Capítulo 28 - "Maro"

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Ilha onde são realizadas as aulas práticas, 16h00...

Lucy

Depois da batalha contra as estátuas, andamos durante um longo período de tempo e enfrentamos várias outras criaturas, perdendo cada vez mais energia mágica.

Neste momento poucos ainda estavam de pé: a Levy estava inconsciênte há quatro horas e continuava a perder muito sangue, o que deixava o Gajeel desnorteado; a Juvia tinha perdido os sentidos depois de derrotar sozinha um monstro com o tamanho de dois prédios; a Wendy gastou demasiada energia mágica a tentar curar o braço da Levy, e estava esgotada, às cavalitas do Romeu.

O Happy e a Charls estavam cançados de andar sempre a carregar connosco no céu e o Lily tinha perdido grande parte da sua magia na luta com as estátuas. O Loke estava cá há alguns minutos, mas acabou por não aguentar e voltou para o mundo dos espíritos.

Uma figura sinista apareceu por entre o fumo e a poeira que se tinha levantado, lançando um raio verde que atingiu alguns dos nossos. A figura possuía roupas largas e todas negras, com um estranho cabelo branco.

A mesma figura levantou a cabeça e pude ver que tinha olhos brancos e lábios negros.

– Lucy Heartfilia? – Questionou o mesmo, olhando-me nos olhos.

A minha boca abriu-se de espanto. Quem estava ali, bem na minha frente, era um dos poucos amigos de infância que tive.

– Maro? – Perguntei mais a mim própria do que a ele, deixando os meus joelhos bater no chão.

Fiquei assustada com a aparição dele. Aqui, agora...

– Ah, então afinal ainda te lembras dos velhos amigos. – O mesmo disse-me com uma expressão orgulhosa.

Comecei a tremer. Eu achava que o Maro tinha morrido num acidente de carro.

Começaram a cair lágrimas dos meus olhos, e estava paralizada, sem qualquer reação.

Natsu

– Maro? – Repeti, encarando a Lucy.

No local onde nos encontrávamos não existiam runas , o que nos permitia usar magia. Mas em compensação, o número de monstros aqui era dez vezes maior.

A Lucy estava ajeolhada perante aquele rapaz, enquanto este a olhava atentamente. Por alguma razão, ter aquele desconhecido a olhar para ela deixou-me irritado.

Quando me aproximei vi o rosto da Lucy lavado em lágrimas.

– Lucy! O que é que se passa? – Dei por mim a gritar. Ela parecia apática, como se não me estivesse a ouvir.

O indivíduo levantou a sua mão na minha direção e fui atingido por um raio verde. O homem fez tudo aquilo sem sequer desviar o olhar da Lucy.

– Parvalhão... Porque é que estás a olhar para ela assim?! – Rosnei-lhe, mas ele ignorou-me, o que me levou ao limite.

– Faz parte da educação olhares para as pessoas quando estás a falar com elas! – Bufei.

– Exato, por isso é que estou a olhar para a Lucy. Não é? Velha amiga... Lucy Heartfilia. – Respondeu-me aquele idiota.

A Lucy reagiu às suas palavras, escondendo a cara entre o cabelo. Algo estava a escapar-me nesta história.

– Tu... – Começou ela.

– Tu... Não tinhas morrido? – Perguntou ela, com o olhar colado no chão.

– O quê? Vocês conhecem-se? – Perguntei, mesmo não querendo.

– Então foi isso que te disseram? – Questionou o homem.

A Lucy encarou-o e mais lágrimas correram até ao seu queixo.

– Como assim "o que me disseram"? – Expludio, levantando-se bruscamente.

– Tu morreste num acidente de carro quando foste passar férias à tua Terra Natal! – A loirinha gritou, encostando-se ao homem e batendo-lhe no peito.

Vê-la com ele deixou-me descontrolado.

– H-Hey, Lucy. O que é que estás a fazer? – Perguntei como se fosse um cachorro que tinha perdido o dono. Ela ignorou-me (mais uma vez) e afastou-se do homem.

O seu rosto estava tapado pelo cabelo e só dava para ver a sua boca, que rapidamente fez um sorriso sinistro.

– Idiota... – A loirinha pronunciou baixo.

Formou-se um silêncio constrangedor, o que parecia tornar o sorriso da Lucy ainda mais assustador. Por que raio é que ela estava a sorrir?

– Magia da ilusão, não é verdade?... – A mesma questionou, rindo-se baixinho.

Lucy

Depois de pronunciar as minhas últimas palavras peguei na chave dos Gemini e levantei a cara. Cortei o ar com a chave e gritei "Gemini!".

Uma segunda Erza surgiu com a armadura das espadas e rapidamente golpeou o Maro no peito.

– Erza! – Gritei.

A verdadeira Erza respondeu ao meu chamamento e rapidamente reequipou para a armadura da Imperatriz das Chamas. Ambas as Erzas se juntaram e derrotaram o Maro.

– A magia foi mal escolhida... – Disse baixo.

– Eu própria fui ao enterro do Maro e vi-o morrer. Era impossível o Maro ir de férias para a sua Terra Natal quando já vivia nela, a minha cidade. A cidade onde também eu tinha nascido. – Expliquei.

O Natsu não pareceu estar a entender a minha explicação, por isso repeti de uma outra maneira.

– Este homem é como uma cópia, tal como a segunda Erza. Magia da ilusão: lê os corações de quem cai nela e utiliza as recordações mais dolorosas das pessoas para as derrotar. Eu achava que aqui não haviam runas, no entanto parece que o Freed deixou esta magia como um presentinho. – Informei.

Senti logo a seguir um vento a vir pelas minhas costas e ouvi o Natsu gritar o meu nome. Quando me virei para trás, o Natsu tinha sido atingido por um dos raios verdes do Maro. Ele tinha-se atirado para a frente para me proteger...

– Natsu! – Gritei, vendo o seu corpo a ser projetado para longe.

Corri até ele e chamei-o, mas ele não me respondeu. Quando cheguei perto dele, os seus olhos estavam fechados.

– Natsu! – Voltei a gritar, levantando a sua cabeça e pousando-a no meu colo. As minhas lágrimas começaram a cair no seu rosto e ele abriu os olhos lentamente.

Comecei a soluçar e ele sorriu.

– És um idiota! – Gritei, deixando cair a minha cabeça no seu peito.

– Estás... Bem? – Ele perguntou-me, com esforço.

– Como é que me perguntas isso? É claro que eu estou bem! Mas tu não! – Berrei, levantando a cabeça.

– Beija-me. – Pediu ele, com um sorriso perverso.

Corei e parei de chorar.

– O... O quê? – Acabei por perguntar sem saber o que fazer.

Ele riu-se baixinho e puxou a minha cabeça para baixo. Não sabia o que fazer: ele tinha acabado de me pedir para o beijar e agora estava a chegar-me para perto dele.

Ouviu-se uma explosão e rapidamente levantei a cabeça, assustada. Não conseguia ver nada, apenas uma grande nuvem de poeira. O Gajeel e os outros estavam a tossir por causa do fumo e tentavam ver alguém no meio da fumaça, mas nada.

Dez segundos depois, duas Erzas saíram de dentro da grande nuvem com sorrisos confiantes. Mais uma vez voltei a chorar, mas desta vez de alegria.

A Academia podia ter aulas perigosas, mas cada vez mais unia os feiticieiros uns aos outros. A segunda aula prática tinha finalmente terminado.

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