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Todos encararam Tristan, Beatrice e Luciano a espera de respostas. Como ninguém parecia disposto a falar Tristan deu um empurrão no ombro de Luciano e apontou pra Liz como quem diz "Fala, Caralho" e o mesmo bufou começando a falar.

- Quando o Fer parou na frente desse espelho eu comecei a vê-lo do lado de dentro, eu conseguia observar ele conversando com o pivete e procurando por pistas aqui mas eu não estava no controle do meu corpo, era ele lá. Então quando ele notou que o reflexo o encarava, no caso eu, ele se aproximou e quando nossas mãos se uniram as coisas deram um looping e ele foi parar lá dentro, mas ele não estava mais no meu corpo, ele estava no corpo dele, ele era ele denovo...Era meu menino lindo...-Luciano suspirou-Então nós conversamos mas quando ele tentou sair do espelho como Beatrice fez as coisas voltaram ao normal, eu o abracei pelo que foram segundos antes dele sumir de vez dos meus braços e voltar a dominar meu corpo...Não sei que mistérios essa merda carrega mas tem paranormal nisso...

- Quando eu vim chamar a Erin e o Fer que estavam faltando pra ver o símbolo o Fernando tava chorando por aqui, ele me falou sobre o espelho mas pra mim não fazia sentido então pensei que talvez ele estivesse sensível por conta do aniversário de casamento dele e do Lu e me desculpe por isso...-Ele encarou Luciano que sorriu fraco-Mas quando ele me fez olhar no Espelho a Bea apareceu e segundos depois foi sugada pra dentro dessa merda, não sei que tipo de magia do caralho foi essa mas eu nunca me senti tão desesperado na vida!-Tristan despejou o que estava sentindo

- Foi mal também por ter feito a Bea entrar aí, eu nem sabia como isso funcionava, podia ter causado problemas maiores...-Luciano se redimiu

- Então você sabe pedir desculpas?-Joui encarou o companheiro de equipe que lhe lançou um dedo do meio

- Quando eu entrei na dimensão do espelho eu me vi primeiro em uma escuridão sem fim....Mas depois eu comecei a rever algumas lembranças minhas, passavam memórias da minha mãe, do Dante comigo e com crianças no orfanato que eu não consigo me lembrar o nome...Vi também o Orpheu me fazendo companhia em lembranças que eu nem sabia que tinha...-Ela acariciou as penas do amigo-Eram como flashes passando de um lado pro outro e brilhando em vermelho vivo como o símbolo no alçapão, eu sentia minha mente se esvaziar e a cada novo flash eu me sentia perdendo mais da minha sanidade, não sei o que poderia ter acontecido de Dante não tivesse me gritado...

- Na verdade, eu também gritei...-Tristan resmungou-Mas é isso, gatona. Essa coisa com certeza tem parte ocultista, no mínimo deve ter magia negra nesse espelho-Tristan encarou Liz

- Quando a Bea foi sugada pra dentro do Espelho e o Dante saiu correndo de lá, o símbolo estava brilhando muito forte, era até difícil de olhar pra ele-Arthur comentou-Não deve ser coincidência...

- Nada que venha dessa merda de símbolo é bom, por que a gente não destrói logo essa porra?-Kaiser se pronunciou deixando um tom rude e áspero invadir sua voz-Antes que a gente tenha que enterrar mais alguém...-Ele ia acender um cigarro mas Joui segurou sua mão

- Tem uma criança aqui, essas coisas são tóxicas pra você imagina só pra ele, César-Kun...-Joui falou com ele baixinho-Se acalma, tá bem? A gente não vai perder mais ninguém, ok?

- Eu queria acreditar nisso...-Kaiser se deixou levar segurando a mão de Joui com firmeza enquanto olhava pro Espelho-Se eu ficar na frente disso...Acha que eu posso ver o meu...-Joui o interrompeu

- Senhor Cristopher?-O cabeludo assentiu-Só vai saber se tentar...

- Não quero mais ninguém olhando esse espelho por hora, não sabemos porque ele mexe com as nossas memórias, corpos, inconscientes...Não quero ver ninguém preso dentro disso...-Liz se levantou da cama-Acho que devemos levar ele pro QG pra podermos analisa-lo melhor junto das amostras dos Zumbis que eu e o Loirinho pegamos...-Ela passou as mãos pelos cabelos negros

- Então você viu o Fer?-Erin sorriu pra Luciano

- Vi, Erin...Meu coração acelera só de lembrar, eu o toquei...Eu pude sentir seu corpo, seu toque, seu cheiro, era ele denovo...-Luciano suspirou

- Nem consigo imaginar a saudade que vocês sentem...-Erin acariciou o braço de Luciano que sorriu fraco

- É uma dor quase insuportável sentir o que eu estou sentindo...

- Dá pra imaginar, viver tanto tempo longe da pessoa que se ama deve ser barra...

- Por isso eu tenho raiva de quem pode viver seus amores e fica arregando ao invés de se jogar de cabeça...-Luciano encarou Joui de relance o que não passou despercebido pelo Japonês que revirou os olhos

- Mereço...-Joui bufou

- O que houve?-Kaiser questionou enquanto acariciava a mão de Joui distraindo a mente de que o objeto ocultista a sua frente podia leva-lo a ver seu pai

- Deixa pra lá...-Joui sorriu doce devolvendo o carinho nos dedos de César

- Kaiser....Acha que assim...Hm...-Arthur se aproximou deles

- Fala, Tutu...-Kaiser encarou o amigo

- Acha que se eu ou você nos olharmos nessas coisas poderíamos ver nossa família? Sabe, eu os Gaudérios...Você a sua mãe, ou teu pai...-Arthur perguntou com um semblante triste

- Eu imagino que sim, mas Liz está certa sobre não podermos arriscar, Arthur. E se ficarmos presos lá? Eu não ia suportar perder meu melhor amigo...-Kaiser segredou ao baixinho que sorriu largo

- Bom, acho que temos que aceitar a morte e deixa-los descansar em paz, certo? Até porque até agora o Espleho mostrou apenas coisas vivas...-Arthur deu sua opinião

- Não quero que fiquei pilhado com isso, ok? Brúlio socaria nossa cara se você ficasse triste, você é nossa alegria, Arthur.

Esse era um fardo que Arthur gostava de carregar, por isso odiava se demonstrar fraco ou triste. Ele gostava de trazer felicidade aos seus, estando sempre de bom humor e sorriso no rosto, mas nem sempre ele era daquela forma. O menino desviou o olhar do de Kaiser antes de sorrir fraco.

- Foi só uma ideia boba, Kaiser. Deixa pra lá!-Ele deu um de seus sorrisos largos

- Por que sempre faz isso, meu menino?-Dante sussurrou pra si mesmo observando Arthur de longe

O Loiro havia lido que o Amor podia ser capaz de curar qualquer coisa. Será que se ele tentasse aprender sobre o amor com Arthur isso curaria o coração do Gaudério? Ele queria tentar e como queria! Naquele segundo Dante desejou do fundo de seu coração que pudesse fazer Arthur sorrir sempre, mas que dessa vez seus sorrisos fossem sinceros.

O espelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora