Prólogo.

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Inspira.

Expira.

Foco.

Louis repete isso constantemente na sua cabeça. De olhos fechados, tenta ignorar o resto do mundo e pensa somente na sua respiração. Sentia em cada célula do seu corpo a ansiedade passando e não podia ter uma crise agora. Não podia. Repetindo novamente os exercícios que sua psicóloga ensinou, foi se sentindo cada vez mais calmo. Funcionava, as vezes.

Agora, de olhos abertos, olha para a pista de gelo e da um suspiro alto. Depois do fracasso no treinamento do dia anterior, ele sente a cada minuto a pressão nas suas costas. Mas, não podia largar tudo e desistir agora. Não era uma opção.

Decidido, vai para o vestiário e coloca sua roupa de treinamento. Faz frio, mas ele realmente não se importa, nervoso demais e com a cabeça a mil. As vezes, ele só queria poder parar no tempo e relaxar.

Era cedo, não deveria passar das 6 da manhã. Como disse, não se importa realmente. Não conseguiu dormir na noite passada e decidiu fazer um treinamento leve, apenas para tentar ignorar a guerra em sua cabeça. Saindo da cama e tirando seu pijama, guardou todo o seu material e pegou a chave da academia (que conseguiu com o dono devido a sua quantidade de treinos noturnos) e se mandou para o local. Era calmo e silencioso, e ele gostava de colocar músicas clássicas ou algo relaxante para extravasar. Na maioria das vezes o irritava mais ainda e seu estresse subia, mas, novamente, não se importa realmente.

Saindo do vestiário e colocando seus equipamento, foi em direção a pista, o seu local preferido no mundo. Tinha um amor pelo esporte que começou desde pequeno, logo depois de ter assistido as olimpíadas na TV. De tanto irritar sua mãe sobre isso, ela o colocou no único local que ensinava a arte e decidiu ver o quanto ele aguentava. Ele aguentou bastante, podemos dizer isso.

Fazendo apenas algumas coreografias básicas e escutando uma música aleatória da sua playlist, não percebeu a porta abrindo novamente e uma figura alta entrando no local. O indivíduo, não querendo fazer barulho, apenas ficou parado e olhou a pessoa na pista. Observador, como sempre.

Depois de 10 minutos, Louis percebe a pessoa no local. Ele, ofegante, não consegue reconhecer quem está o observando e patina para o seu celular, desligando a música, enquanto encarava o desconhecido. Pega sua garrafa d'água, ainda encarando, e da longos três goles. Com sua respiração mais calma, consegue focar sua visão e reconhece quem está na sua frente.

Merda.

Dear Blue Heart. {l.s}Where stories live. Discover now