capítulo 17

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Quando eu chego em casa, tomo um banho e vou para o meu quarto.

— Daphne? Tô entrando - Lucas diz, e eu fico olhando para ele. — Quem é esse Cadu?

— É o garoto que fui fazer o trabalho na casa dele e que nesse momento está no hospital com a mãe - falo

— E... ?

— E eu gosto dele. - digo com medo da expressão do Lucas.

— Deu para perceber, você saiu correndo quando ele te ligou. - Ele fala com ciúmes e preocupado ao mesmo tempo — Me conte mais sobre esse garoto.

— Ele não é da igreja, na verdade, ele está afastado. Mas irmão, ele tem mudado muito ultimamente e hoje ele me contou um testemunho que ele teve ontem, foi tão lindo.

— Tenho medo dessas mudanças repentinas.

— Eu e ele não temos nada, você sabe. Eu não tentaria nada se eu visse que tem perigo. Mas ele realmente ta mudando por conta própria. Eu consegui ver o carinho que ele tem pelo Senhor hoje. Lucas, uma hora todos nós temos uma frieza espiritual e nesse momento a gente tem que ajudar ele. Tá bom?

— Vem cá - ele me dá um abraço — Eu quero conhecer ele primeiro. Você sabe o quanto você é preciosa e eu sou muito exigente quando o assunto é você. Para mim, você é o meu diamante e sempre vai ser. Então ele tem que mostrar que realmente te merece.

— Obrigada, irmão. Você é um fofo

— Não estou brincando, Daph. Você é inteligente, engraçada, gentil e merece alguém que reconheça o quão especial você é. O Cadu parece ser legal, mas ele precisa mostrar que merece ter alguém como você ao lado e você sabe que ele precisa ter um ótimo relacionamento com Deus para poder ter com você. Você merece alguém que te faça feliz, que esteja disposto a investir tempo e esforço na relação. Assim como eu estou disposto a fazer isso com a Anna. Então aprenda comigo a não aceitar menos de um rapaz.

— Caramba! Como a Anna tem sorte. - digo orgulhosa do meu irmão.

— Te amo, Daphinha. - ele me dá um beijo na bochecha.

— Também te amo.

Cadu narrando

Depois que saí do hospital, fui para casa descansar um pouco. Como hoje é aniversário da Daphne, decido ir ao shopping comprar um presente para ela sem que ela saiba. Enquanto eu caminho pelo movimentado corredor do shopping, olho as opções para encontrar o presente perfeito para Daphne. Quero algo que expresse o quanto ela significava para mim. Ao passar por uma joalheria, algo brilhou em uma vitrine. Meus olhos se fixaram em um colar deslumbrante e delicado. Entro e peço para embrulharem o colar. Aproveito e compro uma caixa de chocolates para fazer de acompanhamento. Quando vou saindo, vejo Daphne e seu irmão. Me viro rapidamente para não deixar a Daphne ver os presente, mas ela me vê antes mesmo de eu sumir.

— Cadu? - Escuto a voz inconfundível de Daphne me chamando.

— Oi, que surpresa! - Coço a cabeça.

— Lucas, esse é o Cadu. - Daphne nos apresenta.

— Prazer - digo estendendo uma mão e escondendo a outra.

— Oi - diz Lucas estendendo a mão também.

— O que você tá fazendo aqui? - Daphne pergunta.

— Eu tive que vir resolver uns negócios, mas já tô indo embora e você?

— Eu vou assistir um filme com o Lucas, até te chamaria, mas você tem que ficar com a sua mãe.

— Tudo bem, bom filme para vocês. - Percebo que o irmão dela me analisou mais do que uma psicóloga maluca que tenta achar qualquer vestígio de traumas em alguém. Me despeço deles e vou embora.

— Ei - escuto e vejo Lucas vindo em minha direção. — Acho que você já tá sabendo da festa que vamos fazer para Daphne amanhã, aparece lá.

— Obrigado, eu vou sim! 

— A Daphne vai gostar desses presentes. Acertou em cheio. - ele sai e eu me sinto um palhaço. Espero que a Daphne seja lerda o suficiente para não ter percebido.

...

No dia seguinte, vou visitar minha mãe no hospital, ela já está bem melhor, creio que vão dar alta para ela logo logo. Até agora não mandei feliz aniversário para a Daphne, fico agoniado por ver as horas passando e não saber se devo ir ou não ir para o aniversário dela.

— O que você tem? - minha mãe pergunta.

— Nada, não precisa se preocupar.

— Fala logo garoto.

— É que hoje é o aniversário da Daphne. A mãe dela preparou algo e me chamou, mas não sei se devo ir.

— Por quê?

— Eu acho que a Daphne já despertou sentimentos por mim e isso ta me causando medo. Eu amo ela, mas tenho medo de não ser o melhor para ela.

— Filho, você é um garoto incrível. Você tem seus defeitos, ninguém é perfeito, mas só por você se preocupar assim com ela já mostra o tanto que você a ama. Mas se tem dúvidas desse amor, então é bom você ficar sentado bem ai. Você precisa ser confiante e isso é algo que sempre vi em você. Se você sabe que ela merece algo melhor, então seja o melhor que ela pode ter.

— Licença, posso entrar? - quando eu olho para a porta, vejo meu pai, o que me deixa surpreso.

— O que o Senhor tá fazendo aqui? - pergunto.

— Eu vim ver se vocês estão bem, fiquei sabendo da notícia ontem, desculpa não ter vindo antes. - ele entra e fecha a porta — Você está melhor, Sônia? - meu pai pergunta.

— Estou melhor, Felix. - minha mãe força um sorriso e isso corta meu coração. Sinto que minha mãe nunca deixou de amar meu pai, mas já sabe lidar com toda a situação.

— Cadu, Eu escutei sua mãe falando com você e eu concordo com o que ela disse. Você tem que saber que você pode ser o suficiente para ela.

— Desculpa pai, mas o senhor não acha que isso é muita hipocrisia da sua parte? Acho que nessa questão você não pode me aconselhar já que foi você que fez eu ter insegurança com o amor.

— Filho, pode ter certeza que eu sei muito bem do que eu estou falando. Geralmente a gente só percebe o nosso erro quando já aconteceu. Então não queira olhar para você depois e perceber que poderia ter feito mais. - Pela primeira vez vejo meu pai se abrindo comigo. Olho para a minha mãe e ela concorda com a cabeça.

— Eu vou lá. - levanto pegando minhas chaves. — Mãe, eu te amo e pai... Obrigado. - saio da sala deixando os dois.

Sentimentos ConfusosWhere stories live. Discover now