3. A Chegada

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Na manhã seguinte, quando desci as escadas e adentrei na cozinha, encontrei minha mãe de pé na porta dos fundos com uma xícara de leite nas mãos.
Abracei-a e olhei para a paisagem melancólica adiante que se edtendia.

O quintal de gramado verde escuro  com mesas e cadeiras de chá ao redor rodeadas por jardins estavam salpicados de neve e envoltos em névoa densa. Os arbustos se encarregavam de esconder os muros ao redor da propriedade. Nem dava para ver  o  celeiro e as longas árvores picea engelmannii, pinus taeda, populos fremontii nãos e viam.

Dirothéa surgiu com botas e casacos, em meio á névoa trazendo uma cesta cheia de legumes coloridos e um sorriso nos lábios.

- Vamos fazer um jantar especial hoje - comentou minha mãe - Gerald foi comprar alguns ingredientes na cidade.

- Tem algo que eu possa fazer? - indaguei.

- Na verdade, sim querido - respondeu imediatamente olhando-me com os olhos murchos de uma noite mal dormida. - Preciso que leve uma encomenda da livraria na residência do pastor Oséias, eu teria pedido que Gerald levasse, mas esqueci.

- Desde quando fazem entregas aos domingos senhora Mariana? - semicerrei meus olhos ao entender o propósito do pedido dela.

Oséias Cury, era um amigo da família a anos, e por acaso era o pai de Rebeca.  Intencionalmente minha mãe queria que eu e ela nos reencontrássemos.

Tentei convencer-me anão criar expectativas já que ela provavelmente estaria na escola dominical com sua família.

Vinte e cinco minutos depois, eu dirigia pelas ruas tranquilas de Abingdon.

Passei pela frente do prédio e livraria de altitude admirável administrado por minha mãe e Augusto no centro da cidade entre edifícios conservados de arquitetura remota a 1700 na beira da pista para uma praça e avancei em direção ao bairro clichê e calmo da residência dos Cury.

A casa branca de dois andares estava silenciosa e levemente iluminada pelo sol determinado a se opor a névoa.  Assim que estacionei o carro na calçada, peguei o pacote embrulhado do banco do carona e caminhei pela paçarela de blocos brancos entre o gramado úmido.

Toquei a campainha esperando ser recebido por alguém que trabalhasse na no lar, porém fui cativado pela figura maravilhosa de Rebeca Cury.

Ela tinha os pés em meias coloridas, usava um vestido florido por cima de uma camisa branca de mangas cumpridas, cabelos caracolados e claros que caiam com cascata atrás do pescoço e seu rosto delicado estava corado de frio.

Assim que ela reconheceu-me debaixo do doudoune preto entreabriu os lábios em um sorriso:

- Pedro? - sua voz linda e suave entranhou em meu coração enrolando as palavras em minha língua.

Após abraçar-me afetuosamente ela afastou-se ao ver o pacote em minha mão.

- Dirigiu até aqui para entregar livros ao meu pai? - ela ergueu as sobrancelhas claras - Entre, está congelando aqui fora.

Ela me conduziu para dentro de sua casa de tons claros, mobília elegante e piso de porcelanato branco.  Sentamo-nos em sofás na sala de visitas e finalmente consegui falar:

- Não imaginava encontrá-la em casa.

- Por isso aceitou trazer a encomenda?

- Talvez.

Rebeca recostou-se no sofá, e conteu o sorriso.

- Nunca saiu do meu coração Pedro - ela disse, naturalmente, sem prévio aviso de que falaria dos seus sentimentos.

VIVAWhere stories live. Discover now