Capítulo 15

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Demorou algumas horas até que eu me acalmasse e pudesse entender o que estava acontecendo. Antonela insistiu para que eu comesse algo, mas sentia que qualquer coisa que eu ingerisse reviraria mais ainda o meu estômago. Eu apenas queria saber a verdade. Nos sentamos na mesa da cozinha e Si-Yeon colocou seu celular sob a mesa.

- Eu sei que vocês pensam que o Seong-Hee é a pior pessoa do mundo, mas precisamos que escutem isso.

Si-Yeon deu início a reprodução do áudio, que estava um pouco ruim devido à distância e aos barulhos, mas dava para entender de maneira clara o que era dito.

"- Você é mais esperto do que eu imaginava, meu filho.

- Como assim, vovó?

- Eu sei o que está tramando. Está seduzindo aquela mulher. Vai partir o coração dela para que ela saia das nossas vidas. Mesmo que eu não concorde com nenhum tipo de envolvimento, estou orgulhosa do quanto está se empenhando para tirar essa gentalha do meio da nossa família.

- Vovó, a senhora está bem?

- Eu vou ficar bem. Depois que aquelas duas forem embora.

- Eu posso adiantar isso para a senhora.

- Como adiantar mais? Você não ouviu a rata falando que iria embora pela manhã?

- Soube que ela não conseguiu passagem para voltar amanhã. Então ela teria que ficar mais alguns dias na Coréia.

- Está bem. O que pretende fazer?

- Lili está cada vez mais próxima da Han-Eul e quanto mais o dia se passa, ela se sente mais desconfortável perto da nossa família. Ela não aceitaria ficar na casa dos meus pais, mas aceitaria passar o restante da viagem na casa da Han-Eul.

- Hum... Continue.

- Eu vou entrar em contato com Han-Eul para ela tentar convencer Lili a ficar na casa dela com a justificativa de que ela não se sente bem aqui. Pelo bem dela...

- ...E aí você vai terminar o plano e arrasar o coração dela. Genial! Enquanto a Julia, eu mesma cuidarei dela.

- O que está planejando fazer, vovó?

- Vamos por partes. Primeiro, certifique-se de que a rata ficará na casa da Han-Eul. Será um sacrifício que a futura esposa do meu neto querido terá que fazer. Depois, iremos levar as coisas dela até a casa da Han-Eul para dar a impressão de que estamos expulsando ela. E você vai comigo.

- Por quê?

- Porque você é a única pessoa que faria isso por mim. E também porque eu quero ver a cara de desespero dela quando pensar que está sendo rejeitada pela única pessoa em quem achava que podia confiar. Isso vai ser colírio para os meus olhos.

- Está bem."

- Depois disso, Seong-Hee saiu do quarto da vovó e eu precisei encerrar a gravação.

Meu corpo estremeceu só em pensar que tudo o que Seong-Hee queria fazer, na verdade, era partir meu coração. O áudio só fez me deixar mais indigesta. Han-Eul roía as unhas e seus olhos negros estavam grandes como guaranás da Amazônia. Yunho olhava atento às nossas expressões, sem saber o que dizer ou fazer.

O ambiente do cômodo parecia estar diminuindo e mal conseguia levantar da cadeira. Não conseguia acreditar que tudo estava indo tão bem. Estava tão certa do que precisava fazer, mas naquele momento, meu medo era que eu não pudesse mais confiar em ninguém.

Minha Utopia (Park Seonghwa)Onde histórias criam vida. Descubra agora