Oliver havia ficado desleixado desde o sumiço de sua mãe, e tampouco se preocupava com coisas banais. Seu quarto, agora já estava bagunçado, e sua aparência já ganhava alguma diferença. Seu cabelo, por exemplo, já havia crescido alguns centímetros, e ele possuía uma pequena espécie de franja.
Mas de qualquer modo, ele ainda tinha noção de certas coisas. Havia acordado cedo e já estava preparado para deixar sua modesta casa rumo a Academia, após as férias pouco prolongadas devido aos acontecimentos passados.
Eskkad sentava-se frente à janela, como se esperasse pelo retorno de Luna a qualquer momento, como num passe de mágica, mas não aconteceria assim. Não era assim, e ele sabia.
— Já está indo?
— Sim. – respondeu Oliver secamente, sem sequer olhar para seu pai, que agora cortejava um início de barba grossa no rosto claro.
Oliver bateu a porta, sem remediar, para ir embora, mas ainda pôde ouvir seu pai resmungar em voz baixa. Estou cansado disso, disse o homem, de forma solitária, sentindo-se culpado.
O garoto suspirou fundo do outro lado da porta. Estava mais cedo que o de costume, portanto, caminhou por áreas até então desconhecidas por ele, fazendo com que o tempo passasse. Endereços desconhecidos, como a Praça do Peixeiro, e o Portão de Pedra foram descobertos por ele, e no primeiro, um senhor de cabelos longos acenou, como se o conhecesse.
Era de se esperar que a história em que o mesmo foi envolvido já estivesse na boca de muitos, e assim foi. Mesmo com as ruas não estando lotadas, muitos cidadãos o olhavam curiosos, mas ele preferiu não dar atenção, olhando reto e tomando a direção definitiva para a Academia dessa vez.
Por incrível que pareça não fazia frio naquele momento, e quando Oliver apontou próximo a entrada do local de destino, o inspetor o esperava, com suas vestes cinzas.
— Bem vindo. – disse com um sorriso curioso. — De volta, claro. – concluiu.
Oliver acenou com a cabeça, e Salazar o acompanhou lado a lado até o interior. A Academia praticamente não havia mudado. A grande estátua permanecia por aquelas bandas, ambos os recipientes com água, também, mas o chão eu tenho que admitir que estava bem mais limpo que das últimas vezes.
— Ignore os idiotas que estiverem o olhando. Faça assim, não dê atenção a eles. Muitas pessoas não aguentam com o sucesso alheio. – comentou com um tom raivoso, mas em voz baixa, e Oliver o olhou de rabo de olho, sem entender bem.
De fato, o que aconteceu foi exatamente o que o companheiro havia salientado. Muitos alunos o olhavam, assim como os civis na ocasião anterior. Os professores, educadamente, cumprimentaram-no, sem dar detalhes ou deixar rastros de curiosidades.
Desses alunos, alguns o encaravam com um sorriso amigável, e outros com certo desprezo. Afinal, a fama traz certas coisas, para o bem ou para o mal.
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Crônicas Elementais: Oliver e o Rei Louco (short version)
FantasyApós a sofrível missão para encontrar o Mago Azul, Oliver retorna às aulas e ao treinamento duro, e auxiliado por Virgo, se aproxima cada vez mais da manifestação elemental, enquanto Eskkad e a Água estudam a fuga de Luna. Concomitante a isto, os Re...