Trilogia: POR QUE NÃO? A Verdadeira Jéssica - Livro 3

VI- O que eu faço Dri?

ADRIANA

ERA DOMINGO, fim de tarde, e Jéssica chega à mansão trazendo a Nina. Poucas vezes minha filha chegou feliz em casa depois de um fim de semana com a madrinha. E como ela chegou feliz e sorridente, eu quis saber o motivo. Se por acaso a Jéssica a tinha levado para algum local em especial.

— Nenhum local... levei ela ao zoo como havia dito que faria.

Mas daí ouvi minha filha falando toda animada, sentada no colo do Eduardo...

— Ele prometeu que faremos tudo que eu quiser no fim de semana que vem...

Olhei pra Jéssica para saber de quem minha filha falava.

— Carlos. Encontramos ele na sorveteria.

Era o motivo para o meu marido fechar a cara.

— Você vai deixar, não é, papai? - Nina perguntou fazendo carinho no rosto do pai. Como o Carlos dizia, ela era uma manipuladora mirim.

— Depende de onde ele vai querer levar você.

— Já disse, ele falou que vamos onde eu quiser... e eu quero ir ao cinema com ele.

— Mas lá não tem pipoca com queijo - disse o Eduardo.

— Eu como outra coisa.

Nina levantou do colo do pai, pegou sua mochilinha e foi para o quarto dela. Eduardo olhou para Jéssica, que deu de ombros.

— Será que a gente pode conversar? - ela me perguntou.

— Claro. Vamos à cozinha.

Fomos pra cozinha. Eu, naquele domingo, estava de folga e resolvi começar a fazer o jantar. Jéssica sentou-se em um dos bancos na cozinha e perguntou se poderia ajudar em algo.

— Vai ficar pra jantar conosco?

— Não sei. Talvez.

— Então descasque as batatas e cenouras e corte em cubinhos por favor.

Entreguei a tábua para ela, uma faca e duas vasilhas, e ela colocou sobre a mesa e começou o serviço, enquanto conversava.

— Dri, o que quero conversar com você, ninguém pode saber.

— Diga!

— Fiz uma coisa muito errada e acho que isso pode atrapalhar os negócios do Edu com o senhor Jacob.

— O que você fez?

— Olha... - ela respirou fundo e eu olhei pra ela - sabe o filho mais velho do Jacob?

— Sei, Peter!

— Exato! Ele é um cretino!

— Cretino? Como assim, ele tá fazendo algo de errado contra a CESAR'S e o Eduardo não sabe?

— Não, contra a empresa, não. Nesse ponto ele é competente até demais.

— Então, qual o ponto errado?

— Acha ele bonito?

Dei uma risada olhando pra ela, que entendeu que, com o marido que eu tenho, não deveria ficar olhando filho de empresário que faz negócios com o Eduardo. Até pelo fato que me atrai homens mais velhos.

— Me refiro fisicamente. Você acha o Carlos bonito. Eu ouvi isso de sua boca!

— Não vamos falar do Carlinhos, se o Eduardo escuta, é só mais uma razão pra ele ficar na neura. Mas... olhando fisicamente, o Peter é bem bonito. Você não acha ele bonito?