31

329 34 7
                                    

P.O.V Harry

FlashBack On

Assim que cheguei na festa avistei Mitch, que veio em minha direção rapidamente, seu semblante mostrava que o mesmo estava preocupado.

É, parece que todo mundo já sabe da notícia, pensei.

— Ei, cara, eu sinto muito, sério mesmo, tia Anne era muito amada. — ele parecia triste e eu assenti.

— Obrigado, cara. — o encaro o mesmo e sinto meus olhos arderem, pisco rapidamente, tentando espantar as lágrimas. — Eu só quero esquecer de tudo por um tempo. Você tem algo forte para mim aí? — pergunto, e ele balança a cabeça em negação.

— Eu até tenho, cara, mas não acho que se drogar seja a solução para o seu luto. — sinto a raiva contaminar meu corpo e o encaro bravo, ele segura meu braço e tenta me levar para fora, mas desvio de seu toque.

— Você não sabe o que eu tô passando, Mitch. Só eu sei o que é bom para aliviar minha dor. — dei ênfase em "minha", deixando claro que ele não me impediria de qualquer forma. — Então mesmo que você não me deixe me drogar aqui, eu vou para outro lugar fazer. — ele tenta dizer algo, mas antes que tenha chance, eu retorno a falar, dessa vez apontando meu dedo indicador para seu rosto. — Não diga nada, eu sei o que eu tô fazendo, eu não tô bem. Eu vou sentir muita saudade dela, ela se matou, Mitch. Minha mãe se matou, eu não sei como vou conseguir viver sem ela. Eu não sou nada sem ela. Absolutamente nada. Então, por favor. Por favor. Me deixe em paz. — entro na multidão de adolescentes em minha frente, tentando fugir de Mitch, subo para o segundo andar à procura de Nate — mais conhecido como o "traficante" de merda da nossa escola.

Ele já foi suspenso mais de sete vezes por ser encontrado fumando atrás da quadra de futebol. Ele só não foi expulso porque é um filhinho de papai e tem tudo que quer e quando quer.

Eu encontro o mesmo conversando com uma menina loira, que o comia com os olhos.

— Nate. — o chamo quando já estou perto o suficiente, ele desvia sua atenção da loira e sorri sarcástico quando me vê.

— Harry, que surpresa. Pensei que logo depois que acabássemos a escola você iria sumir pelo mundo, mas parece que eu estava errado. — seu sorriso sarcástico parecia crescer mais e eu me segurava para não quebrar seus dentes. — O que você quer?

— Eu quero o que você tem de mais forte. — digo rapidamente e o moreno me encara confuso, seus olhos azuis se arregalam por um momento. — Você sabe muito bem do que eu estou falando, seu merda.

— Calma aí, Harry. Você sabe que é bem caro o que você quer, né? — ele abrindo discretamente seu casaco, onde havia todas suas drogas penduradas.

— Eu estou pouco me ferrando para o dinheiro. — pego as cinco notas de cem do meu bolso e entrego para o garoto à minha frente, ele passa a droga rapidamente e eu enfio no meu bolso.

— Foi ótimo fazer trabalho com você, Harry. — ele fala sarcástico e volta a sua atenção para a loira.

Saio do corredor e vou em direção ao banheiro, abro o saquinho onde o pó branco estava. Coloco-o no mármore da pia, pego meu cartão de crédito e faço uma fileira. Aproximo meu rosto do mármore e tapo minha narina esquerda e logo cheiro a carreira de pó rapidamente, sentindo uma queimação. Meu nariz arde e me sinto um pouco tonto, não demora muito para a droga fazer efeito, meu corpo fica leve e minha visão embaça algumas vezes.

Saio do banheiro, logo esbarrando com uma garota que não consigo reconhecer. Mas me viro para mesma e vejo que é Rue. Seu rosto parece se distorcer e eu pisco algumas vezes tentando enxergar seu rosto normalmente.

SHEWo Geschichten leben. Entdecke jetzt