Jéssica é uma linda mulher empresária no auge dos seus 35 anos. Determinada e sagaz, porém insegura.
Esconde segredos que destruiriam laços familiares, sempre os mantendo bem guardados em sua mente perspicaz e audaciosa.
O Destino lhe traçou um cam...
ESTOU UMA pilha de nervos. A Adriana já me pediu pra sentar e tomar água várias vezes.
— Jéssica tenta ficar calma!
— Eu não consigo. Tô muito nervosa e se ele desistir?
— Eu duvido muito que o Peter desista - disse Olga entrando com meu buquê em mãos - Você está linda, Jéssica!
Não sei como ela conseguiu vir para o casamento estando já com sete meses de gestação. Ela nos apresentou o Mike e como sempre foi muito bonita, a gestação só realçou ainda mais a beleza dela.
— Ai meu Deus! Será que tá tudo certo na igreja e no salão de festas?
— Jéssica, você precisa se acalmar. Nervosa desse jeito, não fará bem para o Joaquim! - disse Marisa.
Há dois dias eu fiz ultrassom e descobrimos que será um menino. E o nome foi uma sugestão minha. Meu pai sempre disse que se tivesse um filho daria o nome de Joaquim. O Peter amou a sugestão e acabou que o bebê se chamará Joaquim.
Me sentei, tomei um pouco d'água e já estava quase pronta, só faltava colocar jóias e sapatos.
O colar era de pérolas e tinha sido da tataravó do Jacob. Era tradição as noivas da família usarem ele. Então por superstição para ter um casamento feliz, devo usar algo emprestado, algo antigo e algo novo. O colar era algo antigo, os brincos eram emprestados da Dri e o vestido era novo. Eduardo encheu minha paciência dizendo que ele daria o vestido pra mim. Que não era pra eu alugar.
— Tia Jéssica, aqui os brincos! - Nina me entregou o par que combinavam perfeitamente com o colar, pareciam conjunto, mas não eram - você tá linda, tia Jéssica. O papai já está aqui fora aguardando.
Fiquei de pé, bebi mais um pouco d'água e fui para fora. A caminho da minha felicidade.
— Meu Deus! Jéssica, você está linda - Edu me fez o elogio e seus olhos se encheram de lágrimas e eu sabia exatamente o estava se passando com ele naquele momento - o papai ficaria tão emocionado, te vendo agora.
— Eduardo não me faça chorar - ergui a cabeça e pisquei várias vezes, respirando fundo para evitar as lágrimas - eu espero de verdade que ele esteja entre a gente. Assim como a mamãe.
— Tenho certeza que estão.
Quando chegamos a igreja e a marcha começou a tocar, Edu me estendeu seu braço para que eu pudesse me apoiar e começamos a caminhar para o altar.
Juro que vi meu pai de pé ao lado do padre me sorrindo. As lágrimas corriam pelo meu rosto, mesmo eu não querendo. E quanto mais eu me aproximava, mais o sorriso dele se alargava.
Edu me passou para o Peter, que limpou meu rosto, e meus olhos não saiam do altar.
— Está tudo bem, Afrodite?
Tirei meus olhos por um segundo do altar e olhei para aquelas safiras à minha frente.
— Está sim.
Olhei novamente e meu pai me sorriu, soltou um beijo pra mim e disse que me amava, desaparecendo logo depois.
— Também te amo!
— Também amo você, Afrodite! - Peter me trouxe de volta, limpando meu rosto mais uma vez - você está mesmo bem?
— Sim!
E o casamento prosseguiu.
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