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15 𝐝𝐞 𝐉𝐚𝐧𝐞𝐢𝐫𝐨 𝐝𝐞 1971 [𝐩𝐨𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐯𝐢𝐬𝐭𝐚 𝐝𝐨 𝐧𝐚𝐫𝐫𝐚𝐝𝐨𝐫]

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15 𝐝𝐞 𝐉𝐚𝐧𝐞𝐢𝐫𝐨 𝐝𝐞 1971 [𝐩𝐨𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐯𝐢𝐬𝐭𝐚 𝐝𝐨 𝐧𝐚𝐫𝐫𝐚𝐝𝐨𝐫]

O pintor, de entre inúmeras outras qualidades, traçava sobre o papel fino linhas pensadas e trabalhadas ao detalhe. Os seus olhos intercalavam entre olhar a belíssima mulher que pintava e o papel, mas demorava sempre mais a tentar decorar cada parte do corpo da donzela deitada no seu sofá.

Estavam a cometer um pecado, um pecado terrível. Ele, mesmo sem querer, estava a queimar por dentro ao apreciar as curvas dernudas de uma mulher casada, e ela estava a queimar por dentro ao sentir o olhar felino do coreano sobre si.
Foi uma proposta tentadora e, mesmo que Taehyung tenha recusado no início, não resistiu à tentação que lhe corre pelas veias sempre que olha para aquele ser surreal à sua frente.

Ao vê-la ali, com o corpo tapado por apenas um lençol transparente que não tapava quase nada do seu corpo, um desejo incomum surgiu nele. Não era apenas algo físico, uma vontade de tocá-la, senti-la, tê-la par si, era algo a mais... uma vontade de a observar minuciosamente como se não houvesse amanhã e assim guardar na memória cada perfeição e imperfeição presente nela.

A música era um ponto fundamental para tornar o ambiente mais sensual, mais aprazível*, e é claro, os gostos musicais eram de gosto mútuo. Tocava Mozart, Chopin, Beethoven, e eles apreciavam cada nota, cada som, porque era assim que se sentiam livres e em paz.

—Fale-me mais de si Vante, é um homem curioso, onde nasceu?– a fala de Bella apanhou o artista de surpresa, estava tão concentrado na sua arte que quase se esquecia que, afinal, aquela mulher era real e não uma miragem* da perfeição.

—Não sou nada demais Milady. Nasci em Daegu, na Coreia do Sul mas os meus pais tomaram a decisão de se mudar para Paris quando tinha apenas dez anos.– ele não tirou a atenção do que fazia, mas respondeu à questão com naturalidade. Queria saciar a sede da jovem mulher a seu respeito.

—Paris deve ser uma cidade lindíssima. J'aimerais visiter cette magnifique ville– involuntariamente a pele de Taehyung ficou arrepiada da cabeça aos pés. Era incrível como aquela mulher tinha tanto poder sobre ele, o sotaque perfeitamente francês só lhe deu um ar mais intelectual e sedutor.

—Não sabia que falava francês Bella, afinal não serei só eu o mistério aqui.– focou mais as pinceladas no plano de fundo e continuou a pintar sem olhar diretamente para o rosto da mulher.

—Verá que sou deveras desinteressante Vante, seremos almas gémeas então? Pessoas desinteressantes.– Taehyung mostrou o que parecia ser um sorriso, ele achou piada à fala de Bella, porque era assim que ele mesmo pensava.

—Almas gémeas são bem mais que desinteressantes, mas aceito a sua argumentação. Como aprendeu francês? Nunca teve a oportunidade de visitar Paris, a cidade do amor.– o coração de Bella apertou e a sua tristeza momentânea refletiu no seu rosto, o que chamou a atenção de Vante.

Cartas De Amor [KTH]Where stories live. Discover now