trinta e seis

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NATALYA
um ano e meio depois

Ajeito o vestido solto em meu corpo e olho para a casa de tia Esmeralda, esperando ela sair para me atender.

— Oi, querida! — Falou quando me avistou e eu sorri, acenando para a mesma.

Ela não demorou para se aproximar, abrindo o portão pra mim e me abraçando como cumprimento.

— Tenho novidades! — Digo e entro, a seguindo para dentro de casa.

— Você some, mas sempre volta cheia de coisas para contar. — Disse e eu ri.

— Agora está mais difícil de vir aqui, a senhora sabe. — Falo e me sento no sofá, vendo ela fazer o mesmo ao meu lado.

— Saudades de quando você morava pertinho. — Falou e fez bico, me fazendo rir.

— A senhora foi a que mais me incentivou a me mudar, tia. — Rio.

— É verdade. — Disse. — E como você está indo? — Perguntou animada.

Eu sorri, começando a contar como estava sendo morar sozinha pela primeira vez na minha vida.

Depois de alguns meses de ter decidido focar um pouco em mim e em minha vida, eu consegui um trabalho e saí da casa dos meus pais. Era libertador ter o meu próprio cantinho.

— Enfim, eu estou amando! — Falo sorrindo abertamente.

— Que bom, querida, fico muito feliz. — Tia Esmeralda sorriu. — Sabe quem eu vi no mercado esses dias? A ridícula da sua irmã. Quase fui nos cabelos dela.

Soltei uma gargalhada.

Dona Esmeralda já não gostava da Nayara, depois que soube que a mesma tentou enganar e atrapalhar Philippe e eu, ela quis esganar a minha irmã.

Não a julgava.

Eu mesma havia discutido com Nayara. Obviamente brigamos e eu – finalmente – a enchi de tapas.

Foi incrivelmente satisfatório.

— Que bom que não foi, só iria perder o seu tempo. — Digo.

— É verdade. — Concordou. — Sim, querida, me diga as novidades! — Pediu, dando um tapinha em minha coxa.

— Ai, tia! — Falo e solto uma gritinho. — Lembra que lhe disse que iria tentar uma faculdade fora daqui?

Ainda me encontrava insegura sobre aquela minha decisão de me mudar de país e fazer faculdade, mas eu já tinha decidido aquilo a tempos, não mudaria de ideia agora.

Trabalhei e estudei bastante para conseguir, não daria para trás.

— Vai ficar mais longe ainda de mim. — Fez drama e eu ri. — Mas eu lembro. E então? Saiu o resultado? — Perguntou igualmente animada.

— Saiu. — Digo e faço um suspense. — A senhora está olhando para a mais nova estudante da Universidade de Barcelona!

Ela soltou um grito, me abraçando apertado.

— Parabéns, Naty!

— Obrigada!

— Você vai se sair muito bem, eu tenho certeza. — Disse e se afastou, segurando em minhas mãos. — Bela escolha de destino. — Sussurrou e eu sorri.

Sabia que ela dizia aquilo por causa do Philippe, e eu concordava. Havia sido mesmo uma bela escolha.

Esperava o ver novamente.

*
PHILIPPE

Saio do banheiro esfregando a toalha em minha cabeça, secando o meu cabelo. Jogo a que estava enrolada no meu corpo sobre a cama e visto a cueca e uma bermuda moletom.

Coloco as toalhas no lugar e me jogo na cama, pegando o meu celular.

Tinha algumas mensagens da minha mãe, perguntando se eu estava bem e como havia sido o meu dia.

A respondi rapidamente e em seguida entrei no meu Twitter.

phil.coutinho, nada de p_algumacoisa.

Eu nem sabia se aquela conta ainda funcionava, deixei de a usar depois que a Natalya havia dito que não iríamos dar certo.

Fiquei triste por vários dias seguidos, mas mesmo assim não invadi o espaço dela e mandei mensagem.

Se ela achava melhor daquele jeito, tudo bem. Eu podia esperar o tempo dela. Só espero que ela saiba disso.

Rodei todo o Twitter, não vendo nada de interessante, então logo deixei o celular de lado e me aconcheguei em meio ao cobertor, me preparando para dormir.

Não demorei para conseguir.

*

natcomy
olá, p alguma coisa! :)
espero que você ainda tenha isso aqui, pois tenho novidades!

**
ela cresceu tão rápido
🥺

Twitter ━━ Philippe CoutinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora