Capítulo 17 - Indefinido

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A noite foi incrível.

O problema era acordar.

Depois de nossos intensos momentos de prazer (e sim, foram mais de uma vez), tomamos um banho que no final das contas foi outro pretexto para sexo.

Antônio me puxou para seus braços e nos acomodamos em sua cama de forma preguiçosa.

Rapidamente dormimos e agora eu estava acordada nos braços de Antônio.

Eu não queria abrir meus olhos, pois sabia que teria que encara-lo e aí teríamos que ter aquela conversa.

Não conseguia pensar em algo que eu poderia falar.

E se ele dissesse que foi só aquela noite? Tudo bem que eu não poderia exigir nenhum tipo de compromisso dele porque tivemos uma noite de sexo.

Por alguns segundos pensei em jogar a culpa no álcool, mas eu sabia pela minha vasta experiência com comédias românticas que isso seria como cavar uma cova para qualquer outra oportunidade.

Não sei quanto tempo fiquei pensando no que dizer, até ouvir Antônio dizer:

-Pode abrir os olhos, sei que está acordada - ele disse, tentando controlar a gargalhada.

Eu abri os olhos, envergonhada.

-Não precisa se preocupar, Emma, não somos mais crianças - ele disse, sorrindo, provavelmente já imaginando o que se passava em minha cabeça.

-Então? - eu tentei alfinetar.

Ele deu de ombros.

-O que quer fazer a partir de agora? - ele perguntou.

Me ajeitei em seu abraço. Eu precisava ser sincera, mas não tanto ao ponto de falar que por mim já estávamos fazendo bodas de casamento.

-Eu não sei sobre o que vai acontecer a partir de agora, mas sei que gostei da noite de ontem - eu disse, apenas, tentando me esquivar do assunto relacionado ao que eu esperava do futuro.

Ele sorriu, feliz.

-Então vamos continuar - ele falou.

Em minha mente um "Obrigada, Deus" cantarolou.

-Por mim tudo bem - eu disse.

Ele passou o dedo em uma mecha do meu cabelo.

-Não sou bom com essas coisas de deixar fluir, mas posso tentar já que é com você - ele disse.

O que ele quis dizer com "já que é com você"? O que eu tinha de diferente das outras mulheres em sua vida?

Tentei não pensar nisso para não estragar a euforia do momento.

Eu precisava daquele tempo para conquistar Antônio e o usaria da melhor forma possível.

-O que falaremos com a Ana? - perguntei. - Afinal, ela é minha melhor amiga... Sua irmã... E por curiosidade, divide o apartamento com a gente.

Rimos juntos da última parte.

-Vamos esperar ela voltar e a gente explica o que temos - ele falou.

-E o que temos? - perguntei.

Ele me encarou. Seus olhos brilhantes estavam direcionados de uma forma sedutora para mim.

-O que você quer que tenhamos? - ele jogou a bomba no meu colo.

Eu ri brevemente de sua tentativa de me fazer decidir.

-Responder uma pergunta com outra não é uma forma de resposta - eu falei, o alfinetando.

Ele sorriu, derrotado.

-Tudo bem, então vamos deixar como indefinido - ele disse desafiador.

Indefinido me parecia algo incerto, mas não quis impor nada a ele naquele momento.

-Vamos usar essa semana para definirmos e quando Ana chegar a gente conta pra ela - ele complementou.

Meu coração ficou aliviado, afinal, ainda havia esperanças em um relacionado entre nós dois.

-Então faremos isso - concordei com ele.

Antônio sorriu carinhosamente para mim. Ele estava lindo sob a pequena iluminação que entrava sorrateiramente pela janela.

-Logo temos que levantar e ir trabalhar, mas eu queria ficar aqui por mais tempo - ele disse acomodando o rosto no meu pescoço.

A barba de Antônio começava a aparecer e esse fios provocavam arrepios por todo o meu corpo.

Ele riu suavemente ao perceber minha reação e se aproveitou para provocar mais daquela sensação.

-Emma - ele me chamou.

Sua voz era grave e cheia de desejo. Cada vez que chamava por meu nome, meu corpo respondia involuntariamente em sua direção.

O pior de tudo é que ele já sabia o efeito que tinha sobre mim e sempre que conseguia mostrava que eu estava submetida aos seus encantos.

Eu não lutava mais contra aquele desejo, agora eu fazia questão de demonstrar ele em cada toque.

Antônio me puxou para mais perto e eu agarrei seu corpo como pude.

Ele estava com uma de suas coxas sobre o meu corpo e seu braço contornava a linha do meu rosto delicadamente.

-Emma, você é tão linda - ele disse bem colado na minha orelha.

Ambos já estavam embriagados de prazer e aquela demora era uma tortura. Mas ao mesmo tempo intensificava ainda mais o desejo.

Ele terminou de contornar meu rosto e seguiu a linha do meu pescoço, sua boca fazendo questão de acompanha a trilha.

-Isso é maldade - eu disse entre suspiros.

Ele sorriu maliciosamente.

-Maldade é ter que te olhar todos os dias e não poder se quer ter um pouquinho de você - ele disse naquele tom grave e penetrante. - Agora que eu posso, vou usufruir da melhor forma possível.

Seu olhar intenso me prendeu, mais uma vez.

-Pode usufruir, porque agora eu sou toda sua - eu falei em provocação.

Talvez eu tenha dito em um duplo sentindo, mas ninguém pode provar nada contra mim (rs).

Ele tomou meu pescoço com os lábios, trazendo novamente aquela sensação de submissão ao seu toque.

Antônio se aproximou da minha orelha e disse:

-Seja minha hoje, amanhã e depois - seu hálito tocou minha pele. - Não quero que seja minha só por agora.

Ele sabia como me torturar.

-Se te faz feliz, então serei sua pelo tempo que desejar - eu falei, totalmente presa em seu feitiço de sedução.

Realmente, era verdade. A muito tempo meu coração já pertencia aquele homem e temo que depois dessa noite dificilmente terei controle novamente sobre os meus sentimentos.

Antônio começou a desabotoar os botões da camiseta que havia me emprestado na noite passado. O movimento lento atiçava ainda mais meus pensamentos.

Em seu olhar o divertimento com o meu desespero. Ele estava apreciando cada instante de forma intensa.

-Então já que é minha posso usa-la como quiser? - ele falou maliciosamente.

Eu apenas assenti, estava incapacitada de dizer qualquer coisa por medo de mandar ele calar a boca e me beijar.

Mas não precisei falar nada. Ele tomou meus lábios com os seus, como se lesse meus pensamentos e seguimos para um sexo matinal.

O Irritante do Quinto AndarWhere stories live. Discover now