Capítulo 8

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Sim! A surpresa de hoje é capítulo duplo! Nunca fiz isso antes, socorro. Espero que tenham gostado.

***

Quando os três guerreiros saíram da caverna, a lua brilhava forte no céu. Godãh parecia mais esgotada do que quando estava sob efeito dos entorpecentes dos anões e presa, mas estava mais feliz do que jamais esteve em toda sua vida.

Rowan estava segurando firmemente a mão da irmã quando Feijão surgiu de trás de uma sombra grande e correu até sua esposa, abraçando-a com lágrimas nos olhos. A diferença de altura deles chegava a ser cômica: enquanto Godãh parecia uma árvore, Feijão era como uma mansão.

Uma mansão e uma árvore se abraçando, Rowan não conseguiu evitar o riso com esse pensamento.

— Achei que jamais iria te ver novamente — disse Feijão, o rosto enterrado no pescoço da outra.

— Eu também, meu amor...

Enquanto os dois trocavam carícias e promessas de amor, Rowan e Zariah aproveitaram o momento para fazerem um curativo na testa dele e analisarem seus recursos. Não havia quase nenhuma comida restando e a aljava de Zariah já estava na metade. Se fossem ficar enfrentando muitos inimigos pela frente, eles precisariam gastar seus recursos com mais inteligência.

Entretanto, não havia motivo para guardarem o último saco de ração por muito mais tempo e, por isso, o dividiram em silêncio.

Quando terminaram a refeição, deitaram-se na pedra para observar o céu. Duvidavam que os anões os seguiriam até ali. Deveriam estar mais preocupados em apagar o fogo que Zariah causara e salvar as joias.

O céu não possuía nuvens, e, portanto, a vista para as estrelas estava perfeita, na opinião da garota. Ela estava prestes a apontar para uma constelação que ela achara particularmente bonita quando Rowan disse, de repente:

— Você está certa — Zariah olhou para ele com uma sobrancelha arqueada. Ele suspirou. — Sobre o fogo. E sobre Michail. Eu... eu surtei, Za. Lá na caverna. Eu...

Ela colocou uma mão sobre seu ombro, interrompendo-o.

— Eu também o ouço às vezes — admitiu ela. — E acho que isso nunca vai parar, pra ser sincera.

Rowan suspirou e cobriu seu rosto com as mãos.

— Eu só queria que isso não me afetasse tanto. Raios, já fazem nove anos!

— Vamos trabalhar nisso — Zariah garantiu. Ela se levantou em um pulo. — E que a promessa vá para o inferno.

O garoto assentiu lentamente.

— Assim que voltarmos — continuou. — e curarmos papai.

Ele aceitou a mão da irmã e se levantou com um grunhido.

— Amigos — chamou Feijão, aproximando-se. — Gosto de me deslocar pela noite pois é mais fresco para mim. Se vocês estiverem dispostos, subam em minha bolsa e eu cumprirei minha parte do acordo agora.

Apesar da careta de dor que os irmãos fizeram, eles assentiram, e Feijão os colocou dentro da bolsa novamente.

Godãh disse que os acompanharia até a metade do caminho, e faria um desvio para uma terra mais segura, onde poderia descansar até Feijão a encontrar novamente.

A viagem fora acompanhada por morcegos e sombras gigantescas, além dos pios das corujas. Godãh e Feijão, apesar de não conversarem devido à exaustão da gigante, caminhavam de mãos dadas e volta e meia olhavam um para o outro com olhares apaixonados. Os irmãos, cansados demais da aventura da qual acabaram de sair, se aninharam na bolsa de Feijão e descansaram pela noite.

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