Capítulo Vinte e Quatro

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Kate

Desde que recebi a notícia de que Sebastian está acordado, sempre que é permitido, estou com ele.

Embora acordado, os médicos decidem o manter na UTI, mesmo contra os protestos dele. Em algumas ocasiões eu encontrava os pais de Sebastian, algumas vezes só Charlie ou Charlotte.

Na primeira oportunidade que Charlotte e eu questionei o porque dela não ter atendido as minhas ligações quando aconteceu o acidente e ela me pediu desculpas. Charlotte me disse que ela foi a primeira a saber do acidente de Sebastian e que na correria e preocupação com ele acabou esquecendo o seu celular em casa.

Subo até o quarto de Sebastian e abro a porta devagar me aproximando da sua cama e assim que ele me vê abre um enorme sorriso.

— Você aqui de novo, Kate! Já disse que não precisa se preocupar comigo — Sebastian fala, mas não consegue conter o sorriso em seu rosto.

— Como se isso fosse suficiente para me impedir — falo e reviro os olhos. — Como você está?

— Estou bem melhor agora que estou prestes a ir para o quarto — fala aliviado.

— Então vou poder vir te ver com mais frequência — falo sem me importar em mostrar a alegria em poder vê-lo mais vezes.

Liccya, Ash, ao hospital desde que tudo aconteceu, alegam que é um momento só para a família e que, quando ele estiver recuperado, irão visitá-lo.

— Os meninos mandaram lembranças — falo e me sento na borda da cama.

— Eu sei, eles não param de me ligar e, de acordo com o meu pai, eles estão ansiosos para me ver — Sebastian fala como se não fosse nada.

— Sebastian, está tudo bem? — questiono, observando-o.

Desde que ele acordou, eu o sinto tenso e, por mais que eu tente descobrir o que aconteceu aquele dia, todas as minhas tentativas são falhas.

— Está tudo bem sim, loirinha, por que não estaria? Estou vivo e ainda por cima com a namorada mais linda do mundo.

Sebastian fala e sinto o meu rosto ficar vermelho, ele ri. Ele tem o dom de me fazer corar com facilidade, mas logo me recobro e volto ao assunto que ele tenta evitar.

— Desde que acordou, sinto você tenso, nervoso. Você está aqui e ao mesmo tempo não está.

Deixo o peso do meu corpo cair, me aproximo dele, que puxa a minha mão e alisa os meus dedos. Sinto meu corpo se arrepiar com seu toque.

— Deve ser porque eu estou tenso e nervoso. Eu achei que iria morrer e que iria te perder — ele fala e vejo os seus olhos marejarem.

— Você não vai me perder. Eu tive medo também.

Os olhos brilham com a minha declaração, assim como ele, eu também tive muito medo de perdê-lo. Sebastian é um garoto forte, que vem conquistando o meu coração dia a dia e os meus dias não são iguais sem ele.

Nos dias em que ele não foi ao colégio, as aulas pareciam sem graça e monótonas. Os amigos de Sebastian vivem me parando para questionar se eu o vejo e como ele está de verdade.

Antes que pudéssemos falar mais alguma coisa, a porta é aberta e um médico e duas enfermeiras entram e abrem um sorriso amistoso para mim. Eu acabei fazendo amizade com alguns médicos e enfermeiras aqui do hospital enquanto esperava pelo horário de visita, já que eu sempre chego mais cedo do que o horário previsto.

— Vamos dar uma festa e não estou sabendo? — Sebastian zomba e me esforço para poder segurar o riso.

— Droga! Esqueci de chamar os seus amigos, não é querido? Falha minha. Uma festa sem amigos não é uma festa — uma das enfermeiras retruca no mesmo tom brincalhão de Sebastian.

Acabo soltando a risada que estava presa e ambos olham em minha direção. A expressão de Sebastian é hilária com a resposta da enfermeira.

— Desculpe, eu não pude evitar — falo e balanço a cabeça negativamente. Todos sorriem de volta.

A enfermeira sorri para mim e começa a mexer nos equipamentos ao redor de Sebastian. O médico e a outra enfermeira esperam pacientemente enquanto ela remove cada um dos equipamentos com cuidado.

— Agora você vai fazer uma festa, mas não será mais na UTI — o médico anuncia, entrando na brincadeira também.

— Sebastian, vou dar uma saída e mais tarde venho te encontrar nas suas novas instalações — falo e me viro para sair.

— Se você for embora sem me dar um beijo, não precisa nem voltar.

Sebastian fala e sinto o rosto corar e, ele sabendo disso, se diverte às minhas custas. Eu dou um selinho em seus lábios e me viro indo em direção a porta. Dou mais uma olhada pelo quarto antes de sair e noto que o clima no quarto é agradável e a expressão do meu namorado é de pura felicidade.

Se Sebastian está feliz, eu também estou.

*

Sebastian terá alta logo e, desde que ele mudou para o quarto, fico todos os dias ao seu lado. Sempre tenho algo para ele, alguma surpresa ou novidade para entretê-lo.

Ele é um jovem ativo, então ficar parado é o fim para ele e teimoso como é, preciso usar todos os argumentos possíveis para ele permanecer em repouso. É difícil convencê-lo de que todos os cuidados são necessários para a recuperação dele, mas ele acaba cedendo.

Chego ao hospital, me identifico na portaria e subo até seu quarto. Ao contrário das outras vezes, ele não está sozinho, Liccya está com ele.

— Loirinha, você chegou! Eu estava ansioso por sua visita — ele fala e sorri.

— Eu estive aqui ontem, Sebastian — retruco.

— Eu sei, mas mesmo assim. — Ele sorri.

Ficamos os três conversando e dando risadas. É tão bom ver Sebastian leve dessa maneira e não ficar se prendendo apenas a mim.

Aos poucos estou tendo meu Sebastian de volta e isso me faz sorrir internamente.

SebastianWhere stories live. Discover now