capítulo 11

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Cadu narrando

Acordo com dor de cabeça devido ao excesso de álcool na festa de ontem, então decido me levantar para tomar um banho gelado e ver se ameniza a ressaca. Quando olho no relógio, vejo que estou atrasado! Me arrumo rápido e vou para o colégio.

— Posso entrar? - pergunto para o professor.

— Pode. - professor responde.

Minha primeira reação é ver uma cadeira vazia ao lado da Daphne e ir direto para la, pois era o lugar mais escondido e escuro da sala, como hoje o professor decidiu colocar slide, as cortinas estão fechadas e eu agradeço por isso.

— Bom dia, Daphne. - Falo me sentando.

— Bom dia, tá tudo bem? - ela pergunta em um tom preocupado.

— Eu tô com dor de cabeça. - passo a mão no rosto.

— Bebeu demais? - sinto um tom de julgamento em sua frase.

— Acabei exagerando. - Falo curtamente.

— hum! - calma, tem algo errado aqui, por que ela ta falando assim?

Eu e Daphne trocamos poucas palavras durante as aulas. Hoje as aulas são com slides, então deito minha cabeça na mesa e descanso um pouco.

— Amiga, você vai sair? - escuto Delilah perguntando para a Daphne se referindo ao intervalo.

— Hoje não, vou ficar na sala. - Daphne diz.

— Toma - Daphne me cutuca fazendo eu olhar para ela e percebo que ela está me oferecendo água.

— Obrigado - digo pegando sua garrafinha — Mas você não gosta de dividir essas coisas. - falo sem beber sua água ainda.

— Que bom que você já sabe, não encosta a boca - ao mesmo tempo que ela tenta ser carinhosa, ela consegue ser fria.

— Então não quero - falo colocando a garrafa na mesa.

— É sério, Cadu? Toma isso logo - ela diz me entregando a garrafinha, me forçando a pegar.

— Tá bom, não precisa se irritar, algum bicho te mordeu hoje? - falo tomando a água.

— Qual o sentido de beber tanto para depois ficar assim? - agora eu entendi o porquê ela tava diferente, o fato de eu ter bebido a incomodou e de certa forma agora tô me sentindo mal por beber tanto.

— Às vezes acontece, quando to com a cabeça cheia isso resolve de certa forma. - falo e percebo sua indignação.

— Conseguiu me tirar da cabeça também? - Não entendo o que ela queria dizer com aquilo até me lembrar da mensagem que mandei para ela ontem.

— Me perdoa, Daphne - fico com vergonha. — Eu não lembrava disso - passo a mão em meu cabelo sem acreditar no que fiz.

— Tudo bem, foi sem pensar, eu sei. - Ela diz

— Na verdade... não foi sem pensar.- falo e vejo a Manuela vindo em nossa direção.

— Tá melhor? - ela diz se aproximando.

— Tô melhorando.

— Será que a gente pode conversar sobre ontem?

— Acho que não tem o que conversamos, mas se quiser, depois a gente se fala. Não tô a fim de sair da sala hoje.

— Tudo bem - ela vira as costas e sai.

— Parece que ontem rolou muitas coisas, né? - Daphne indaga.

— Nada de importante.

— Ah, entendi - Ela parecer pensar tantas coisas de mim.

— Você ta com raiva ou com ciúmes? - arqueio a sobrancelha.

— Como assim? Por que eu estaria com ciúmes? A gente nem tem nada - ela gagueja um pouco.

— Hum, ok, então. - digo, mas acho que ela ficou com ciúmes sim ou talvez chateada. - você já ficou com alguém?

— Não - ela diz meio sem jeito, mas com firmeza.

— Sério? - fico surpreso.

— Sim Cadu. - ela me olha — O que foi? É tão estranho assim para você?

— Não, não é isso, é que... você realmente é diferente, não tô dizendo no sentido ruim. - falo e percebo que ela fica com vergonha, e fica linda desse jeito. — Não precisa ficar com vergonha. - puxo uma mecha do seu cabelo para atrás da sua orelha e ela não reage.

— Ainda não conheci ninguém com quem eu me veja se entregando dessa forma.

— Você não tem ideia do quanto isso é legal. Posso te falar com toda a sinceridade do mundo que o garoto que você se permitir ter um relacionamento vai ser um garoto de sorte. - ela dá um sorriso meigo fazendo com que eu me sinta culpado por ontem. — Daphne, eu sei que a gente não tem nada, mas eu quero ser sincero com você. Ontem eu fui para aquela festa e eu não sei o que me deu na cabeça de querer te levar, obviamente não era um lugar ideal para você, você até me julgaria mais ainda se tivesse ido, mas esse não é o ponto, o que eu quero que você saiba é que eu fiquei com a Manuela ontem, e não, a gente não tem nada, tudo o que tivemos está no passado, mas ontem... você não saia da minha cabeça. E eu sei que isso não é uma desculpa, mas eu pensei que pelo menos beijando outra, eu te esqueceria... - a reação da Daphne foi tão cruel, eu não sabia o que ela estava pensando. Ela apenas me olhava. E eu detesto não conseguir decifrar os olhares dela.

— Você espera que eu fale alguma coisa? - ela fala seca.

— Me perdoa por ser um babaca.

— É, a gente não tem nada, então não tem porque ficar se explicando para mim, mas se você quer saber, eu estava começando a criar um sentimento por você, mas acho que isso só vai me levar para o fundo do poço mais uma vez. - seus olhos começam a brilhar, fazendo com que eu me sinta pior ainda.

— Eu nunca faria isso com você, Daph. Me sinto um completo idiota aqui na sua frente nesse momento. Eu não consigo entender, Daphne. Realmente não consigo. Você altera a química do meu cérebro de uma forma que nenhuma pessoa antes conseguiu fazer. A sensação de estar perto de você é tão reconfortante que eu acho que nem a melhor droga do mundo seria capaz de fazer eu me sentir assim. E não, eu nunca usei droga, só para deixar claro. E eu te prometo que eu vou melhorar, eu sei que não sou a melhor opção para você nesse momento, mas eu vou melhorar, nem que seja somente pela a nossa amizade. Tá bom?

— Eu te odeio - ela olha para o lado para não deixar suas emoções tomarem conta do momento — Olha, não cria esperança em cima de mim, tá? A gente tem muitas diferenças, Cadu e eu não te julgo por isso, mas isso é uma grande barreira entre nós dois. Minha visão sobre um relacionamento vai muito além de ficar e ter um relacionamento temporário, eu quero alguém que queria se casar comigo e se você não tem esse objetivo, não tem motivo para eu te dar espaço para entrar, eu apenas iria me machucar, de novo - Eu acho que nunca admirei tanto uma garota igual eu tô admirando a Daphne agora.

— Quem foi que machucou seu coração para você ter tanto medo assim? - afasto o cabelo de seu rosto — Eu vou te proteger, Daph. - dou um sorriso genuíno para ela e ela deixa uma lágrima cair.

Após conversar com a Daphne, eu me senti tão ligado com ela emocionalmente. A conexão que sinto com ela é surreal. Parece que cada vez que eu converso com ela, eu sinto mais vontade de protegê-la.

Sentimentos ConfusosWhere stories live. Discover now