Mudança

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O clima ainda era de festa por conta do meu título quando aBruna entrou no salão. Estava deslumbrante com um macacãopreto, sandálias de salto, os cabelos loiros em ondas, óculos escuros. Ela, sim, parecia uma miss. Depois de ter conversado comRosa e Luana, foi conversar com o Max, que estava ao meu lado.

— França, então? — Disse ele. 

— É, o Mark já tem agenda fechada com uma casa noturnaem Paris. Depois vamos para a Suíça, Holanda, Alemanha... 

O Max tinha me contado sobre a Bruna e o DJ Mark Santana.Ela participava dos shows dele, fazia umas performances comodançarina, mas nunca quis dar uma chance para o cara, apesar deele ser louco por ela. Pelo jeito, ela tinha mudado de ideia. 

— E sobre aquele outro assunto? — Max cochichou. 

— A cirurgia? — Bruna nem alterou o tom de voz. — Desisti. 

E ela olhou para mim. 

— Ouvi dizer que ninguém deveria mudar para agradar outra pessoa. 

Aquelas palavras me atingiram no peito e eu tive vontadede chorar. Chorar de alegria. Eu sentia que, aos poucos, a genteteria que aprender a se livrar daquele peso horrível que era tentaragradar os outros para ser feliz.  

Então a Bruna e o Max se abraçaram e eu não senti ciúmesde vê-los abraçados. Eu me senti feliz, por ele e por ela. Eles eram amigos, sempre foram amigos e aquela amizade iria acompanharos dois para o resto da vida. 

Depois ela me deu um abraço. Um abraço rápido, mais poreducação. Mas eu não esperaria nada diferente dela. Qualquercoisa além daquilo soaria falso. E antes de ir embora ela fez questão de me dar um aviso. 

— Não se atreva a magoar o Max. Você me viu batendo naquele babaca e sabe do que eu sou capaz. Fica esperta. 

Soprou um beijinho para nós e foi andando salão afora. Maxe eu nos olhamos e sorrimos. Aquela era a Bruna. 

  

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