Capítulo 27 - Confusão

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Olhei para a porta e vi Carlos parado na sala.

Ele sorriu ao me ver.

-Emma - ele falou empolgado e veio em minha direção.

Me esquivei de seu contato e fui para atrás do sofá.

-O que você está fazendo aqui? - perguntei.

O cheiro de bebida impregnou o local fortemente e não precisei de sua resposta para entender que o homem estava altamente alcoolizado.

-Eu vim te ver - ele disse, cambaleando.

-Por favor, vá embora - eu falei, indicando a porta.

Carlos fez cara de bravo.

-Faz tempo que não nos vemos e é o assim me trata? - ele gritou dando um soco na parede.

Seus dedos ficaram vermelhos, mas ele pareceu não se importar com a dor, aparentemente a bebida estava anestesiando-o.

-Carlos, por favor - eu falei, amedrontada.

-Eu vim te buscar - ele disse, mudando de humor repentinamente. - Vamos para casa.

Ele novamente veio em minha direção.

Bufei, tendo que desviar novamente.

Eu sabia o que acontecia quando ele bebia demais. Sempre me machucava e no dia seguinte pedia desculpas dizendo que não ia se repetir.

Mas eu estava diferente agora. Não era a mesma menininha que se 'casou' com ele.

Olhei para um abajur que estava atrás de Carlos. Encarei a porta, seria minha única rota de fuga caso precisasse, então eu teria que ser rápida.

-Você não devia ter ido embora - ele gritou.

-Foi você que mandou embora - eu retruquei.

Me arrependi, logo que vi a fúria em seus olhos.

Bati a mão no bolso, mas não encontrei meu celular.

Meu alerta de perigo estava acionado e eu precisava sair daquela situação o quanto antes.

-Faz assim, vai pra casa.. eu vou pegar minhas roupas e logo chego lá, o que acha? - menti.

Ele me olhou e sorriu.

-Sério? - ele veio em minha direção e eu fui para perto do abajur.

-Por que não quer ficar perto de mim, bolachinha? - ele falou tristonho.

Eu não tinha resposta.

Eu estava com tanto medo que meus olhos ameaçavam a lacrimejar.

-Pequena, eu só quero o seu bem - ele disse.

Seu corpo estava bloqueando minha passagem até a porta e eu não tinha saída daquele lugar.

-Venha comigo - ele chamou.

O encarei. Ele estava com um olhar perverso. Seu tom autoritário me causou arrepios.

-Carlos, entenda, não estamos mais juntos. Então por favor, vá para casa - eu disse, firme.

Não poderia ceder agora, teria que me livrar daquele sentimento de submissão.

-Você é minha - ele gritou.

Comecei me questionar se algum dos vizinhos ligaria para a polícia ou para o porteiro, no intuito de avisar sobre os gritos e o tumulto do nosso apartamento.

-Eu não pertenço a você - eu disse pisando firme.

A ira em seu olhar fez com que o rapaz se jogasse em minha direção e com a maior velocidade que consegui puxei o abajur e o acertei na cabeça.

O Irritante do Quinto AndarWhere stories live. Discover now