vinte e cinco

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NATALYA

Bufo e me sento na grama, colocando a pasta ao meu lado e encarando um ponto qualquer do parque.

— Cheguei! — Ouço depois de um tempo e levanto a cabeça, vendo Philippe se aproximar com uma sacolinha em mãos.

Havíamos combinado de nos encontrar ali naquele horário. Nós dois estávamos bem, só que agora não tinha mais beijos.

Era uma pena, pois os beijos dele eram bons, mas fui eu quem escolhi. Por que continuar com algo que nunca daria certo?

— Estou vendo. — Digo baixo.

— E eu passei na padaria. — Falou e se sentou ao meu lado. — Comprei sonho pra gente.

— Seu pai é padeiro?

— Não, porque?

— Porque você é um sonho. — Digo e ele ri.

— Sou mesmo. — Disse.

— Credo, convencido. — Falo e ouço a risada dele outra vez, sentindo seus lábios em minha bochecha em seguida, onde ele deixou um beijinho. — Como está?

— Estou bem. — Deu de ombros, tirando os sonhos da sacola. — Toma.

— Obrigada. — Murmuro e pego o doce junto com o guardanapo.

— Conseguiu alguma coisa? — Perguntou e olhou para a minha pasta, onde estava os meus currículos.

— Não. — Digo e dou uma mordida no meu sonho.

— Vou te levar comigo pra Barcelona e lá você arruma um trabalho legal. — Falou e eu ri.

— Já me fizeram essa proposta.

— Mesmo? Quem? — Perguntou curioso e eu ignorei.

— Quando você vai embora? — Pergunto.

— Que foi? Já quer se livrar de mim?

— Sim. — Respondo, vendo Philippe me olhar chocado e colocar a mão no peito. — Cansada de olhar para a sua cara todo santo dia.

— Isso machuca, sabia? — Perguntou e eu ri.

— Só estou brincando, você sabe. — Falo e mordo o meu sonho outra vez.

— Aham, sei. — Falou desconfiado. — Tenho um tempo aqui ainda. — Respondeu a pergunta.

— Legal. — Digo. — E é assim que quer aproveitar as suas férias?

— Assim como?

— Sentado no pé de uma árvore e comendo sonho comigo. — Falo.

— Tem coisa melhor? — Perguntou sorrindo e eu senti meu rosto esquentar. Ele riu. — Eu gosto quando você fica vermelha. É fofo.

Não o respondi, apenas observei ele se afastar um pouco e então deitar a cabeça em meu colo, olhando para o céu.

— Vamos pensar em algo para fazermos hoje a noite. — Falou.

— Eu não sei você, mas eu estarei tranquila em minha casa, jogada na minha cama e assistindo algum filme legal no meu notebook. — Digo.

— Ok, é isso que faremos hoje a noite. — Disse e eu franzi o cenho, o olhando.

Não discuti, e então ele pegou em minha mão, brincando com a mesma. Mordi o lábio, sentindo o choquinho.

*
PHILIPPE

Rio e me jogo na cama, deitando e olhando para Natalya, que estava sentada na ponta da mesma, parecendo envergonhada.

Twitter ━━ Philippe CoutinhoWhere stories live. Discover now