Dia 0

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Quando eu me levanto, ainda de madrugada, sinto meu estômago revirar e rapidamente corro para o banheiro. Vomitando sobre a privada.

Um sensação ruim me toma e começo a pensar que talvez possa estar com alguma intoxicação alimentar.

Rapidamente escovo os dentes e volto para a cama, me sentindo estranha. Tento dormir mais uma vez, mas alguma agitação do lado de fora me mantém acordada.

Talvez eu devesse ir dormir com a Camz.

Penso, já decidida quando me arrasto para fora da cama novamente e pego meu celular sobre a escrivaninha, caminhando até a janela.

Quando vejo as luzes piscando lá embaixo, em tons de vermelho e azul, meu coração afunda sobre o peito e meu corpo parece entrar em desespero.

Corri rapidamente para baixo e depois para fora de casa, atravessando o jardim até a casa dos Cabello. Há fitas amarelas ao redor e três viaturas policiais.

Alejandro está conversando com um dos agentes e Sinuhe está sentada na varanda da casa, vestida em um hobby com uma expressão desolada e chorando enquanto minha mãe tenta acalmá-la.

O que está acontecendo?

— Mãe! — Chamo, já sentindo algum de muito ruim.

Corro atravessando a faixa amarela e desviando de alguns agentes que tentam me impedir.

— Tudo bem, ela é minha filha. — Minha mãe diz para um deles, assentindo.

— O quê está acontecendo? Onde está a Camz? — Pergunto rapidamente, não conseguindo controlar o tremor nas minhas mãos.

Sinuhe continua sentada, chorando e agora olhando diretamente para mim.

— Ontem a casa dos Cabello foi invadida. — Minha mãe começa a dizer, com a voz branda e eu sei que ela vai me dar uma notícia muito ruim. — Alejandro estava envolvido numa gangue, pagando para obter informações e alguns casos que ninguém nunca conseguia resolver, porque eram sempre empurrados para debaixo do tapete.

— Ele estava pagando para fazer um bom trabalho? — Franzi o cenho.

— Algumas coisas são importantes quando você está numa carreira onde tudo depende de você. Sabe, só ter o título nem sempre é o suficiente se não for para ser o melhor. Pelo menos era isso que ele pensou. — Minha mãe continuou, seu olhar estava distante, como se estivesse se lembrando de algo.

— Então ele não estava traindo Sinuhe?

— Não. — A mãe de Camila fora quem respondeu, balançando a cabeça lentamente enquanto chorava ainda mais forte.

Algo em seu sofrimento estava começando a me incomodar.

— A Camz ainda está dormindo? Ela precisa saber disso. — Falei confusa, já direcionando meu corpo para dentro da casa.

— Lauren. — Minha mãe me segurou. — Os bandidos estavam atrás de dinheiro quando invadiram a casa ontem, mas Alejandro se recusou a dar porque a conta da família já está zerada. Eles estão falidos.

Uau. Os Cabello? Falidos?

— Eles as levaram... — Sinuhe disse, com o olhar fundo, como se estivesse doente. — Levaram as minhas filhas como reféns.

Então eu fiquei surda, quase como se uma pancada tivesse atingido minha cabeça e caí no chão como uma fruta podre. Minha visão ficou turva por alguns segundos enquanto minha mãe tentava me socorrer.

— Lauren. Lauren. — Ela chamava, eu sabia porque estava enxergando seus lábios.

A ideia de Camila presa em algum lugar escuro, sendo maltratada, sem comer, com frio e medo, fazia meu corpo todo doer.

Conqueror  G!PWhere stories live. Discover now