Um perigo a vista.

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      Os dias na casa de James tem sido mais calmos e menos silenciosos e tediosos. Os dias fizeram com que todos pudéssemos buscar apoio um no outro e mostrando o quanto precisaríamos disso, de um momento mais calmo. Era horrível viver todo dia ouvindo uma notícia ruim sobre pessoas morrendo e países mágicos sendo extiguidos. Imagina viver tudo isso sem saber como poderá acabar com alguem que começou essa tormenta e o quer morto.
  - Então vocês voltaram ? - Murilo parou na minha frente me atrapalhando a levar maçãs para a casa de James.
      Como havia decidido perdoar James havia perdoado Murilo mas o mesmo não tinha acreditado que eu pudesse perdoa-los tão facilmente. Murilo estava levando isso tão a outro nível que quase tudo que eu falava ou decidia ele questionava e transformava em algo ruim. Não havia entedido o por que disso, mas Murilo parecia ter perdido a cabeça.
  - Não voltamos, mas estamos indo com calma para podermos nós conhecer de novo, ter uma chance de começar do zero e nos fortalecermos - Respondo o mais rápido possível - Mas alguma coisa ?
  - Não acredito em você - Murilo segurou meu braço com força - Ele não é o cara certo pra você.
  - E você é ? Digo isso pra você, sempre deixei claro minha posição sobre o que eu e você tínhamos e que não passaria de amizade, por que forçar isso ? - Já estou esgotado sobre Murilo, ele já estava passando tanto dos limites que ficava chato ter ele por perto.
  - Entendi... Acho que tô sobrando aqui - Ele soltou meu braço me olhando sem medo de quanto o seu olhar arrogante poderia me machucar ou me fazer afastar dele - Melhor eu me afastar então...
     Tento ao máximo não pensar na ideia de Murilo ser o próximo a querer se afastar por estar se machucando demais. Nao queria deixa-lo, apesar de tudo ele tambem esteve ao meu lado em tudo, até mesmo antes de James aparecer. Ele é alguém importante para mim, sua distância me deixaria ferido.
  - Você sabia sobre minhas intenções com James desde o começo - Digo tentando tocar nas melhores palavras sem fazer Murilo tornar o assunto em uma depressão que pode nos afastar, agora que estou perdoando ele - Eu nunca te enganei sobre meus sentimentos e sempre quis você do meu lado, mas é como amigo. Existe uma forma de você entender isso para que fique mais fácil de lidar com o que está acontecendo ao nosso arredor ?
      Ele me olhou mais feio ainda. Parecia que uma raiva desconhecida tomava conta dele. Seus olhos azuis estavam ficando mais escuros e enchiam de água onde só havia gritaria de um olhar mais falante possível. Eu não queria ferir ele, mas do que ele já se fere com a esperança de que podemos ficar juntos, mas não quero perdo-lo, e se for isso que ele for escolher, vai ser assim, ele na dele e eu na minha.
  - Não é fácil dizer isso para alguém que te ama mais de anos e sempre é colocado como amigo - Lágrimas caiam de seu rosto e tudo que puder fazer foi assistir a isso - Dói Elano, mais do que poderia sentir, e tudo que ouço é que sim seremos só amigos. Não sei o por que insisto ? Parece que a dor me diverte, me anima e me dá algo, como uma motivação, e você tem sido o centro disso. E eu ainda não sei o por que, mesmo sabendo que você me fere por não me querer, ainda insisto em te conquistar...
      Murilo com os olhos cheios de lágrimas se vira e começa a andar devagar para algum lugar. Não o segui, apenas fiquei olhando suas costas enquanto seu distanciamento me fazia sofrer, mas eu sempre quis ser sincero sobre meus sentimentos sobre ele, e eu o amo mas como amigo, como irmão. Não posso confirmar nada mesmo quando James me deixa confuso sobre meus sentimentos. Não posso bagunçar o sentimento com a lógica. Já não basta tudo que estamos passando e ainda teria que confundir Murilo com minhas incertezas e fazer James pirar por não saber o que quero ? Não quero esse tipo de atitude. Preciso manter algo em controle, se não posso acabar destruindo a coisa mais importante que tenho no momento, meus amigos.

  - De um tempo a ele - Anne e eu estávamos na floresta onde ela buscava um pergaminho escrito por James, que era tipo uma receita para achar objetos muitos antigos, mas os dois eram crianças quando o esconderam e ela está a tentando encontrá-lo já que a magia posto no pergaminho impedia qualquer feito de o acha-lo - Olha Elano, eu e Murilo nunca fomos, sabe, amigos o suficiente para podermos nós aturar - Ela revirou os olhos na órbita e passou a mão no cabelo já meio crescido de um jeito igual a uma patricinha - Mas nesses últimos dias senti uma certa peninha dele. Chorando pelos cantos, observando mais você, o que no caso me assusta já que ele parece, sei lá, um bandido, com aquele jeito chato de ser, mas sempre vejo verdade nele. Ele é... Ele - Outra vez uma reviravolta de olhos - Por mais que isso seja chato, ele tem sido fiel a você, e você tem sido sincero com ele, então de tempo ao tempo e se ele quiser ainda poderá ser seu amigo, agora se não quiser, ele que lute migo - Ela tropeçou em uma raiz de uma árvore grande e deu um gritinho contra isso e se levantou antes que eu pudesse lhe ajudar.
  - Verdade - É tudo que consigo falar e ela me olha de cima a baixo como se esperasse algo a mais.
  - E em relação ao meu irmão, vocês dois são muito dramáticos, que os Deuses me livrem. Algo tão fácil vocês complicam - Ela apontou seu dedo com uma unha grande contra meu peito - É só ficar juntos e pronto cara, nunca vi o por que você e meu irmão simplesmente não podem ficar juntos e parecem amar um drama - Ela me olha feio pois eu acabo rindo de seu jeito meio garota de bevely hills - Então casem logo e parem de frescuras.
  - Por favor, façam o que ela diz, não aguento mais ouvir Anne reclamando de quase tudo e principelamente de voces dois - Bella surgiu de uma árvore a nossa frente e vejo que Anne a olha feio, tipo debochada.
  - Ótimo, chegou na hora certa miga, venha, vira logo um lobo e me ajude a farejar meu pergaminho.
  - Desde quando virei seu cão de caça ? - Bella me olhou travada com a exigência de nossa amiga.
  - Se não fizer isso eu mesmo procuro sozinha - E empurrou Bella e se foi sumindo pelas árvores a frente e Bella foi correndo ao seu encalço, furiosa, virando um lobo.
      Ficamos quase a tarde toda procurando sobre o pergaminho perdido. Era a mesma coisa que tentar achar uma tarraxinha no meio da floresta, tipo, impossivel. Nem mesmo eu como hebrai e Bella como loba conseguiria achar esse pergaminho.
  - Eu sei que deve estar por aqui ! - Ela já estava em estado de raiva, pois havia prendido seus cabelos e colocados luvas para não sujar as mãos.
  - Posso ajudar ? - Susan apareceu e Anne automaticamente a mediu como se reprovasse a garota. Mas Susan não reagiu e manteve a docura que teve ao aparecer para ajudar.
  - Sim, se conseguir achar o pergaminho que meu irmão escondeu eu até que te ajudo a se maquiar melhor.... ou sei lá, depois voce me fala do que gosta de fazer e eu te ajudo - E se virou para continuar na sua busca.
      Susan me olha querendo dar muita risada e sei que eu também tive que conter a minha, senão seriamos mortos por uma Anne metida e cheia de unhas enormes.

      Durante o tempo que Anne, Bella e Susan estavam procurando o pergaminho pela floresta, decidi voltar para a casa de James para poder ajudá-lo com o jantar e também na esperança de ver Murilo lá ainda. Eu não queria me distância de nenhum dos dois já que decidi deixar a raiva por eles de lado. Já tinha entendido que estávamos envolvidos em algo que foi culpa de nosso país, e Aisha. Tínhamos que nos unir ainda mais para acabar com tudo isso e perdoar seria um bom começo.
      E durante o percurso, voltando para a casa de James, ouço alguem me chamando, como se estivesse soprando sua voz pelo ar que me invade e envolve meu corpo como uma presa. Mas ao me virar para procurar não vejo nenhuma forma desconhecida que possa concluir minhas suspeita. O nada ainda me deixou mais curioso, então pergunto como se alguem fosse me responder;
  - Quem está aí ? - Olho ao meu arredor e não vejo nada mais alem do que árvores e muita mata alta.
      Derrepente avisto a imagem de alguem ao fundo, perto da casa de James. Era diferente e me causava arrepios já que pensava que estava vendo errado.
  - Mãe ! - Grito em desespero por estar vendo sua imagem.
      Chegando perto dela tento toca-lá mas minha tentativa foi em vão. Ela era um fantasma ? Pois minha mão atravessou seu corpo e se dessipou na areá afetada como fumaça e depois voltando ao normal.
  - Mãe ?! - Sussurro e ela não me responde. Apenas me encará sem emoção e muito pálida.
      Fico em choque com a falta de reação dela. Parece que não era ela realmente e sim apenas alguma ilusão que de alguma forma apareceu para mim sem razão aparente. Então tento toca-la e acontece o mesmo, e tudo que sinto é algo frio quando toco esse fantasma de minha mãe.
  - Voce não é minha mãe - Digo e me dirigjo para a casa de James mas finalmente o fantasma de minha mãe fala.
  - Tome cuidado, eles estão vindo - Viro-me para encaram a imagem de minha mãe, mas ela sumiu como fumaça me deixando desamparado.
      Sua voz foi a melhor coisa que ouvi em meses e quando tento me agarrar a ela, simplesmente o fantasma some. Minha pressão parecia ter caido pois a visão de minha mãe fez tudo em mim voltar a doer e era uma dor que não saia de mim. Era uma dor que estava guardada e eu sentia toda vez que me lembrava de minha familia, mas agora vendo ao olho nú minha mãe fez a dor intensificar. Sinto a falta dela e de Charlie. Mas algo em minha mente se ilumina e me vem o questionamento: Se a imagem da minha mãe apareceu para mim, me avisando de algo, será que ela estava viva me observando em algum lugar, sobre algo de ruim que poderia acontecer agora ?
      Depois de alguns minuto parado refletindo sobre o último acontecimento, no eixo da floresta, volto a caminhar direto para a casa de James. Não sei se isso foi um dejavú ou algo do tipo mas ouço outro voz e uma brisa forte chama minha atenção. Como se alguém tivesse soprado a parte traseira de minha cabeca. Mas estou a 15 metros da porta fora da floresta, onde posso já ver o vilarejo onde a casa dele está, e pelo tempo seco, sei que não a uma ventania tão forte como a que senti atrás de mim.
  - Quem é ? - Temo virar para revelar o rosto para alguem que não sei quem seja, pois ver agora a imagem de charlie e minha mãe juntas faria eu sentir mais dor, e isso me faria ceder e chorar mais.
      Só que não podia ficar asim sem saber quem era. Precisava dessa resposta e tentar de alguma forma aliviar a dor da perda das duas, Então me virando de costas para a casa de James e noto a presença de uma pessoa diferente. Era um rapaz que aprentava ter a minha idade. O sorriso malicioso e maldoso me deixavam apreensivo com sua presença. Mesmo sendo Hebrai não conseguia ver seu rosto direito pois estava longe. Como se alguma coisa o tampasse de mim. Então ele se aproxima e quando percebo estou me deparando com meu duplicato, me olhando com bastante ódio na expressão do rosto. Seu olhar ameaçador me revela que algo de ruim está preste a acontece. O medo circula em minhas veias e minha garganta em desespero se prepara para o maior grito que posso dar. Então tudo que faço é gritar pelo nome de Murilo, pois dali ele iria me ouvir assim como meus amigos, por que se meu duplicato está aqui, sei que o amiguinho dele vai voltar também. E a presença dos dois só poderia resultar em uma só coisa. Mais mortes.

 Mais mortes

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Continua...

Revolta das trevas (Em 2026) ✍🏻Onde histórias criam vida. Descubra agora