Strip Club | h.s. - hot

2.3 | What?!

Hey brother, there's an endless road to rediscover

Hey sister, know the water's sweet

But blood is thicker

Oh, if the sky comes falling down, for you

There's nothing in this world I wouldn't do

Avicii- Hey Brother

Gemma.

Ela até podia ser mais velha. Mais experienciada nesta coisa da vida, mas na verdade é que nunca nenhum de nós vai estar algum dia preparada para uma descoberta destas.

Permanecemos abraçadas, pelo que pareceu bastante tempo. Não porque me queria desfazer do contacto, mas o meu rabo doia.

A pastelaria aonde tivera tido a minha ultima refeição apagara agora as luzes. Uma senhora, a dona presumo eu, encarregou-se de fechar todas as portas e finalmente ir para casa.

Continuo a perguntar-me a mim mesma o que se passou na minha vida durante as ultimas 12 horas.

Bastou acordar para tudo mudar drasticamente. No meu dia de Aniversário.

Uau. isto até chega a ser irónico : no meu aniversário de 7 anos, eu teimava que queria andar a cavalo, mas como era obvio o meu pai pouco se importou se eu gostaria ou não de o fazer.

Eu fiz birra nos dias seguintes. Mas foi nessa altura que começei a perceber que o meu pai não era como o das outras crianças. Ele não me agarrava na mão para atravessar. Ele não me levava ao parque para brincar com as outras crianças. Ele não se despedia de mim á entrada da pré-primaria. Ele não me contava histórias encantadas antes de eu adormecer. Ele era diferente.

E tudo começou pela negação de um passeio a cavalo.

Mas eu fazia questão de lhe atirar á cara que ela havia arruinado o meu aniversário. Desde então que a vontade de lhe gritar só tem aumentado com as suas atitudes.

Para mim aquele tivera sido o meu pior aniversário.

E eu desprezo-me por ter sido inocente ao ponto que assim iria permanecer.

Mas não... ele fez questão de avivar a minha memória 11 anos depois, com um novo trofeu de pior dia na sua estante.

Mas afinal, o que sabia eu da vida na altura, para falar que havia sido o pior dia de sempre?

" Alison?" uma voz rouca despertou-me para a realidade. Ela permanecia abraçada ao meu corpo a observar as estrelas no céu desde as nossas ultimas palavras. E devo admitir, o meu rabo começa a doer.

" Tu és ao menos maior de idade? Eu não quero ser acusada de rapto." ela disse no meio de um humor suave, talvez para tentar aliviar a seriedade da pergunta.

" Tenho 18 anos, sou legalmente adulta não te preocupes..."

" Posso fazer-te uma pergunta?" ela questionou segundos após.

" Já fizeste" eu acho irritante quando me respondem com esta expressão, mas gosto incrivelmente de a usar com outras pessoas.

" Eu não quero intrometer-me, mas sem o teu pai, onde é que vais viver?" era este o resultado de lhe contar a história da minha familia : perguntas ás quais nem eu sei a resposta.

" Não sei... provavelmente vou para um hotel e devo arranjar um trabalho aqui perto." respondi calmamente. Provavelmente demasiado calma para alguem que deixou praticamente todos os seus bens pessoais num especie de lata gigante e espera que nenhuma alma seja curiosa.