32 - Três é demais. Será?

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Continuação...

R: Eu juro que vou dar um jeito de resolver a questão da Flay. Mas até eu conseguir, eu vou pedir pro Nóbrega ficar aqui em São Paulo.

B: Eu sei o que eu tenho que fazer pra resolver de vez, Rafa.

R: Tá. - Sabia sobre o que ela estava se referindo e respeitaria qualquer decisão dela. Mas essa decisão não deveria ser tomada no calor do momento. - Vamo voltar pro nosso evento. Amanhã a gente conversa sobre o que você vai querer fazer, certo?

B: Certo. - Foi sua vez de fechar os olhos e respirar fundo e fechar os olhos. Rafaella percebeu a fragilidade da namorada e rapidamente a envolveu em seus braços.

R: Tá tudo bem, Bi. E vai continuar tudo bem. A gente vai resolver de vez essa bagunça. De um jeito ou de outro. - Sussurrou no ouvido dela e apertou o abraço até sentir o corpo de Bianca relaxar contra o seu. - Eu tô aqui com você.

B: Ela não fez nada com você? - A mineira negou com a cabeça. - Nem disse nada?

R: Na verdade... - Olhou para cima, sabia que tinha que contar pra ela.

B: Pode falar, Rafa. Eu tô bem.

R: Não é que... - Ainda não conseguiu encará-la, sentia vergonha de sua atitude. - Ela me irritou e eu perdi a paciência.

B: Uhum. - Percebeu a namorada desviando o olhar. - E aí?

R: Eu meio que apertei o rosto dela. - Virou de costas, não queria ver sua reação. - Talvez a mandíbula fique roxa.

B: Ei! - Puxou levemente o braço dela, para poder olhar em seus olhos. - Tá tudo bem, amor. Na verdade, você deveria ter batido nela mesmo. Não teria problema também.

R: Cê sabe que eu não sou assim, Bia. - Soltou um suspiro cansado e deixou os ombros cederem. Seus olhos se encheram de lágrimas e um bico se formou em seus lábios. Estava decepcionada consigo mesma. - Não sou!

B: Rafa. Olha aqui pra mim. - Pegou o rosto dela entre suas mãos. - Ela brinca com nossos limites. Eu conheço a provocação dela. Não se sinta mal. Essa reação diz muito mais sobre ela do que sobre você.

R: Eu não queria que fosse assim, Bi. Não queria! - Sentou no sofá e apoiou a cabeça nas mãos.

B: Eu vou fazer o que for preciso, Rafinha. - Acariciou com cuidado o cabelo dela, para não bagunçar.

Vendo que a namorada também sofria as consequências das atitudes de Flay e Guilherme, o sentimento de culpa voltou a se fazer presente dentro de Bianca. Mesmo ela sabendo, depois de muitas sessões de terapia, que tinha sido vítima, se sentia covarde por não tomar decisões mais duras em relação aos dois.

R: Não é culpa sua, Bia. - Levantou e foi em direção ao espelho, retocando a maquiagem. - Nada disso é culpa sua e eu respeito qualquer decisão que você quiser tomar, ok? O importante pra mim é você ficar bem. Ela me esgotou, só isso.

Antes que pudessem aprofundar mais naquele assunto, ouviram duas batidas na porta. Rafaella autorizou a entrada de Nóbrega, pois sabia que era ele. Atrás do motorista, estava Gizelly, que entrou com uma expressão confusa, afinal, a presença do homem era incomum para ela.

G: Tá tudo bem, gente? - Perguntou apenas quando ficaram sozinhas. - O pessoal tá procurando por vocês lá fora...

B: Vai ficar, Gi. Vai ficar. - Pegou a mão de Rafaella e levou aos lábios, deixando um beijo ali. - Vamos, amor? Amanhã a gente conversa com calma.

As três voltaram para o salão principal, onde os convidados socializavam. Como boas influencers que eram, colocaram um sorriso no rosto e foram simpáticas com todos. Normalmente elas gostavam daquele tipo de evento. Mas naquele dia, apesar de ser sobre o projeto delas, as duas estavam com a cabeça cheia.

Certa para mim - RABIAWhere stories live. Discover now