Capítulo Vinte e Quatro

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Pov Camila

Abro os olhos devagar e só agora me dou conta que tem braços me apertando. Lauren.
Sinto uma coisa boa. Proteção.
Me mecho devagar e ela vai acordando.
- Bom dia. - ela diz com a voz rouca ainda com sono e só fico olhando pra ela. Como uma mulher pode ser linda desse geito até acordando? - quer comer alguma coisa? - ela pergunta e dou graças que não me perguntou se estou bem. Foi o que mais me perguntaram por mensagens. Minha mãe morreu. Vou estar bem?
Exatamente isso que pensou. Não pra quem ainda disse sim.
Minha mãe não foi a melhor mãe do mundo mas ela era tudo que eu tinha de família.
Apenas nego com a cabeça e ganho um beijo na testa.
- vamos pelo menos tomar um banho?
Nego com a cabeça de novo e ela sorri.
- Vai se sentir melhor, prometo.
Continua negando com a cabeça.
- e o que quer fazer?
- só me abrace.
- o que você quiser mas depois vamos tomar banho e comer alguma coisa.
- tá bem.
Ficamos assim abraçadas por um tempo até Normani bater a porta nos chamando pra tomar café.
Lauren me fez ir tomar banho mas só aceitei se fosse carregada.
Agora indo pra cozinha estou nas suas costas.
Recebemos olhares da Dinah e da Mani enquanto Lauren me carrega pra sentar.
- o que tá rolando entre vocês?
- Não quero falar sobre isso. - digo pegando pão pra mim.
- Não rotulamos ainda. - Lauren diz e dou de ombros.
- O advogado da sua mãe me ligo. Ele disse que quer falar com você pra resolver a questão da herança. Podemos ir com você mais tarde.
- não quero resolver isso agora. - digo me sentando no sofá com um copo de suco e pão com manteiga.
- Camz... - Lauren me chama mas nego com a cabeça.
- Não... Agora não.
- tudo bem.
Ela se senta do meu lado e ficamos assim, em silêncio.
É o que eu quero e agradeço mentalmente que ela entenda isso.

*

- Camz você quer ir dar uma volta hoje?
Já era o que? De noite quando Lauren aparece na sala me chamando depois de eu ter passado o dia deitada no sofá.
- Não quero.
- Vamos comigo.
- não tô muito afim.
- por favor... - ela se joga encima de mim e faz uma carinha fofa.
- não...
- por favor...
- não me olha assim.
- quero levar você a um lugar.
- que lugar?
- surpresa.
Bufo nada satisfeita mas concordo.
- ebaaaa!
Tomamos banho juntas Mas não rolou nada.
1 Hora depois vestidas casualmente pegamos um Uber e até agora não sei pra onde estamos indo até pararmos em frente a uma galeria.
Enrrugo as sobrancelhas olhando pra ela confusa e ela só sorri. Descemos do carro e de mãos dadas entramos.
A galeria era bem iluminada e perco o fôlego quando olho as obras.
Uma mais linda que a outra. Uma moça nos oferece champanhe e ficamos olhando pras obras.
- o que achou?
- Maravilhoso.
- que bom que gostou. São minhas.
Faço um esforço pra não cuspir o líquido borbulhante em mim mesma.
- What?
- Todas.
- Nao.
- Sim.
Fico pensando nisso e fico mais impressionada. O que essa mulher não sabe fazer?
- Eu amei. - digo sorrindo e ela sorri fofo. Lauren envergonhada é o paraíso.
- qual a sua preferida? - ela pergunta se recompondo e penso.
- Todas.
- escolha uma.
Olho em volta e aponto pra uma no fundo. É uma árvore com flores rosas bem abertas.
- Essa.
- é sua.
Tento esconder o sorriso enquanto a observo chamar a moça pra separar o quadro.
- você tá com fome? - ela me pergunta.
- um pouco.
- eu tmb, quero te levar a um mini restaurante aqui perto, eles vendem uma massa incrível.
Ela diz com tanta animação que não consigo dizer não e só concordo com a cabeça. Ela pega minha mão e vamos pra fora da galeria subindo a rua.
É perto mesmo. Fica atrás da galeria. Também com um clima agradável, romântico.
Sentamos em uma das mesas perto da janela de vidro e o garçom se aproxima.
- o que vão querer?
- A famosa macarronada da casa. - ela diz e ele concorda anotando o pedido. - pode trazer a melhor garrafa que você tiver de vinho.
- sim senhora.
Ele se afasta e fico sem graça em como ela me olha. Conheço esse olhar. Ficamos nos encarando por um tempo sem dizer nada. Só com os olhos já falávamos muito.
Ela meche muito os braços.
- você tá bem? - pergunto preocupada.
- simmm... - ela canta o sim e acho estranho.
- sim?
- sim.
Ela tá me escondendo alguma coisa mas não insisto. Vou descobrir mesmo.

*
Pov Lauren

Calma Lauren, calma Lauren.
Vai dar certo. Respira fundo.
Quase ela me pega.
Jantamos conversando coisas aleatórias. Fico feliz que eu tenha conseguido tirar ela de casa e ter feito ela sorrir o resto do dia. Não gosto de ve-la triste.
- Tá, me conte o que tá escondendo.
Ela diz do nada e fico seria. A testa dela enrruga e vejo irritação passar pelo seu rosto. É agora ou nada Lauren.
Pego o objeto do bolso e ponho na mesa. Seus olhos se fixam no objeto na mesa e vários sentimentos ficam estampados na sua cara.
Até os olhos assustados ficarem por mais tempo. Engulo em seco.
- Quero ir pra casa. - ela diz depois de um tempo.
- Camz... - a chamo e ela nega com a cabeça. Os olhos dela enchem de lágrimas e agora que não vamos mesmo.
- o que você quer? - ela pergunta tentando segurar as lágrimas.
- você.
Ela da uma risada sarcástica e fico confusa.
- você não precisa ficar comigo por pena.
- Pena? Do que tá falando?
Ela nega com a cabeça e penso por uns segundos.
- Camila não, não é isso que você tá pensando. Eu não quero você por pena. Quero você porque quero você realmente, Porque você me faz bem, porque quero acordar todo dia de manhã e seu rosto ser o primeiro a ver, porque eu tô apaixonada por você.
- Lauren...
- Eu quero você.
- Melhor irmos.
Ela se levanta, pego a caixinha e só deixo duas notas de 100 na mesa e a sigo pra não perde- lá de vista.
- Camila espera.
A faço parar de andar a puxando pela mão a fazendo olhar pra mim.
- eu quero você. Eu quero você. Eu quero você.
A abraço forte e ela parece mais calma.
- Eu também quero você.

IMPÉRIO - PARADA POR TEMPO INDETERMINADO Where stories live. Discover now