Schoolastic deixa de existir.

793 334 110
                                    

      Ele sorri ao entender que eu sabia sua intenção. Não conseguia me mover, enquanto ele se aproxima de mim, com um olhar cheio de ódio e sarcasmo. Ele sorria como se estivesse possuído pelo demônio. Seus olhos estavam vermelhos, como se ele tivesse chorado muito, mas sabia que havia outras causas para isso. Eu me virei e comecei a correr de volta para o corredor que levava para a escada. Mas ao chegar perto de começar a desce-la, vi James parado me olhando, com ódio, com metade do rosto deformado, e muitas cicatrizes em suas mãos.
- Oi Elano, que sorte te encontrar aqui - Ele sorri para mim, e sabia que aquele não era realmente o James que conhecia. Não era o amor da minha vida.
     Recuei alguns passos e pude sentir o calor do corpo de meu gêmeo, atrás de mim.
- Encontramos ele ! A chefa vai ficar muito feliz com isso - Falou a copia de James e senti medo de saber o por que alguém me queria.
- Mas não se esqueça que precisamos dos dois, não podemos chegar só com ele - Meu gêmeo colocou o facão contra meu pescoço - Vamos dar uma volta.
     Senti uma adrenalina passar pelo meu corpo inteiro. Senti como se meu corpo vibrasse fortemente contra tudo ao meu redor, e do nada senti tudo sumir. A sensação era como se eu já nem existisse mais. Como se eu estivesse perdido em algum tempo e espaço. Então novamente sentia minha presença, sentia meu corpo em todo seu extremo e sentia o facão contra meu pescoço. Nem mesmo consegui gritar, nem mesmo o pessoal da festa particular viu sequer o que estava acontecendo, quando fomos para o lado oposto da festa. No corredor esquerdo.
     Estávamos em uma das salas da escola. Era a sala do Professor de Mitologia De Pragas silvestre, chamado Gracy. Era uma sala enorme e cheia de mesas grudadas as 4 paredes. Cada mesa tinha um tipo de exposição de criaturas mortas.
- Aonde está James ? - Perguntou meu gêmeo, forçando mais o facão contra eu pescoço. Senti que estava começando a sangrar, pois a dor da lâmina cortando meu pescoço ardia fortemente.
- Não mate ele, pois precisamos dos dois vivos pra isso - O James do mal me olhou sarcástico e maldoso - Você sabe aonde ele está, né ?
- Quem está atrás de nós ? - Perguntei sentindo meu sangue quente escorregar contra a lâmina afiada e gelada do facão, em meu pescoço.
     O James do mal me olhou curioso. Sorriu para mim como se eu o tivesse incomodado com algo. Sabia que a qualquer momento poderia morrer, mas não entendia o por que disso. Por que desde quando eu soube que James era real tudo está acontecendo de modo tão ruim ? Que tipo de conexão que temos pra até dois loucos parecidos com a gente, me atacarem a procura de nós dois ?
- Ah Elano não tenha pressa, você jaja saberá... Só precisa nós dizer onde seu querido está - James segurou com a mão e apertou meu queixo com muita força, e senti que a qualquer momento ele iria quebra meu maxilar.
- Como vocês podem ser tão parecidos comigo e James ? - Perguntei pois ainda tinha dúvidas sobre como eles se pareciam demais comigo e James.
- Ué, ele não te contou ? - James parou de apertar meu queixo, se virou e começou a caminhar pela sala - Ele não te disse nada sobre nois ? - Ele indicou com a mão, ele próprio e meu gêmeo.
     Senti muita vontade de gritar ou chutar algo. Por que James - O original - Não me contou nada sobre nossa ligação, nada sobre nossos duplicatos, se estamos tão ligados de várias formas ? Pois se eu estou envolvido nisso tenho direito de saber o que está acontecendo.
- Não - Respondi sentindo muita raiva por não saber de nada, ainda.
     O meu gêmeo começou a rir atrás de mim. Senti que ele gostava da minha falta de informação. Seu ódio era evidente e intenso, pois sentia cada vez o facão cortando camada por camada de minha pele.
     "Elano, cadê você ?!" Era a voz de Evelyn. Parecia preocupada, e sabia que Murilo estava atrás de mim.
- Nem uma palavra - O James falso saiu andando até a porta, e a abriu.
     Ouvi um grito agudo de Evelyn, e mais nada foi ouvido a não ser o som da música, bem abaixo de nós. James andou por um momento para fora da sala. Um barulho de algo sendo arrastado no chão denunciava que um corpo era arrastado. Quando ele entrou arrastando o corpo, morto, de Evelyn, fiquei descontrolado. A adrenalina no meu corpo começou a fazer efeito, e literalmente dei uma cotovelada na barriga de meu gêmeo. Ele com tudo foi para trás, mas teve uma consequência nisso. O facão cortou um pouco mais de meu pescoço, e sabia que alguma veia importante havia sido prejudicada. Minha visão estava fora de foco, minha respiração ofegante e meus sentidos mortos.
- Segura ele ! - Meu gêmeo gritou para James que logo se desesperou ao me ver correndo para a porta.
     Mas antes que ele pudesse me deter, saquei minha varinha e lancei um contra feitiço contra seu rosto, que estava a poucos centímetros de mim. O banque foi forte contra seu rosto. Parte havia explodido, espalhando sangue pra todos os lados. Mas nada tão grave a ponto de fazê-lo ter seus ossos a mostra. Apenas boa parte da pele deformada em seu rosto, foi arrancada agressivamente - Pelo meu feitiço. Consegui então chegar a porta sem sentir parte de meu corpo, já que minha pressão já estava lá embaixo. Olhei para trás e vê o corpo de Evelyn no chão, e logo em seguida, meu gêmeo o ateou no fogo enquanto me encarava com ódio de um vingador. Já fora da sala e correndo o máximo que conseguisse, gritei por socorro para aqueles que poderiam estar no mesmo andar que nos. Mas o grito de James era ainda mais ensurdecedor. Era a mesma clemência de uma pessoa quando tem seus dedos cortados por uma faca, e logo sendo colocada em brasa quente. Mas decidi não pensar nisso, era demais já estar correndo quase morrendo.
- Elano ! - Murilo apareceu no canto do corredor, perto da escada quando me avistou.
     Susan e Yan estavam com ele e me olharam espantados e surpresos. Mas algo parecia mantê-los presos em medos. Mas logo obtive a resposta disso, quando olho para trás vejo meu gêmeo apontando uma arma contra minha cabeça.
- Murilo, meu amor.... É você ? - Disse meu gêmeo, soando apaixonado.
     Murilo expressava surpresa e medo. Ele não reagia contra a arma apontada, na minha cabeça, mas sim para o rapaz atrás de mim a segurando. Acho que o choque que ele teve foi mais forte que o meu ao descobrir que tenho um gêmeo, um duplicato, e que James também tem um.
- Olha Murilo, eu to bem, to vivo... - Meu gêmeo agarrou meus cabelos e puxou minha cabeça para trás - Eu só vou matá-lo e poderemos ficar juntos para sempre, tá - Sua voz era perfeitamente de um maníaco, psicopata, e ao mesmo tempo estava doando apaixonadamente melosa.
- NÃOOO !!! - A face de Murilo mudou de um segundo para outro. Tinha medo e surpresa. Agora era ódio e rancor - Era pra você estar morto... Como está vivo ?! - Ele estendeu a mão e eu não soube se ele queria que meu gêmeo o entregasse a arma, ou apenas segurasse sua mão - Deixa ele em paz !
     Ouvi um sonzinho vindo da garganta atrás de mim, de quem não entendia o que havia ouvido.
- Você não entende meu amor, Elano e James precisam morrer... Eles não merecem o que tem direito... - O que eu e James temos direito ?
- Só solte ele e iremos conversar... Meu amor - Senti a dificuldade da palavra "amor" sair de sua boca, sem ao menos sentir nojo em pronuncia-lá para meu gêmeo.
- Mas eu preciso fazer isso meu amor, apenas deixe eu acabar com ele...
- ANDE LOGO COM ISSO !!! - Era a voz zangada de James atrás de nós. Senti que a qualquer momento iria morrer - Esqueça essa coisa que levá-los vivos pra chefa, vamos matá-los e ir embora.
     Tudo naquele momento aconteceu muito rápido para eu ter percebido que, Susan apareceu atrás de meu gêmeo e lhe atacou uma pedra contra sua cabeça, o fazendo cair. Mas meu impulso pelo medo de levar um tiro foi tão forte, que lancei vários feitiços contra James atrás de mim, e logo senti que ele iria revidar cada golpe meu.
     1 tiro. 2 tiros. 3 tiros... Olho para Meus amigos e vejo que nenhuma das balas o acertaram. Jogo meu corpo contra o de James quando ele iria me lançar mais feitiços mortais. Mas como esse era musculoso e forte como o James original, seria lutar contra uma pessoa feita de titanium. E estando quase a beira da morte e com a pressão baixa isso facilitaria para ele me matar. Ele era resistente e voraz. Tentando segurar em seu pescoço, coloquei meu corpo acima do seu, mas ele segurou meus punhos e começou a forçar seus dedos nos meus punhos e senti minha mãos - Em seu pescoço - Enfraquecerem.
- Acha que pode me matar Elano ?! - Ele ria, seu rosto sangrando e seu ódio por mim aumentando a cada minuto.
     Eu olhei para ele e vi James, o original, fazendo isso comigo. Querendo me matar. Pois não podia realmente me medicar dizendo que só por que sonhei com ele, James realmente seria bom como nos meus sonhos, já que seu gêmeo não é. Essa distração foi o suficiente para James me virar e colocar todo o peso de seu corpo contra o meu. Uma de suas mãos, segurando as minhas, enquanto a outra segurava meu pescoço e forçava contra minha laringe, fechando como um alicate.
- Me mata então, você sabe que seu amiguinho vai morrer também - Eu percebi algo que ele talvez nunca percebeu - Olha no pescoço dele e veja como ele tem o mesmo corte que eu, causado por ele... - James virou para olhar meu gêmeo enquanto Murilo e Susan lutavam com ele, e Yan tentava imobiliza-lo.
     James soltou um gemido de assustado. Ele ainda olhava para meu gêmeo surpreso. Mas algo parecia estar o divertindo. Ele voltou a me olhar com sarcasmos e ao tirar sua mão de meu pescoço, fuçou o bolso da calça e de lá tirou uma faca de serra. Ele me deu um de seus sorriso maliciosos e cheio de surpresa. Mas com um movimento rápido, ele começou a cortar seu pescoço, ainda me imobilizando.
- Então o que acontecer comigo, pode também acontecer com o seu amado - Ele forçava cada vez mais a faca para cortar seu pescoço, que já sangrava.
     Aquilo era horrível demais para ver. Não queria ver ele morrer cortando seu próprio pescoço para prejudicar o verdadeiro James. Então lhe dei uma cabeçada forte e logo senti que havia aberto uma ferida em minha cabeça. Mas pelo menos James sentiu dor com isso, e saiu de cima de mim, com a mão na cabeça e a outra automaticamente ainda cortando seu pescoço. Olhei rapidamente para o lado, e tudo que pude ver foi meu gêmeo lutando bravamente contra meus 3 amigos que pareciam exaustos de lutar. Volto a olhar James e vejo que ele ainda corta seu pescoço com perspicácia. Então me jogo em cima de seu corpo e tento impedi-lo de fazer isso. Mas é difícil pois estou à beira de me apagar por completo.
- Elano... - O James original aparece para mim, como um fantasma - Como fumaça - Segurando seu pescoço, sangrando. Sei que isso está o sufocando, e sua bochecha no lado direito sangra muito. Mas noto que há uma mão feminina em seu ombro, o acudindo. Então sua imagem desaparece para mim - Não !
     Soco a cara do gêmeo de James e logo sua faca cai da mão. Nesse instante ele vira o rosto e me olha com ódio. Parece que de alguma forma algo parece estar o controlando. O jeito como ele foca em algo a cada minuto, sempre tentando me atingir, é estranho. Ele parece estar atormentado com minha presença, quanto me olha fundo na alma preste a me matar.
- Morre !!! - Murilo vem com todo o ódio do mundo em cima de James, e nisso sei o que pode acontecer.
- Não !!! - Grito mas já é tarde demais.
     Murilo enfiou sua varinha contra o coração de James. O clone sorriu sarcasticamente e ainda me olhava mesmo com seus mortos olhos de peixe. Ele começou a se dissipar até que seu corpo evoluísse para apenas fumaça. Fumaça se perdendo no ar, sumindo como se nunca tivesse existido.
- Você tá bem Elano ? - Pergunta Murilo me tocando, e por reflexo e ódio, lhe dou um soco no rosto.
     Não me importo pelo o que fez, mas pelo o que ele pode ter causado. Pois ele poderá ter matado James. Ter eliminado qualquer modo de eu saber a verdade. Qualquer meio de eu poder conhecer o verdadeiro James, e saber se realmente é como sempre sonhei, se ele esconde ou não algo por trás daquele ar misterioso que sempre carrega com ele.
     Olho para trás e vejo que Susan mantém meu gêmeo de joelhos, com as mãos para trás, enquanto sua cabeça está erguida pois ela ainda mantém suas mãos no cabelo dele. Yan me olha assustado e preocupado. Ele realmente não sabe como reagir aquilo, muito menos sobre o que dizer por eu ter socado Murilo.
- Não mata ele - Digo me referindo a meu gêmeo - Tudo que acontece com ele pode acontecer comigo e vise-versa - Olho para Murilo que não acredita no que eu fiz com ele - Você matou James, pois matou o clone dele, que está ligado com o verdadeiro - Agora sei que choro de ódio por aquilo ter acontecido.
     Não consigo mais argumentar. Meus sentidos estão enlouquecidos, fora de mim. Olho de volta para meu gêmeo e ele sorri sarcasticamente para mim, com dentes em sangue, o ódio vivido em seu olhar. Como ele foram feitos ? Por quem eles foram feitos ? E por que foram feitos para capturar ou matar eu e James ?
     Yan se agacha do meu lado e com a varinha ele faz o machucado em meu pescoço diminuir. Não sinto tanta tontura como antes mas a dor no pescoço ainda continua.
     Um tremor faz minha consciência ficar mais longe dê mim. Não sei realmente como reagir aquilo, não quero ser tocado, não quero ficar ali, mas a gritaria no andar de baixo estar ensurdecedor. Isso me tira de meu estado de choque, e sei que algo de ruim esta preste a acontecer. Olho de volta para Murilo e ele já está me guiando para o andar de baixo, aonde vejo raios de luzes matando muitos alunos. Olhando para trás, vejo Susan e Yan levando meu gêmeo, em nosso encalço. Quando chegamos no hall da entrada, vejo vários homens com capuz marrom-vinho, com varinhas apostos e mirando vários rosto de pessoas prestes a morrer. Mas sinto a mão de Murilo apertar meu pulso e me puxar para as escadas que levam para a biblioteca e a cantina.
- Temos que sair daqui ! - Grito percebendo seu desespero e raiva.
     Ele me olha por um segundo e sinto que ele sabe o que está fazendo. Mas também havia rancor e paixão no seu olhar. Ele está com medo de me perder aqui. Então o que me resta é apenas me deixar guiar, sempre com minha varinha na mão, à espera de um novo ataque.
- Mas quem está atacando a escola ? Como podem fazer isso ? - Viro meu rosto e vejo Susan com uma cara fechada e suja de poeira.
- Silêncio boneca Chucky ! Temos que sair daqui vivos primeiro, depois vamos nos questionar - Murilo parecia ainda mais com raiva.
     Sentia sua mão apertando com mais força meu pulso e sei que se ele cair, vou junto. Mas sua mão aperta demais meu pulso e penso que daqui a pouco sua pele irá se unir a minha e se tornar um tecido só.
     Descemos ainda mais as escadas. Não paramos no corredor que leva para a biblioteca e mal consegue olhar a porta fechada, pela falta de iluminação e pelo fato de estarmos correndo o mais rápido que "não consigo", pois estou aos ventos com Murilo me puxando cortando o ar. Chegamos na cantina e vejo que há uma grupo de pessoas desesperadas por uma saída. Mas parte dessas pessoas não são daqui da escola, como percebo. Parecem estar com cordas pegando fogo em seus punhos, enquanto batem numa porta escondida atrás do balcão de alimentos.
- Como vamos sair ? - Pergunta Yan e sinto que estamos defronte à algo inexplicavelmente estranho.
     As pessoas que batiam vorazes contra porta, pararam. Todos ficaram paralisados de costa para nós. Mas um não se conteve e se virou para nós olhar, sem olhos. No lugar dos olhos havia um vazio, como o infinito de um buraco negro. Era muita solidão olhar para o vazio onde deveria haver 2 olhos expostos. Sua pele era bem cuidada e parecia está em conserva. As cordas em seus punhos não o machucavam, mas parecia que os prendiam com muita força. Mão contra mão. Então ele abriu a boca para pronunciar algo, mas não havia dentes lá dentro. O que eles realmente eram ? Olho para seus pés descalços e vejo que estão normais, cada um contendo 5 dedos feios.
- São prisioneiros dos terroristas - Murilo parecia assustado e sei que sentia o mesmo medo que eu.
     As lâmpadas de luz mágica que iluminavam o local se apagaram. As órbitas - Aonde deveriam haver olhos - Dos estranhos estavam brilhado com pouca intensidade. Havia algo estranho naquilo pois podia se ver pupilas dilatando, enquanto ele mexia a boca tentando falar algo.
- Eles são uma bomba ! - Murilo me puxou e colocou todos para trás das escadas que nos conectava com os andares de cima.
     Um por um cada pessoa que estava parada perto da porta da saída de emergência da cantina, explodiu em mil pedaços. Mas não apenas dessa forma, muito fogo e explosão fizeram o teto acima de nós cair. Senti muitas pedras quicarem em minha cabeça. Mas sei que a proteção que Yan criou em volta de nós, nos acudiu.
     De primeira, a muita poeira para dizer o que realmente aquele lugar se tornou, mas vejo que temos um fugitivo, quando algo ao meu lado me empurra para fugir de nós.
     Meu gêmeo começa a correr para longe de nós, pulando e subindo as pedras que caíram em cima uma da outra. Mas meu impulso de pega-lo foi tão grande que comecei a correr atrás dele, pelo ódio. Subindo e descendo kilos de pedras, uma em cima da outra, tento mantê-lo no meu alcance de visão. Mas está difícil pois parte da poeira não abaixou e para não me prender entre uma pedra ou outra, tenho que calcular cada movimento meu para não morrer com duas ou mais pedras prendendo minha cabeça ou membros de meu corpo, contra outra pedra.
- Você não vai fugir - Consigo agarrar a perna de meu gêmeo, e o puxo de volta para mim.
     Ele me olha desesperado e tenta o máximo possível me chutar. Mas mesmo sabendo que estarei machucando a mim fazendo isso, com uma pedra rasgo sua perna, na altura das coxas e ele grita de dor, mas para mim aquela dor foi realmente a melhor da noite. Me viro para ver o rasgo em minha coxa e sinto a ardência tomar conta.
- A gente se vê por aí Elano - E como fumaça meu gêmeo some de minha mão, sorrindo para mim como uma promessa, um presságio de que aquilo não vai ser bom.
     Olho para trás e vejo que meus amigos estão me estimulando a continuar a caminhar por cima das pedras, pois sei que por ali está uma porta de saída, da qual aqueles humanos estavam desesperados para abrir. Então continuo a procurar e por uma abertura de pedras consigo enxergar bem a porta que está bem arregaçada e aberta.
- Por aqui ! - Grito e minha voz faz um eco pelo corredor apresentado pela porta aberta.
     Depois de me contorcer por inteiro para poder sair na porta, consigo finalmente ficar em pé ao lado dela. Primeiro observo meus amigos fazerem o mesmo que fiz para chegar ali e por curiosidade observo a quase imensa escuridão que aquele corredor nos mostra.
- Para onde isso da ? - Perguntei quando Susan se aproximou de mim, me observando.
- Ele dá no lado de fora da escola - Ela me responde segurando a varinha contra o peito.
- Então vamos - Murilo segura meu punho e sou puxado para a escuridão do corredor.
     Levanto minha varinha para iluminar o lugar com um feixe de luz, e vejo que Murilo sangra muito no rosto, e tem vários arranhões pelo braço e pescoço. Arde muito sua mão acima de muitos ferimentos no meu punho, mas não quero gritar de dor pois pode haver qualquer outra pessoa tentando me matar no final do corredor. Mas o corredor não vira para nenhum lugar. Sempre segue em linha reta, subindo um pouco, sem jamais nos apresentar qualquer perigo eminente. Mas ainda temo me surpreender com algo que possa aparecer para nós.
     Finalmente chegamos no final do corredor e abrindo a porta de Carvalho tudo que consigo ver é a rua em que sempre esperamos para a escola abrir. Mas agora ela parecia cheia demais, com pessoa machucadas e muitas mortas. Há uma escadinha que desce até a rua, na esquina de onde fica a frente da escola. Lá descemos e nos surpreendemos com o que vimos. Havia muitos corpos mortos em torno de quase todo o muro na frente da escola. Os feridos choravam ou eram medicados com alguma poção de estranhos médicos vindo de não sei aonde. A poeira do lugar dificultava tudo que poderíamos descobrir, e sim poderíamos morrer sufocados pela fumaça escura que fechava o céu e a rua norte, com muitos tossindo feito doentes à beira da morte. Havia muita gritaria e parte do barulho vinha das explosões e feitiços atingindo algo.
- Ah não ! - Olho para Susan e a vejo colocar suas mão feridas na frente da boca, surpresa.
     Sigo sua linha de visão e me assusto de primeira. Não é algo que imagino ver, nem mesmo por que não gosto tanto daquele lugar, mas sempre foi o lugar aonde poderia me reencontrar sempre, com amigos ao meu redor. Então tudo que vejo é a escola Schoolastic sendo inteiramente queimada por nuvens voadores que a atacam, furiosamente, com feitiços explosivos.

Revolta das trevas (Em 2026) ✍🏻Where stories live. Discover now