ja chega

7.4K 781 266
                                    

Pov Selene

Selene: ta legal já chega! Chega desse quarto com maldito cheiro de morte e rosas vermelhas - obrigada Elain - chega dessa sua cara de culpado e morinbundo.

Havíamos acabado de sair do banho, eu ainda tomava banho com ele simplesmente porque era divertido e porque preservava o planeta.
Ta eu não engano ninguém, não ligo a minima pro planeta, já vivi por mais tempo do que o necessário, e o desejado.
Mas eu fazia qualquer coisa pra extrair qualquer emoção de Azriel que não fosse culpa, remorso, dor, pena de si mesmo, e toda uma longa lista de sentimentos saudáveis.
A essa altura já devem estar se perguntando porque, bem a resposta é simples. Porque ele me deixa curisosa. É, só isso, esperava algo mais interessante? Acho que eu também.
Mas durante minha longa vida conheci várias raças, de várias idades, de várias culturas.
Mas essa era a primeira vez que uma alma brilhava pra mim em preto e branco. Isso faz algum sentido?
A alma de Az era assim, e eu queria muito entender o que isso significava.
Mas agora chega de devaneios.

Selene: se estivesse saudável, o que gostaria de estar fazendo?

Silêncio.

Selene: vamos, não é uma pergunta tão difícil.

Azriel: beber.

Selene: huum. Interessante. Pelo que já vi pelos olhos de Amren e senti por você parece haver um costume aqui de roubar a bebida do Grão Senhor. Bom, que assim seja.

Estalei os dedos e la estavam, 7 garrafas de diferentes bebidas. Peguei uma taça que acompanhava tudo e servi. Fui entregar - lá ao Encantador de Sombras.

Azriel: não, obrigada, quero a garrafa.

Pelo que me lembrava das memórias dele, Az só bebia direto de uma garrafa quando as coisas estavam feias, isso seria divertido.

----------- algum tempo depois

Selene: é sério, não estou mentindo!

Azriel: ha, então você é a lua.

Selene: o quão ruim de mitologia você é mestre espião? Não conhece meu nome?

Az fez uma careta pensativa, parecia lutar com a embriaguez. Estavamos sentados na cama, Azriel na cabeceira e eu a seus pés.

Azriel: achei que Artemis fosse a Deusa da Lua.

Selene: ela roubou o título. E eu estou dizendo que sou a Lua, não a deusa da lua.

Azriel: prove.

Selene: você só precisa usar sua parca inteligência senhor. Já não percebeu a quantidade de poderes que sou capaz de manipular?

Silêncio. Outra careta pensativa.

Selene: ótimo, um idiota bebado. O que a lua faz pequeno Az?

Azriel: ilumina?

Selene: e de onde vem o seu brilho?

Azriel: não estou entendendo.

Selene: me dê aqui essa garrafa, ela te deixou burro - disse me aproximando e tomando a garrafa de suas mãos, eu agora estava sentada no meio de suas pernas, quase em seu colo. - a Lua absorve o brilho do Sol, e é isso que eu faço com os poderes das outras pessoas, eu roubo.

Azriel: então esta dizendo que uma criatura minúscula como você é capaz de roubar o poder de alguém?

Selene: eu deveria ser menos boazinha com você, esquece que sou capaz de mata - lo apenas com o olhar. Sorte sua que é bonito.

Azriel: me acha bonito?

Selene: claro que acho, não sou cega. Mas não falo apenas de beleza física. E por favor, não se encolha ou fuja para as montanhas só porque eu disse isso. Não sou suas amiguinhas Feéricas. Não me machuco ou me assusto tão fácil.

Azriel me olhou, e por um segundo achei que fosse mesmo fugir.
Mas ele chegou mais perto.
Colocou uma de suas mãos em minha cintura e me puxou para seu colo.
Me olhando nos olhos e apertando forte iniciou um beijo quente e selvagem. Não pediu passagem com a lingua, ele forçou. Eu teria dito sim de qualquer forma. A mão que segurava a garrafa de bebida se abriu, e um barulho de vidro se partindo preencheu o ar. Ergui minhas mãos e puchei os cabelos de sua nuca sem delicadeza, pelo que sabia, Az não era um homem de delicadeza, não nessa parte. Isso pareceu desperta - lo, a mão de Azriel  que antes segurava a garrafa foi para a minha garganta, e apertou forte. Algo em meu ventre se revirou.
Percebi que ele queria fazer algo, sentia sua ereção embaixo de mim. Então lhe dei um pouco de mim mesma, da minha energia, para que fosse livre pra fazer o que quisesse. Ele entendeu o recado, em segundos eu estava deitada na cama, Az em cima de mim, uma perna de cada lado do meu quadril. Nosso beijo ficava cada vez mais quente.
E então.
Acabou.

Selene: mas o que?

Az se distanciava de mim, e parecia nervoso.

Azriel: não posso.

Selene: eu já entendi Az, você é diferente, gosta de coisas diferentes. Gostar não é a palavra, eu sei, mas explicar isso só faria você se encolher ainda mais. Não vou fugir. Não tenho medo.

Azriel: não é apenas sobre você, Selene. - era a primeira vez que ouvia meu nome em sua boca. - eu não conseguiria mais nem te olhar nos olhos.

Eu estava indignada, mas esse era um sentimento inútil. Me levantei. Peguei mais duas garrafas e me sentei ao seu lado. Entreguei uma garrafa a ele. E levantei a minha em um brinde.

Selene: um brinde a honestidade!

Azriel me olhou meio incerto, mas brindou comigo.

Selene: e a covardia.

Ganhei um olhar sinistro em resposta, dei meu melhor sorriso e deitei a cabeça em seu ombro, bebendo em seguida.

Healing (concluída)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora