XVII- Uma noite...

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JÉSSICA

MEU NAMORO com o Pedro ia muito bem. Fomos pra casa dos meus pais, que agora era minha, no interior. Passamos cinco dias lá e foi maravilhoso. No mês seguinte, estava em minha sala na CESAR 'S, quando a porta abriu repentinamente e foi fechada com força. Tirei minha atenção da tela do computador e olhei pra porta.

- Você tá maluco? - perguntei irritada.

- Eu que pergunto, você está maluca? - ele veio caminhando e sentou-se na cadeira à minha frente.

- Como você entra em minha sala sem ser anunciado? E que merda você está fazendo aqui?

- Se você não percebeu, é horário de almoço e sua secretária não está. Deve ter ido almoçar - olhei o relógio na tela do computador e percebi que eram 12:26.

- Merda! - disse pra mim mesma. Estava tão focada no que fazia que nem vi as horas passarem e não me recordei que a Ísis havia dito que iria comer. - Ainda assim, o que você tá fazendo aqui?

- Vim tirar satisfações com você!

- Sobre o quê?

- O meu irmão me contou que a senhorita não quer mais participar das reuniões com a JJohnson. Alegou que só participa e trata agora, diretamente com ele. Que palhaçada é essa?

- É simples, senhor Peter Johnson, não quero olhar pra sua cara. Não foi você mesmo quem disse que eu deveria achar uma forma de afastar você?

- Senhorita Jéssica - percebi o tom irritado e sarcástico em sua voz -, faça algo pessoal, não no lado profissional. Eu sou um bom profissional e isso você não pode negar. Fora que, sou o presidente da JJohnson, ao menos a empresa que realmente trata com a CESAR 'S. Meu irmão administra uma outra parte, que não tem nada a ver com os nossos negócios.

- Só que o senhor usa nossos contratos para me assediar, senhor Johnson.

Ele mudou a postura na cadeira e sorriu.

- Está com medo de mim, Jéssica?

- Estou com medo de mim, Peter!

- Eu não aceito e não concordo com o seu pedido. Então aprenda a lidar com isso. Você vai ter, sim, que negociar, conversar e debater comigo, sobre cada contrato. E a partir de hoje, você só vai tratar diretamente comigo, não terá Philipe ou meu pai, ou sequer o Eduardo... será você e eu.

Ele levantou da cadeira e saiu batendo a porta. Soltei o ar e relaxei o corpo. Nem percebi que minhas mãos estavam vermelhas de tanto que apertei uma contra a outra, e que quase fiz um buraco no chão da sala de tanto que meu corpo ficou tenso e o pressionei contra a cadeira e o chão da sala. Busquei o ar duas vezes e resolvi sair para almoçar. Talvez comer me acalmasse.

Fui malhar no fim do dia e comentei com o Pedro sobre o que ocorreu com o Peter em minha sala.

- O Eduardo não pode intervir?

- Ele já me questionou sobre o porquê de eu só querer tratar com o Philipe. Menti descaradamente, mas percebi que ele não engoliu. Se eu contar a verdade, posso arruinar um acordo de anos entre o Jacob e o Edu.

- Mas será que o Jacob sabe sobre as coisas que o filho apronta?

- Creio que sim.

- Então por que ele aceita o filho à frente dos negócios?

- Pelo que sei, ele não faz esse tipo de coisa com outros empresários. E tenho que admitir que aquele cretino é bom no que faz.

- Bom no que faz?

Trilogia: POR QUE NÃO? A Verdadeira Jéssica - Livro 3Where stories live. Discover now