Capitulo 31

241 28 0
                                    

•|Narradora|•

PORQUE EU TE AMO PORRA!

Essas palavras ecoavam em seu consciente juntamente com um som padronizado de "beep", não sabia onde estava, só conseguia ver o escuro. Era como se seus olhos estivessem fechados, mesmo que ele pudesse sentir que os mantinha abertos o tempo todo. A confusão tomava conta de si, estava confuso a respeito de onde estava, estava confuso sobre o que acontecera e estava confuso sobres as palavras do loiro.

Depois de muito pensar, o de olhos verdes tinha conseguido lembrar em partes sobre o que tinha acontecido, sobre ter sido sequestrado e torturado. Talvez ele estivesse morto agora, era uma possibilidade que ele pudesse estar no pós vida ou algo assim. Mas sentia um aperto no peito em pensar nisso, ele sempre acabava pensando nas pessoas que deixara pra trás, nos seus amigos, na sua mãe, no Yagi e no Kacchan. Tinha ouvido aquela declaração desesperada dele e nem pudera respondê-la, para ele estava certo que corresponderia aos sentimentos do maior, mas ele precisaria estar vivo primeiro.

– Como ele está? Alguma melhora? – ouviu uma mulher dizer, sua voz parecia muito, muito distante.

Nada. Não pudera ouvir mais nada. Tudo que conseguira fazer foi perder sua consciência se rendendo ao escuro novamente.

***

– Acho que deve estar tão preocupado quanto Yagi e eu, – a mesma voz de antes tinha o despertado, mesmo que o menor não pudera entender o que a moça falava – pode entrar. Preciso pegar um café.

Passos, ele conseguia ouvir passos. Aparentemente ele conseguia ouvir quase que perfeitamente agora, conseguia prestar mais atenção nos detalhes do som. Alguém arrastou um banco e se sentou, somente nesse momento o esverdeado perceberá que estava deitado em algum lugar, essa pessoas que acabara de entrar pegará em sua mão. Calor, era o que o toque passava, um doce cheiro estranhamente familiar invadiu suas narinas.

Talvez o menor estivesse acordando, talvez agora estava mais perto de voltar, ou talvez só estivesse mais perto de ir também. A pessoa apertava sua mão agora, parecia estranhamente nervoso, como se estivesse prestes a chorar.

– Sabe, – disse com a voz meio embargada, era um homem aparentemente – o médico disse que tem melhorado aos poucos, ele disse também que talvez você pudesse ouvir caso conversássemos com você.

A tristeza na voz do homem era de cortar o coração, o menor sentiu uma estranha vontade de abraçá-lo e dizer que estava tudo bem, que tudo voltaria ao normal. Agora não tinha dúvida alguma, precisava acordar, precisava dizer a todos que ele estava aqui e bem, que ele acordaria. Mas tudo que ouvia agora era o silêncio, um silêncio torturante que o fez querer gritar.

"Estou aqui! Me ouçam! Estou bem!"

Mas não ouviu mais a voz do homem, tudo que ouvia agora era um chiado bem baixo, era como se alguém estivesse tentando conter o choro. Tentou forçar os olhos, tentou se debater, tentou de tudo, mas não conseguia se mexer e nem acordar. Estava ficando desesperado, estranhamente queria abraçá-lo, queria sentir seu cheiro e seu calor mais perto de si, ele precisava daquilo.

– As coisas não tem sido as mesmas sem você, Deku. Todos sentimos sua falta, e a turma quer logo que você volte com suas individualidades incríveis, seus pais estão loucos para te abraçar, acho que até Monoma quer que você acorde logo. – soltou uma risada leve, porém triste – Mas tem uma pessoa, uma pessoa que chora todas as noites antes de dormir, que sonha com você e sempre se desespera ao não te encontrar ao seu lado, um garotinho que se sente perdido ao lembrar que você não está ao seu lado sorrindo com aquele sorriso angelical que só você tem.

ChangesWhere stories live. Discover now