Um recomeço um tanto quanto inesperado

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Xue Yang piscou repetidamente tentando afastar a tontura que nublava a sua mente. Quando finalmente deixou de enxergar o mundo borrado, ele se esforçou em levantar. E caiu. Feito um saco de batatas vazio.

Seu corpo inteiro doía, seus ossos pareciam ser feito de farpas que machucavam todos seus músculos, seus órgãos pareciam estar sangrando e seus meridianos estavam destruídos. Talvez não seja tudo isso, mas ele sentia como se fosse.

- Não se mova. – Xue franziu às sobrancelhas ele reconhecia àquela voz, era suave porém firme, doce e angelical, e ao mesmo tempo não era delicada. Tinha timbre masculino.

Ele sentiu a garganta secar. Não era possível! Seu coração balançar por um homem era uma coisa, ele balançar por Xiao XingChen era outra. Com certeza havia algum equivoco!!!!

E para confimar sua tese ele abriu os olhos, se arrependendo no mesmo instante. Pois agora o que se encontrava em seu peito não poderia ser considerado mais um órgão, e sim uma escola de samba inteira. Ele observou deslumbrado a expressão solene de Xiao, a venda branca que cobria seu rosto, seus traços angulosos e celestiais.

Agora mais que nunca, ele implorou aos céus por morrer ali mesmo. A morte era mais bem-vinda do que desejar a tal ser.

Antes que ele pudesse raciocinar melhor, sua cabeça começou a latejar loucamente enquanto imagens começaram a inundar sua mente. Sofrendo Xue desvaneceu ali mesmo, preocupando a Xiao.

Ele estava em um lugar escuro com duas espadas na mão, uma era Jiangzai e a outra Shuanghua, quando de repente tudo se iluminou graças a uma forte luz azul e a espada que pertencia a Xiao XingChen foi arrancada de sua mão, ele não entendeu o porquê, mas sentiu muita fúria ao perceber que ela foi tirada dele. Assim, lançou um ataque com sua própria espada, que seu oponente facilmente esquivou.

- Devolva a espada. – Rugiu.

- Você não é digno dela. – HanGuang-Jun disse friamente.

Depois disso tudo aconteceu muito rápido, os dois se lançaram a lutar, e seu oponente era demasiado forte! Estava lutando com uma espada e um guqin, e possuía uma expressão de completa tranquilidade no rosto. Ele não era humano!

- Me devolva! – viu a si mesmo gritar quando HanGuang-Jun, tomou sua bolsa pega espíritos.

Ele parou de tentar entender as coisas e apenas observou angustiadamente como, Wei Wuxian o distraia com conversa e ele caia na armadilha graças a própria raiva, apenas para logo ser golpeado inúmeras vezes por Lan Zhan.

Ele continuou a olhar abismado os acontecimentos que passavam, como quando seu estomago foi perfurado por Bichen, como tentou assassinar o fantasma para logo ter seu coração perfurado e seu braço cortado, e por fim observou enquanto morria.

E tudo isso ocorreu por causa Xiao XingChen?

Ele levantou em um impulso, fazendo com que todos os osso de seu corpo doessem.

- Não se mova, ou suas feridas abrirão novamente. Não se preocupe estará a salvo comigo. – Xiao disse tentando tranquiliza-lo.

Apesar da voz suave, Xue podia ver traços de severidade no rosto de Xiao que estava inconformado com o paciente desobediente. Ao esperar alguns instantes e ver que o outro não se deitava novamente, Xiao envolveu a mão no braço do menor e o forçou a se acostar.

- Quem é você? – sua voz saiu arranhada pela garganta.

- Se têm olhos não pode ver por si mesmo? Ele é um cultivador. Fez todo o possível para te trazer, além e te curar com remédios bons. Como você pode ser tão mal-educado? – uma voz estridente e aguda ressoou no recinto.

Ele encarou a pequena garota que surgiu na entrada e logo constatou que ela era o espírito que o atormentava nas suas... alucinações? Lembranças?

- Você é cega? – perguntou curioso, porém não conseguiu ocultar o leve desdém na voz.

- Por acaso descrimina as pessoas cegas? Um cego te salvou! Do contrário ninguém mais se importaria incluso quando estivesse apodrecendo no caminho. Suas primeiras palavras, nem ao menos foram para agradecer a Daozhang. Mal-educado! E me chamou cega em esse tom. Humph... Qual o mal de estar cega?

Essa pequena astuta! Tinha o dom das palavras. Não era atoa que aparentemente a odiava em sua visão. Ela conseguiu mudar completamente o assunto e ainda se vitimizou. Ao ver que Xiao foi até ela para consola-la não pode evitar ficar irritado. Fechando a cara se moveu pela cama indo para o mais longe possível deles.

- Não se afaste. Ainda não vendei a ferida que tem na perna.

Ainda emburrando Xue Yang não se moveu nem um pouquinho.

- Se não a trata logo é provável que perca a perna. – Mas o garoto ainda assim não se moveu – Por favor é para seu próprio bem. Agora, se aproxime.

A voz permanecia suave, porém também tinha um toque de determinação e autoridade que fez com que Xue Yang obedecesse de pronto.

Rapidamente o mais velho terminou seu serviço. Ao observa-lo juntar os panos sujos, o menor duvidou se deveria ou não lhe agradecer.

- Você é realmente grosseiro! Não vai agradecer pela amabilidade de Daozhang? – A pequena cega falou.

- A-Qing! Não cobre esse tipo de coisas das pessoas. Deve-se ajudar o próximo sem esperar nada em troca. – ele disse em tom de repreensão.

- Mas... – ao ver que discutir não levaria a lugar algum, a garota cedeu, mas manteve a expressão pouco afável para o convidado.

- Ela está certa. – Xue se forçou a falar. - Muito obrigado Daozhang.

O Maior apenas assentiu com um suave sorriso no rosto, antes de sair da habitação.

Xue Yang o observou com um sorriso terrível no rosto, ele não estava nem aí para o que viu na sua morte, ou com os sentimentos que vinham do seu âmago, ainda assim se vingaria de Xiao XingChen por tudo que o havia feito passar, mesmo que isso custasse sua vida!

Como para contestar sua promessa. A dor veio novamente, junto com mais imagens que era ao mesmo tempo familiares e desconhecidas.

A New Attempt - Xue Yang & Xiao XingChenWhere stories live. Discover now