Cartas De Amor [KTH]

𝚅𝙸

19 𝚍𝚎 𝙰𝚐𝚘𝚜𝚝𝚘 𝚍𝚎 1972 [𝐏𝐨𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐯𝐢𝐬𝐭𝐚 𝐝𝐞 𝐁𝐞𝐥𝐥𝐚 𝐆𝐢𝐨𝐫𝐠𝐢𝐨]

Aquele post-it misterioso não saía da minha mente. As palavras eram tão marcantes quanto queriam ser, a paixão e a ansiedade eram palpáveis ao decorrer da leitura, tanto que me perguntei se a pessoa que escreveu tais palavras as tinha ido buscar a um livro romântico ou se escreveu o que sentia verdadeiramente.

Milady...
Fechei meus olhos pensando naquele chamamento, algo me dizia que ele era familiar, que já o havia ouvido antes, mas nada vinha na minha mente.
Apenas imagens, muitaa imagens passando rapidamente e eu não conseguia focar em nenhum ponto. As falas se tornaram incompreensíveis e imensas se atropelando umas às outras formando uma confusão. Tudo andava à roda.

Bella, fica comigo

Bella...

Bella, por favor.

O som repentino de algo quebrando me fez voltar à realidade, ainda ofegante e desnorteada pela confusão passada.
Apoiei meu corpo no balcão branco da cozinha e foquei meu olhar na chávena de chá, agora em pedaços, espalhados pelo chão brilhante de mármore.

-Meu Deus! Dona Bella, está bem?- não tardou a ouvir a voz aflita de Natasha que apareceu correndo para ver a origem do som.

-Está tudo bem Na, foi um acidente.- suspirei tentando me equilibrar em minhas pernas para voltar a uma posição normal, mas falhei ao senti-las fracas demais para aguentar o meu peso.

Natasha se aproximou de mim analisando minha situação com preocupação. Depois, entre alguns murmúrios na sua voz chorosa, agarrou meu braço direito e o passou pela parte de trás do seu pescoço. Envolveu minha cintura com o seu braço esquerdo e fez um esforço para me manter em pé.

Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, o som de passos foi ouvido e a figura de Joongki apareceu na porta da cozinha. Estava lindo, como esperado, usando uma camisa social branca e umas calças do terno preto combinando com os seus sapatos de verniz. Percebendo o que estava acontecendo comigo correu em minha direção tomando o controle de meu corpo que antes estava nas mãos de Natasha.

-Bella, olha para mim, como se sente?- segurou o meu queixo fazendo meu olhar cruzar o seu.

Seus olhos brilhavam para mim, continham preocupação e cuidado e isso se refletia no seu toque extremamente gentil, como se eu pudesse quebrar a qualquer momento em seus braços. Seus dedos deslizaram pelo meu rosto fazendo leves carinhos em minha pele e afastaram alguns fios de cabelo os colocando atrás da minha orelha.