Capítulo VII

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— Mio amore? Oque faz aqui? — Meu pai se levantou ao me ver entrar no salão.

— Eu disse que não vou fugir, não vou pra ilha nenhuma, e antes que você fale algo, eles não tem culpa de nada, até tentaram me impedir — Apontei pra os quatro atrás de mim que olhavam meu pai esperando o sermão que ele passaria.

— Você não pode ficar aqui mia cara, eles sabem o quão poderosa você é, vão querer levá-la — Meu pai murmurou alisando meu rosto. Ele fazia parecer que estava tudo sobre controle, mas eu o conhecia bem, sabia que ele estava com medo.

O clã romeno já foi forte, nada o impedia deles voltarem a ser oque eram.

— Eles não vão conseguir, eu treinei esses anos todos pra caso alguma acontecesse, e agora que acontece eu vou ser mandada pra longe? Então todos esses anos foram em vão? — Arqueei uma sombrancelha cruzando os braços.

— Eu sei que você quer mostrar como evoluiu, mas esse não é o momento, você vai para ilha da sua mãe com Alec, e depois que tudo passar vocês voltam, você até poderá comandar alguma missão, oque acha hu? — Ele sorriu voltando a se sentar.

— Está tentando me subordinar com um cargo de líder? — Arqueei uma sombrancelha dando um sorriso sacana.

— Porque não? — Ele fez o mesmo.

— Chega, isso não está em discussão, você é a jóia mais preciosa dos Volturi, você só irá e pronto, suas malas já estão prontas, e já tem um avião a sua espera, sugiro que se despeça da sua mãe rápido — Gritou meu tio impaciente.

— Querida vá logo, prometo eu mesmo te chamar se algo sair do controle, mas por enquanto os romenos não são uma ameaça grande — Marcus foi quem falou com sua voz calma. Já percebi que isso é caso perdido, nem minha mãe vai conseguir dobrar meu pai.

— Se não fosse uma ameaça tão grande vocês não me mandaria pra longe — Murmurei acenando pra eles saindo do salão. Porém ainda consegui escutar meu pai dizer um "acho que deixamos ela brava" e sim ele está certíssimo.

Passei no quarto da minha mãe que estava com um livro aberto, porém era só olhar pra cara dele que percebia que ela não prestava atenção no que estava escrito nele.

— Mãe? — Chamei vendo ela sair do transe.

— Há, mia cara, que bom que você está bem, fiquei com medo daquela escória romena te pegassem no caminho — Ela sorriu vindo me abraçar.

— Eu estou bem, só brava com um certo rei Volturi que está me fazendo ir pra uma ilha, bem longe daqui — Devolvi seu abraço revirando os olhos.

— Piccola, entenda o lado dele, seu pai sabe que você é forte, mas além de tudo você é nossa filha, sempre vamos nos preocupar com você, se você não quer ir por ele, faça isso por mim ok? — Ela sorriu alisando minhas costas.

— Apelou dona Sulpicia, mas eu só passei pra me despedir, eles já até deixaram um jatinho esperando por mim, parece até que não me querem aqui — Fiz drama dando mais um abraço enquanto ela ria.

— Não diga isso, nós te amamos, agora vá, me ligue quando chegar, e aproveite seu tempo sozinho com Alec — Ela piscou um olho, me fazendo corar.

— Que isso dona Sulpicia, nem parece minha mãe — Ri saindo do quarto, escutando sua gargalhada. 

****

— Vamos? — Alec bateu na porta e colocou a cabeça pra dentro do quarto. Eu tinha passado aqui pra pegar alguns livros.

— Sim, vim pegar alguns livros — Balancei eles no ar e ele acenou, me dando passagem.

— Você vai gostar de lá, eu já fui uma vez — Alec puxou assunto, se sentando ao meu lado.

— Acho que sim, minha mãe tem um bom gosto... Quer ler também — Me encostei mais nele pra que ele pudesse enxergar o livro.

— Claro — Ele fez o mesmo, passando o braço pelos meus ombros, enquanto mexia no meu cabelo. Desse jeito eu não ia durar muito tempo acordada, eu sou o tipo de pessoa que desmaia, se a pessoa mexer no meu cabelo, é instantâneo.

E como eu imaginei, logo o sono chegou, não devo ter passado da quinta ou sexta página, e apaguei.

****

Acordei vendo que eu não estava mais sentada no jatinho como eu esperava.
E sim deitada em uma cama.

Olhei em volta vendo o quarto simples, porém bem bonito e moderno. Bem diferente do meu quarto em Volterra.

A porta, que eu supus ser a do banheiro, abriu revelando um Alec apenas com uma calça moletom, secando os cabelos com uma toalha.
Desviei o olhar percebendo que estava o encarando. Ou melhor, encarando o tanquinho dele.

— Ham, você acordou, deve estar com fome né, eu posso preparar alguma coisa pra você comer — Alec falou sem graça, vestindo uma camisa ao me ver sentar na cama.

— Sim, obrigado, a quanto tempo nós chegamos? — Me espreguiçei o encarando.

— A mais ou menos uma duas horas, eu te trouxe, não queria te acordar — Ele sorriu meio sem graça, oque me fez perguntar desde quando Alec ficou assim. Mas confesso que é fofo.

— Obrigado, eu vou tomar um banho — Me levantei abrindo a mala que estava na poltrona.

— Tudo bem, vou fazer alguma coisa pra você comer enquanto isso — Acenei pra ele agradecendo de novo, e o mesmo saiu do quarto.

Pensando bem, talvez não seja tão ruim ficar aqui. Eu falei que não queria vir como se fosse a pior coisa do mundo, oque pode ter feito Alec pensar que eu não queria ficar perto dele. Isso faz eu me sentir mal, ele é sempre legal comigo, e eu nem fiz questão de me explicar direito pra ele.
E ainda tive a capacidade de secar ele na cara dura, eu estou virando uma tarada pervertida, só pode.

Sai do chuveiro vestindo uma simples conjunto moletom. Indo pra onde veio uns barulhos de coisas caindo.
Parei na porta da cozinha vendo um Alec todo atrapalhado, e várias panelas no chão. Ri balançando a cabeça chamando sua atenção. Ele me olhou meio sem graça rindo também.

— Desculpa, eu não sou uma mestre na cozinha, mas ver você todo atrapalhado é engraçado — Segurei o riso ajudando ele a pegar as panelas no chão.

— Isso, ri mesmo da minha desgraça — Fez drama beliscando minha costela.

— Dramático — Revirei os olhos.

— Então nós somos dois, mia cara principessa — Ele me olhou com um sorriso debochado.

— Sim somos dois, mas eu fui ficar aqui vendo suas tentativas de fazer uma comida digna da minha realeza, já que eu não sei cozinhar — Me sentei na bancada olhando pra ele.

— Também, a senhorita mimada sempre tinha o jantar pronto — Falou com um sorriso voltando a mexer no fogo.

— Não me culpe, eu até queria aprender, mas minha mãe nunca deixou, então ela é a culpada — Me expliquei com indignação.

— Claro, que é — Ele riu.

E em alguns minutos nós entramos em uma discussão sobre eu ser mimada demais. Ficamos assim até ficar de manhã e eu ficar com sono de novo. O miserável tinha bom argumentos, mas no final, digamos que deu um empate.

Princesa Volturi Où les histoires vivent. Découvrez maintenant