Sangue. Havia sangue demais.
A cabeça de Rowan girou conforme observava o líquido vermelho escapando do abdômen de Zariah de uma forma tão intensa que ele pensou que jamais ia parar.
Guardando a espada na bainha, ele fez questão de pegar a irmã pelos ombros e arrastá-la para o mais longe possível da aranha gigante. O rosto humanoide estava congelado e seus oito olhos pareciam observar Rowan com malícia.
Zariah grunhiu de dor conforme o irmão a arrastava, mas não reclamou. Ela também queria se afastar o máximo possível daquele monstro de três pernas.
Quando a encostou na parede fria de pedra, coberta por teias, ele rasgou a barra da própria camisa e lhe entregou.
— Estanque o ferimento — pediu. — Eu vou procurar uma forma de chegarmos na árvore.
Zariah olhou para o tecido imundo e torceu o nariz.
— Vou ganhar uma infecção com isso.
— Não vai importar se chegarmos na árvore — sua voz saiu alta do que pretendia. — Aguente firme.
Então ele se virou. Não esperou sequer a irmã protestar quando correu por uma outra passagem estreita que parecia levar mais para o centro da montanha.
Rowan se arrastou o mais rápido que conseguiu pela passagem estreita, claramente inutilizada há muitos anos. Era uma subida levemente acentuada e seu braço direito aparentava estar pegando fogo com cada pequeno movimento que fazia.
Felizmente, todo o resto do corpo parecia estar dormente e, assim, deixou de ser uma grande preocupação para ele.
Quando fez uma curva acentuada para a direita, o caminho fora inundado por luz exterior. Imediatamente, o garoto parou de se arrastar para observar a fonte com cautela.
Era como ver através de um funil muito estreito, porém a presença do céu era nítida para Rowan.
Ele não quis gastar mais nem um segundo ali. Se não havia perigos além daquela subida, não havia tempo a perder certificando-se se era realmente ali que ficava a árvore: ele teria que arriscar.
Além disso, com certeza deveria estar mais no alto da montanha e Rowan definitivamente não queria arriscar entrar em um caminho apenas de ida sem a irmã.
A viagem de volta fora ainda mais dolorosa do que a subida. Mas qualquer reclamação que estivesse fazendo sobre suas dores sumiu da mente quando voltou para a caverna e viu Zariah deitada com uma mão firmemente segurando o ferimento. As feições tranquilas indicavam que devia estar dormindo.
Com o coração disparado, Rowan chamou seu nome e correu até ela, ajoelhando-se ao seu lado enquanto pegava sua cabeça e a aninhava contra o peito, dando tapinhas leves para fazê-la despertar.
Sua trança estava extremamente bagunçada; a maior parte dos cabelos estava solta e sua pele assumira uma coloração esverdeada.
Veneno.
— Zariah? — chamou ele, rouco, e a garota abriu fracamente os olhos.
— Você me acordou... — sua voz saiu em um sussurro, mas foi o bastante para Rowan soltar a respiração que estava prendendo.
Graças a Deus, pensou ele, apertando um pouco mais a cabeça dela contra si.
— Não me aperte tanto — reclamou Zariah, mexendo-se um pouco para se afastar. — Me dê uma boa notícia.
Rowan se obrigou a sorrir, apesar do gesto fazer seus olhos umedecerem.
— Achei a árvore — falou, controlando as lágrimas. — Vou te levar até lá, irmã.
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Verluste
历险Os irmãos Everblane possuem um passado que nenhuma criança jamais mereceria ter. Pesadelos e fantasmas cresceram os cercando e, quando se encontram prestes a perder o pai por uma doença de terras distantes, eles se veem obrigados a ter que buscar um...