou tão cansado e sem esperança, como vou fazer para sair daqui com todos esses walkers lá fora e pior, quando sair, como faria para saber onde fica e como faria para chegar no tal abrigo em Atlanta. É como se a cada dia eu ficasse mais longe de minhas meninas e pior, não sei nem como estão. Eu estava pronto para desistir, ficar trancado nesse lugar até morrer sem ar, sem fome e sem não lá o que. Simplesmente estou cansado de tentar, tentar e continuar no mesmo lugar. Foi então que ouvi uma voz.

- Ei, você aí...você mesmo, o cara idiota que se trancou dentro do tanque - encontrei de onde a voz está vindo, de um rádio
- Estou aqui - disse assim que apertei o botão do rádio
- Sério? Nem percebi - a tal voz disse irônica - se quiser sair vai ter que fazer o que mandar
- Qualquer coisa para sair vivo daqui - eu disse aliviado

Então a voz me disse o que tinha que fazer: contar até dez devagar e então sair o mais rápido possível de dentro do tanque que os walkers estariam ocupados com outra coisa, em seguida eu tinha que correr em sua direção, ele estaria me esperando não muito longe de onde estou.
E lá fui eu, contei até dez, sai com meu machado nas mãos, ainda tive que me defender de uns quatro zumbis, até encontrá-lo. Era um coreano, magrelo e com um boné na cabeça. Nervoso, ele me mandou segui-lo, correndo o mais rápido possível. Passamos por um beco estreito, subimos por uma escada de incêndio de um prédio. Havia uma porta, ele bateu duas vezes e alguém abriu. De repente eu fui puxado para dentro por duas mãos, me jogando contra a parede. Era uma mulher, ela colocou uma faca em pescoço e com os olhos cheios de irritação disse.
- Você é um desgracado sabia? Por sua culpa estamos presos aqui.

{...}

Dulce Maria

Quando chegamos mal dava para reconhecer que isso um dia foi uma cidade. Estava tudo destruído, deserto, a não ser pelos mortos vivos andantes. Estacionamos o carro um pouco mais longe do nosso destino, para não atrai-los. A passos lentos fomos até um prédio que Gleen tinha certeza que encontraríamos suprimentos e outras coisas. A porta do local estava aberta, entramos todos e fechamos o mais rápido, colocando uma barreira para que nenhum morto entrasse. Estava indo tudo bem, encontramos um ou outro morto lá dentro, mas Poncho, Josh e até Andrea estavam preparados para acabar com eles. Meu irmão é claro sempre querendo me manter atrás dele, e mesmo querendo reclamar, não o fiz, brigar não era o momento. Todos começamos a pegar as coisas que mais achávamos que valeria a pena e fomos colocando em sacolas e mochilas até que o plano de fazer silêncio foi por água abaixo. Algo lá fora chamou a atenção dos bichos e eles ficaram agitados e isso acabou fazendo com que eles parecessem ter nos visto ali. Alfonso e Gleen correram em direção ao telhado e eu acabei indo atrás, os outros ficaram no térreo, para não deixar que os mortos entrassem. Gleen viu quando um homem entrou dentro do tanque militar, foi ele que causou tudo isso. Meu irmão, como um justiceiro na hora quis ir ajudá-lo mas claro que não permiti, então foi o coreano, metido a saber tudo que iria. Conseguiram se comunicar com o cara através de um rádio e foi mandado instruções a ele de como sair de dentro do tanque. Eu e Alfonso ficaríamos esperando na entrada da escada de incêndio, e eu estava tão nervosa com tudo isso, que só queria uma chance de ficar frente a frente com esse cara e acabar com ele por nos meter nisso. Mesmo não tendo relógio, acredito que não demoraram nem dez minutos para passarem pela porta. E eu não deixei nem que ele entrasse direito, o peguei pela camisa e o coloquei contra a parede, colocando uma faca em seu pescoço. É, não estou para brincadeiras.

E vamos de Vondy se conhecendo e Dulce surtando com Christopher.
Será que a primeira impressão é a que fica?

Believer - Vondy TWDOnde histórias criam vida. Descubra agora