Olhei para a porta e vi Carlos parado na sala.
Ele sorriu ao me ver.
-Emma - ele falou empolgado e veio em minha direção.
Me esquivei de seu contato e fui para atrás do sofá.
-O que você está fazendo aqui? - perguntei.
O cheiro de bebida impregnou o local fortemente e não precisei de sua resposta para entender que o homem estava altamente alcoolizado.
-Eu vim te ver - ele disse, cambaleando.
-Por favor, vá embora - eu falei, indicando a porta.
Carlos fez cara de bravo.
-Faz tempo que não nos vemos e é o assim me trata? - ele gritou dando um soco na parede.
Seus dedos ficaram vermelhos, mas ele pareceu não se importar com a dor, aparentemente a bebida estava anestesiando-o.
-Carlos, por favor - eu falei, amedrontada.
-Eu vim te buscar - ele disse, mudando de humor repentinamente. - Vamos para casa.
Ele novamente veio em minha direção.
Bufei, tendo que desviar novamente.
Eu sabia o que acontecia quando ele bebia demais. Sempre me machucava e no dia seguinte pedia desculpas dizendo que não ia se repetir.
Mas eu estava diferente agora. Não era a mesma menininha que se 'casou' com ele.
Olhei para um abajur que estava atrás de Carlos. Encarei a porta, seria minha única rota de fuga caso precisasse, então eu teria que ser rápida.
-Você não devia ter ido embora - ele gritou.
-Foi você que mandou embora - eu retruquei.
Me arrependi, logo que vi a fúria em seus olhos.
Bati a mão no bolso, mas não encontrei meu celular.
Meu alerta de perigo estava acionado e eu precisava sair daquela situação o quanto antes.
-Faz assim, vai pra casa.. eu vou pegar minhas roupas e logo chego lá, o que acha? - menti.
Ele me olhou e sorriu.
-Sério? - ele veio em minha direção e eu fui para perto do abajur.
-Por que não quer ficar perto de mim, bolachinha? - ele falou tristonho.
Eu não tinha resposta.
Eu estava com tanto medo que meus olhos ameaçavam a lacrimejar.
-Pequena, eu só quero o seu bem - ele disse.
Seu corpo estava bloqueando minha passagem até a porta e eu não tinha saída daquele lugar.
-Venha comigo - ele chamou.
O encarei. Ele estava com um olhar perverso. Seu tom autoritário me causou arrepios.
-Carlos, entenda, não estamos mais juntos. Então por favor, vá para casa - eu disse, firme.
Não poderia ceder agora, teria que me livrar daquele sentimento de submissão.
-Você é minha - ele gritou.
Comecei me questionar se algum dos vizinhos ligaria para a polícia ou para o porteiro, no intuito de avisar sobre os gritos e o tumulto do nosso apartamento.
-Eu não pertenço a você - eu disse pisando firme.
A ira em seu olhar fez com que o rapaz se jogasse em minha direção e com a maior velocidade que consegui puxei o abajur e o acertei na cabeça.
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O Irritante do Quinto Andar
Romance(NOVA CAPA); Créditos da capa para: @Baby-Blue-Galaxy Quando tudo parece perdido na vida de Emma, ela descobre que as coisas podem piorar ainda mais. Largada pelo ex sem explicações, ela é arremessada na sarjeta e passa a contar apenas com a ajuda d...