13.

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Era manhã do dia seguinte a um dos piores dias da vida de Robyn, pelo menos era o que ela achava. Havia passado a noite em claro pensando e repesando nas merdas que tinha acontecido e o que fazer diante de tudo aquilo.

- Bom dia, RR. – Disse Demi, alegre e com um lindo sorriso no rosto, que não ficava ali de manhã cedo.

- Bom dia, D. O que aconteceu pra você estar tão feliz logo cedo? – O questionamento de RR era válido, já que o histórico de mal humor de Demi a denunciava.

- Estou? – Tentou se fazer de desentendida. – Só tive uma boa noite sono, só isso. – Deu de ombros.

Rihanna sabia que não era só aquilo, mas deixou passar, estava perturbada demais com seus próprios conflitos para se meter na vida de seus companheiros. Logo, mais gente chegou à cozinha, fazendo a pequena algazarra de todas as manhãs. Menos, é claro, Camila e Lauren.

- Alguém sabe da minha filha? – Dona Sinuh já estava desconfiada, afinal, duas pessoas específicas demais haviam sumido aquela manhã.

- Ela não estava no quarto? - Quem perguntou foi o irmão de Camila. Estava mudado desde que chegou à ilha. Mais alto, mais forte e cabeludo.

- Eu não a vi lá. Passei pelo cômodo e me deparei com a porta meio aberta, e a cama estava bagunçada, porém, vazia.

- Bom dia – Mal havia terminado a frase, e a voz de Camila rompeu pela cozinha, vinda da porta dos fundos da casa. Todos olharam ao mesmo tempo para a voz que se pronunciara e viram não só Camila, mas Lauren também.

- Você estava na nossa toca de coelho? – Quem perguntou foi Ermeraude que não tinha a visto entrar em momento nenhum na noite passada.

- Bem, sim. – E não disse mais nada, apenas sentou-se a mesa com os outros e se serviu do café da manhã. Eles que lutassem pra entender. Já bastava a missão impossível que tinha pra fazer.

- Okay né? – Robyn se pronunciou após minutos de silêncio. – Vamos treinar no jardim depois do café. Parece que os convidados de Isis têm algumas coisas para nos ensinar. – Ela mal fala o nome da deusa, sempre a chamava pelo nome de mãe que havia adotado. Mas naquele momento era Isis e pronto.

Todos concordaram e seguiram com seu desjejum, lavando a louça ao terminar e se dirigiram ao mundo espiritual.

Quando todos já estavam lá, separados em duplas, começaram os treinos corpo a corpo. Os ancestrais de orum penas observavam atentos e cheios de orgulho pela habilidade que os guerreiros ali tinham, mesmo que tivesse que ajeitar uma coisa ou duas, estava muito bom. Ramonda, ao contrário dos outros, estava mais afastada do local dos treinos, observando de longe suas meninas treinarem e ajudarem os outros. Ela se orgulhava de quem Robyn, Nakia e Okoye haviam se tornado, e a dor de ter mentido para elas era dilacerante. Mas ela precisava conversar com alguém ali, e não podia se distrair com algo que não se resolveria tão cedo.

Caminhou tranquilamente em volta do campo até chegar próximo de Demi.

- Querida Lovato? – Chamou sua atenção. D a olhou preocupada. Tinha sim um bom relacionamento com a deusa, mas não conversavam muito.

- Sim, senhora? – Falou ao chegar perto.

- Podemos conversar? Em particular. – Não havia porque não. Concordando com um acenar de cabeça, Demi seguiu a deusa até perto da entrada do castelo, onde poriam conversar sem interrupções. – Você está bem?

- Estou sim. – Achou estranha a pergunta. – Porque?

- Parece que tirou o peso do mundo das costas. – Olhando nos olhos de Ramonda, ela entendeu.

Sui Generis - O Preço do Equilíbrio.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora