48. Penúltimo

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De fato devo recolher o corpo logo, afinal eu já deveria ter feito isso, ou a própria polícia tinha de ter levado

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De fato devo recolher o corpo logo, afinal eu já deveria ter feito isso, ou a própria polícia tinha de ter levado.

Isso infelizmente não foi o que eles fizeram, na correria acabaram nem percebendo o ocorrido, e nem deu tempo de eu falar que na verdade minha mãe estava bem ali ao lado morta.

Na real, confesso que estou ainda sem coragem de entrar no quarto.

Sei que isso é preciso. Então me levantei do sofá ainda desanimada e triste, fui até o quarto e entrei.

Ao ver ela, novamente comecei a chorar. Sei que isso não vai fazê-la voltar bem que eu queria, porém não será mais possível.

_ Descanse em paz mãe, você foi uma incrível guerreira.

Enxuguei minhas lágrimas que insistiam em cair sobre o corpo dela.

_ Eu preciso organizar um enterro, convidarei alguns familiares, sei que nunca a gente se deu bem com eles. Mas esse é um caso diferente.

Falei para ela como se a mesma estivesse realmente me escutando, ainda não me caiu a ficha de que ela morreu mesmo.

Algumas lembranças estão passando lentamente por minha mente, lembro de tudo dos conselhos dela quando eu resolvia fazer alguma burrada, sei lá de alguma forma ela sempre previa e me avisava, mas eu não dava atenção.

Me recordo de tudo, dos momentos bons que passei ao lado dela, que no caso foram poucos e principalmente dos ruins.

Amanhã mesmo eu preciso organizar o enterro dela, se demorar mais tempo do que isso, acho que ela vai apodrecer aqui.

Isso se já não estiver. Me sinto muito triste ainda, é tão recente. Tudo culpa daquele idiota, nunca mereceu a esposa que tinha.

Mas tudo o que eu quero nesse momento é encontrar a minha filha, e tentar finalmente ser feliz ao lado dela e de mais ninguém.

Ouço a campanhia tocando. Me levantei do chão e segui até a porta, ao abrir dei de cara com Lorenzo.

_ Você aqui de novo?. _Perguntei.

_ Posso entrar?.

Eu iria dizer um não, mas seria um tanto indelicado da minha parte.

_ Claro entre.

Dei um sorrisinho meio forçado, porém acho que ele não percebeu.

Ele entrou e foi logo sentando-se no sofá, esse Lorenzo é tão folgado até agora eu não entendo afinal por que eu gosto  tanto dele?.

_ Huum, tá na cara que você tem algo para me falar né?. _Perguntei a ele.

_ Sim, tenho uma boa notícia.

Eu sorri.

_ Qual, diga logo homem?.

_ Sua filha. Encontraram ela.

Em uma atitude involuntária acabei abraçando ele, mas logo o soltei rapidamente.

_ Sério?. E já prenderam o Jonatas, ou melhor já mataram ele de vez?. _Cruzei meus braços.

Respirei fundo esperando a resposta dele, pois se Jonatas não estiver morto eu mesma vou matá -lo, quero ter certeza de que dessa vez vou viver em paz.

_ Sim Mila, ele já está preso novamente.

Ele arregalou os olhos e completou suas falas.

_ Matar ele sério isso Mila?, você não mata nem uma mosca.
_Ele riu zombando de mim.

Revirei meus olhos e fiz uma cara de emburrada.

_ Olha aqui eu quase matei o meu pai, foi por muito pouco.

Não sei se eu deveria mesmo estar falando isso, mas enfim eu como sempre sendo burra.

_ Atá conta outra né?.

Ele riu e parece não ter acreditado.

_ Tá não é hora de conversar, diga-me aonde está a minha filha?.

_ Am isso eu já não sei.

O que?, como assim ele não sabe.

_ Oxi tá doido é. Mas quem te disse que tinham achado ela?.

_ Eu recebi uma ligação daquele segurança lá.

_ Tá isso está bem estranho. _Falei com um olhar de desconfiada.

No mesmo momento o telefone dele começou a tocar, ele atendeu. Pelo visto é sobre a minha filha.

_ Fala logo, ela está bem?. _Perguntei.

_ Sim calma, ela tá bem. Vamos para o aeroporto?.

_Ela tá lá?. _Perguntei

_ Óbvio que sim né. _Ele respondeu.

Peguei minha bolsa e rapidamente saímos, novamente estamos indo no carro do Lorenzo.

Chegando no aeroporto já avistei minha filha no colo do tal segurança. Fui até ele e sem falar nada acabei pegando minha filha.

_ Nossa eu quase morri mds. _Falei.

_ Calma moça já encontramos ela. _Falou o paspalho do guarda.

_ Sim eu já estou vendo bem. _Virei-me no intuito de sair dali.

Mas Lorenzo me segurou pelo braço, acabei me virando e olhando para ele.

_ Espera, eu preciso te falar uma coisa.

Ele começou a gaguejar.

_ Pois bem, diga então.

_ Sabe Mila, na verdade é mais um pedido.

Como assim pedido do que ele está falando?.

_ Não estou entendendo é nada.

_ Quer ser minha namorada?.

Finalmente ele falou, achava que não iria sair nunca esse pedido, afinal ele disse que não queria mesmo nada comigo.

_ Não estou te entendendo Lorenzo, você mesmo disse que não queria nada sério comigo, e que aquele beijo foi só um momento.

Respirei fundo estou me controlando para não meter minha mão na cara dele, de fato minha bebê atrapalha um pouco isso.

_ Mas sabe, as coisas mudam e as pessoas também.

Balancei a cabeça.

_ Mas assim eu gostava mesmo de você, só que agora não sei mais se eu gosto ainda.

_ Acho que aqui não é local para se falar isso. _Falou o segurança.

Acabamos saindo e entramos no carro em silêncio, eu não falei mais nada e ele também não.

Lorenzo estava dirigindo em total silêncio. Quando derepente ele segurou uma de minhas mãos, mas eu não me esquivei, no fundo confesso que ainda gosto dele.

_ E aí você ainda não me respondeu?. _Ele insistiu.

Inguli um pouco de saliva em meio ao nervosismo.

_ Tudo bem não precisa me responder agora.

Acho que isso significa que ele vai me dar um tempo para pensar, e de fato eu preciso mesmo.

_ Eu preciso de um tempo ainda para pensar, pode ser?.

_ Claro, você está no seu direito. _Foi apenas isso que ele disse.

Depois permaneceu o resto do percurso quieto até que chegou na minha casa.

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