4. Olhos de gelo

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Após o relato de Augusto e Lúcia na noite anterior, eu havia ido dormir sentindo cansaço extremo. Tudo aquilo era transtorno demais para Maia.

Após o café da manhã, todos nós estávamos com olhos de uma noite mal dormida, nos preparamos para mais um dia.

Lúcia em breve iria para o aeroporto, Augusto iria para o prédio e livraria e eu iria á farmácia do hospital Nurse buscar alguns remédios para Maia a pedido dele - com a receita de um médico de New York.

Minha mãe, Dorotéa Gerald provavelmente passariam o dia a espera de poder fazer qualquer coisa por Maia em nossa ausência.

Augusto havia colado uma escala com os horários dos remédios da filha na porta da geladeira para não esquecer; confesso que não gostei da ideia de Maia se sentir tão exposta, mas meu padrasto parecia sensível para críticas.

Lúcia, antes de ir embora, foi até mim enquanto eu vestia um casaco na sala:

- Pedro, soube que está se formando em terapia.

- Sim. Estou.

Ela abriu um sorriso acanhado. Ela exibia uma beleza muito triste aquela manhã sem a maquiagem e o cabelo em penteados formais demais. Era só uma irmã triste e culpada.

- Admiro a profissão que escolheu - comentou ela - Sei que não somos próximos mas, posso fazer um pedido?

- Seu eu puder ajudar - disse a ela.

- Maia consegue conversar melhor com pessoas da mesma faixa etária. Seria muito gentil da sua parte se pudesse ouvi-la se ela precisar - disse ela segurando as mãos.

- Claro, entendo - confirmei - Não me surpreende ela estar isolada, foram muitos acontecimentos.

- Nós nem sabemos de tudo - Lúcia engoliu em seco e afastou as lágrimas - Bem, obrigada - ela estendeu a mão, como se estivéssemos acertando um acordo.


Ao entrar no prédio do prédio do hospital Nurse dirigi-me ao recepcionista chamado Marcos. Após informá-lo que procurava a farmácia ele informou-me as coordenadas e entrei no elevador.

Franzi a testa ao perceber que os remédios que o farmacêutico me deu eram em sua maioria ansiolíticos.

Ao voltar novamente a recepção no primeiro andar, indaguei a Marcos se havia terapeuta no hospital.

- Doutor Rodolfo McGraw. Atende nas quartas, quintas e sextas, gostaria de agendar uma seção?

Assinei alguns documentos e marquei minha seção para possivelmente, o Dr. McGraw pudesse me tirar duvidas.


Antes de voltar para a mansão, decidi fazer uma parada no prédio "Books-and-Home Sofig" que ele e minha mãe administravam, era uma mistura de livraria e hotel que todos amavam com aquela aparência rústica e elegante com dezenas de vidraças.

Encontrei Augusto sentado em uma poltrona em uma das salas de estar lendo alguns documentos sobre o colo. Parecia estar lutando para não cair no sono.

Permaneci parado ao lado das plantas, próximo a porta e aguardei que ele se detraísse um instante para que eu me aproximasse.

- Pedro! - ele abriu um sorriso amarelo e pediu que eu aproximasse

- Só vim saber se precisa de algo - disse ao sentar-me em uma poltrona ao seu lado.

- Até agora não, obrigada filho - disse ele.

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