Capítulo Trinta

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Sebastian

Acordo com os bips de um aparelho. Que porra! Eu devo ter um ímã para hospitais. Ao contrário das outras vezes, dessa vez meu pai está do meu lado, pois foi uma encrenca para o bem maior.

Meu pai está sentado na poltrona ao lado, ele deve ter chorado, porque seus olhos estão completamente inchados. Tento me mover, mas não consigo.

— Meu filho, você está bem? — meu pai indaga tenso.

— O que aconteceu com Daniel e Ashley? Lucy, cadê ela? — pergunto preocupado.

Não consigo pensar em mais nada e começo a entrar em desespero. Dois enfermeiros entram na sala, tentando me segurar, mas não conseguem.

Meu pai chega perto e diz com uma voz autoritária, me fazendo ficar quieto:

— Sebastian, se acalme ou vão sedar você! — me alerta.

Isso é mais que suficiente. Quando os enfermeiros têm certeza de que eu ficarei quieto, me soltam.

— Você é um inconsequente, quase morreu! Ficou em coma por dois meses, quase morri junto com você! Não quero perder meu filho de novo — meu pai fala e vejo as lágrimas escorrerem por seus olhos.

— Dois meses? Então as aulas devem começar logo. Preciso me levantar, eu preciso ir atrás de Kate.

— Sossegue, Sebastian! — Meu pai briga comigo em vão.

— Eu preciso falar com Kate — falo desesperado.

A sua feição muda de preocupada para pena e isso me deixa intrigado. O que aconteceu durante esse tempo todo?

— Ninguém sabe onde Kate está, ela voltou para a casa antiga dela. Mandamos Carl depois da morte de Daniel, mas ninguém sabe onde ela foi, apenas que viajou com o vizinho — meu pai fala cauteloso.

— O que aconteceu com Daniel? — pergunto.

— Daniel morreu, filho — ele responde e fecho os olhos. Suspiro aliviado, pelo menos agora ele não vai causar problemas para ninguém.

— Como Daniel morreu? — pergunto, querendo saber mais.

Ele parece ponderar se me conta ou não e, no fim, decide me contar, porque ele sabe que vou atrás da verdade.

— Lucy estranhou seu comportamento e veio falar com a gente, ela é uma garota muito esperta. Sabíamos onde vocês estavam. A princípio, me neguei a aceitar o plano dela, mas Lucy insistiu que era a melhor maneira de trazer Ash de volta, até porque você iria atrapalhar se as coisas não fossem da sua maneira.

Ele se ajeita na poltrona, se preparando para falar mais.

— Carl atirou nele, logo depois de Daniel ter disparado em você — meu pai revela e fecho os olhos, me lembrando desse momento.

— Eu vou responder na justiça? — pergunto, preocupado.

A última coisa que eu preciso agora é de algum problema para meu pai resolver, isso não será bom.

— Não. Foi feito um acordo com a família dele, para não envolver nenhum de vocês. Hunter é um bom garoto, favoreceu vocês e o que a família soltou na mídia é que ele foi morto em um acerto de contas — meu pai responde.

Respiro aliviado, mas não deixo de pensar em Lucy e Ash. Eu quero vê-las, eu quero falar com elas e ter certeza de que estão bem.

*

Depois de alguns dias, ganho alta do hospital e Lucy vem ficar comigo aqui em casa. Ela está deitada com seu fone de ouvido e sem as drogas, por alguma razão ela não trouxe nada para casa. Estou com uma latinha de Coca na mão enquanto deixamos Coringa passar na tela da televisão, sem prestar um pingo de atenção.

SebastianWhere stories live. Discover now