Como prometido, Marcos me deixou em casa.
Aproveitei a tarde para para arejar a cabeça e expulsar aquele sentimento ruim de dentro de mim.
A porta da sala se abriu e olhei para ver quem entrava.
Ana apareceu sorridente.
-Ah, que saudade - ela disse me abraçando apertado.
Eu estava precisando disso. Precisava de um abraço que me trouxesse segurança.
Meus olhos não demoraram muito para se encherem de lágrimas e Ana logo notou minhas fungadas.
-O que aconteceu? - ela perguntou, preocupada.
Eu não consegui falar, apenas desabei de chorar.
Quando finalmente me acalmei contei toda a novela mexicana dos últimos dias. Ana ouvia calmamente cada detalhe.
-Eu conheço meu irmã, Emma, não acho que ele tenha algum envolvimento com nenhuma delas - ela falou.
Dei de ombros.
-Eu também sei que ele não seria capaz, mas diante de tudo isso que aconteceu... - eu suspirei.
Ela me olhou, pensativa.
-No dia em que eu fui embora, conversei com ele sobre você - ela me contou. - Ficou bem na cara quando ele te olhava enquanto dormia... Ele a amava.
Eu a olhei, sem emoção. Me lembro de fragmentos dessa conversa, mas não quis lhe contar que estava ouvindo escondida.
-Mas é complicado, Ana - eu disse.
Ela suspirou.
-E o que vai fazer com relação a Marcos? - perguntou.
-Ele já sabe que tenho sentimentos com relação a Antônio, então não tenho muito o que fazer - eu disse.
Ela sorriu, condizente.
-E quando vai falar com Antônio? - ela se deitou na cama.
-Nunca? - eu disse em meia voz.
Ela riu um pouco.
-Para de drama, você gosta dele e precisa ser sincera com seus sentimentos - ela me deu um sermão.
Não adiantava discutir com Ana, ela era teimosa e não aceitava um não como resposta.
-De toda a forma, ele estava com a siliconada da Amanda hoje - eu falei.
-As vezes é algum assunto importante - ela falou, procurando alguma solução.
-Ainda assim, é foda - eu disse. - Não quero ser a traída mais uma vez.
-Meu irmão jamais te trairia, Emma - ela falou. - Ele a ama.
-Por favor, Ana, sei que ele é seu irmão, mas nem namorando estamos - falei. - Eu sei que pareço uma criança agindo assim, mas não tenho como evitar o ciúmes.
Ela suspirou. Seu telefone vibrou algumas vezes e ela o pegou. Perdi sua atenção para as mensagens que chegavam.
Suspirei.
Encarei o teto, perdida em pensamentos.
-Você já tem um plano? - perguntou Ana, de repente.
-Sem plano algum - eu disse.
-Se quiser, posso te ajudar - ele falou.
Isso acendeu um alerta em minha cabeça. Quando Ana usava a palavra 'ajuda' em uma frase, sempre era seguido de um de seus planos mirabolantes.
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O Irritante do Quinto Andar
Roman d'amour(NOVA CAPA); Créditos da capa para: @Baby-Blue-Galaxy Quando tudo parece perdido na vida de Emma, ela descobre que as coisas podem piorar ainda mais. Largada pelo ex sem explicações, ela é arremessada na sarjeta e passa a contar apenas com a ajuda d...