capítulo 3

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*Celular vibra (despertador)*

Mais um dia começando, e novamente acordando cedo.

"Obrigada Senhor por mais um dia de vida paizinho, que hoje seja um dia calmo e abençoado, amém!"

Versículo do dia: Portanto, amem o Senhor, nosso Deus, com todo o coração, com toda a alma e com todas as forças.

Deuteronômio 6:5
Amém!

Hoje já é meu 4.º dia de aula. Decido fazer um rabo de cavalo, colocar minhas argolas e uma roupa preta. Desço para tomar meu café da manhã e sigo meu caminho para o colégio. Encontro Delilah no caminho e seguimos juntas. Percebo que logo na frente estava Cadu acompanhado com umas pessoas. Por vezes eu percebia que eles olhavam para nós, mas resolvi ignorar.

Por que será que eles estão olhando tanto? - diz lilah.

Eu tô percebendo, deve ser por sua causa. — digo para lilah.

Eu? Minha filha, não é para mim que o Cadu fica olhando não viu - Ela diz e eu finjo não me importar

Ele é bonito, isso a gente tem que concordar - digo.

— O que adianta ser bonito, mas não ter Jesus? - Lilah diz tentando me lembrar que ele é mundano.

— É verdade- digo.

Chegando na sala, eu e Lilah sentamos em nossos lugares e ficamos prestando atenção na aula. Quando o professor termina a explicação eu saio para tomar um pouco de ar e aproveito para beber água.

— Oi tias - falo para as tias que trabalham na cozinha.

— Oi Daphne. - elas falam com um sorriso. — Você quer um copo?

— Sim, por favor. - pego o copo e vou até o bebedouro.

— Pode me emprestar esse copo também? - Diz um rapaz atrás de mim, percebo que era o Cadu.

— Você me deu um susto -digo parando de beber minha água.

— Caramba, você se assusta muito fácil - Ele ri de mim.

— Sim - limpo a água que escorreu em minha boca — Vai querer ainda? - indico para o copo.

— Sim, preciso lavar? - ele verifica o copo.

— É sério? Geralmente a gente não pergunta, só lava. Isso é constrangedor. - digo rindo por estar sem graça.

— Preciso saber, vai que você tem alguma doença. - ele diz em um tom de ironia.

— Então você não deveria sair por aí pedindo o copo de qualquer pessoa que vê pela frente.

— Mas você não é "qualquer pessoa". - noto que seus olhos são claros como cristais azuis, o que chama bastante atenção, pois seu cabelo é bastante preto. — Gostei da cor dos seus olhos, são tonalizados com o seu cabelo, acho isso bonito. - estranho suas palavras, pois era o mesmo que eu estava pensando dele.

— Obrigada. - fico tímida.

— Vai voltar para sala agora? - ele pergunta.

— Não, vou ficar mais um pouco aqui fora, depois eu entro. - falo

— Tá tudo bem? - ele arqueia as sobrancelhas.

— Sim, eu só quero pegar um ar mesmo.

— Tudo bem, então eu vou voltar para a sala, tá? - ele pergunta como se eu precisasse deixar ele ir embora.

— Tudo bem, Cadu. - Rio involuntariamente.

Depois que o Cadu volta para a sala, eu fico lá fora esperando pelo menos uns 3 minutos para voltar também. Eu não estava querendo voltar com ele, então preferi ficar aqui mais um pouco. Aproveitei, pois o vento estava ótimo. Eu amo apreciar as mínimas coisas que aos olhos humanos não tem tanta importância, pois já é normal termos, como, por exemplo, o vento. É tão normal sentirmos ele em nossos rostos que nem nos damos conta de que isso é algo lindo e precisos. Não sabemos de onde ou de que lado vem, mas sabemos que está ali, conseguimos senti-lo sem nem ao menos vê-lo ou tocá-lo. Precisamos dele. E acho isso lindo porque amo usar isso como uma metáfora para falar de Deus. Não conseguimos vê-lo e nem tocá-lo, mas sabemos que precisamos dele e que ele está ali, em todo lugar.

Quando dá a hora do intervalo, Lilah insiste para que eu saia com ele da sala, mas hoje eu não estava muito a fim de andar, porém, cedo e decido ir com ela.

— Por favor - ela pede com os olhinhos brilhando.

— O que eu não faço por você. - falo me levantando.

Quando vou saindo me esbarro em uma pessoa e sem querer derrubo seu celular.

— CARAMBA - diz Cadu com um tom alterado.

— Me desculpa - falo pegando o celular dele - bom, não quebrou... - digo ligando a tela do celular e mostrando para ele. Ele solta um suspiro de riso

— Como você consegue ficar tão calma derrubando o celular de alguém? - ele diz mudando sua expressão de ranzinza para uma expressão calma.

— É porque foi o seu celular. Lembra que você disse que eu não sou uma "uma pessoa qualquer"? Então não vai brigar comigo - sorrio.

— Você tá me surpreendendo - ele balança a cabeça.

Depois do ocorrido eu percebo que uma garota loira me observava com uma cara fechada, talvez seja por conta do Cadu, ouvi rumores de que eles já tiveram algo, mas parece que não tem mais.

Sentimentos ConfusosWhere stories live. Discover now