Epílogo.

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Ellen... 

Finalmente vou receber alta hoje, Meg saiu dois dias atrás e eu tive que esperar até hoje, na verdade tive alta ontem, mas minhas filhas apenas sairiam hoje desse modo resolvi esperar, não vou sair daqui sem elas. Me olhei no espelho do banheiro branco e impessoal, amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo, estou com um vestido soltinho que vai até abaixo dos joelhos, meus seios apertados dentro do decote frontal, nos pés coloquei uma rasteirinha confortável, não me sinto bonita ou feminina nesse momento, me sinto inchada e dolorida.

John está no quarto arrumando as coisas para irmos pra casa, tentei ajudar, mas ele não deixou de maneira alguma, de modo que eu fui ao menos me arrumar para agilizar o processo. Ouvi vozes no quarto e sai achando que ia encontrar os médicos, mas eram Victória e Liam que estavam lá ao invés disso.

- Oi. – Ela falou assim que me viu. – Queria vir antes, mas nós estávamos viajando e só voltamos ontem. – Ela caminhou em minha direção. – Pensei em ir visita-las em casa, mas não resisti, queria conhece-las.

- Tudo bem, agradeço a visita e será bem-vinda na nossa casa depois. – Me aproximei um pouco. – Os dois serão.

- Parabéns. – Ela me abraçou. – Como você está?

- Estou bem, obrigada.

- Parabéns. – Liam apareceu ao lado de Victória e me abraçou. – Elas são lindas.

- Obrigada. – Falei me afastando. 

John veio para o meu lado e passou uma mão pela minha cintura enquanto conversávamos com o casal a nossa frente, eles parecem felizes juntos e acho isso muito bom, fico feliz que eles estejam realmente bem, cada um segurou um bebê. Quando a Doutora Montgomery entrou com o pediatra eles devolveram as bebês para o berço e se despediram de nós. 

Os médicos nos examinaram por alguns minutos, passaram várias recomendações e só então nos deram alta. Fui até o berço vendo-as vestidas com bodys brancos com uma algema em um escrito “Parceiras” e no outro “No crime”, Tyler quem deu esse presente e ficou muito feliz ao saber que usaria pra sair do hospital. 

- Deixa eu colocar essas mocinhas nos bebês-conforto. – John se aproximou pegando as meninas uma a uma e as acomodando.

- Vamos? – Perguntei quando ele terminou de prede-las. – Estou ansiosa por chegarmos em casa.

- Eu também estou. – Ele se virou me olhando.

A enfermeira Mandy veio nos ajudar a sair, John pendurou uma bolsa de viagem em um ombro e deixou um bebê-conforto em cada mão, Mandy pendurou a outra bolsa na cadeira e colocou minha bolsa sobre meu colo e saímos do quarto.

Depois de preencher a papelada e passar pela recepção enquanto nos dirigimos para a saída do hospital vimos uma figura loira passar pela porta e andar pelo Hall, seu olhar nos encontrou e Hillary pareceu realmente surpresa ao nos ver ali.

- Oi. – Ela parou a pouca distância de nós e olhou para os bebês com John. – Eu vi em algum site que vocês iam ter bebês. – Ela sorriu. – Meus parabéns são bebês lindas.

- Obrigada. – Falamos ao mesmo tempo, um pouco de constrangimento se instalou ali, não era uma situação exatamente agradável.

- Você está bem? – Ela me olhou. – Parir dois bebês deve ser complicado.

- Estou bem, obrigada. – Sorri vendo sinceridade em seus olhos.

- Você deve estar feliz demais. – Ela olhou pra John.

- Mais do que eu consigo falar. – Ele sorriu. – Você está bem?

- Sim, estou ótima. – Ela olhou de um para o outro. – O idiota do meu irmão bateu o carro, não foi grave, mas vim visita-lo.

- Melhoras pra ele. – John falou.

- Obrigada. – Ela se adiantou começando a andar. – Desejo felicidades a vocês dois. – E dizendo isso saiu.

Continuamos andando para fora do hospital e de lá para o estacionamento. A enfermeira me ajudou a sentar no banco do passageiro enquanto John prendia as meninas e colocava a bagagem no porta-malas, depois de conferir os bebê-conforto mais uma vez ele se sentou ao meu lado.

- Aquilo foi um pouco estranho. – Me referi ao encontro com Hillary.

- Realmente foi. – Ele suspirou. – Olha eu...

- Meu amor. – O interrompi. – Eu não fiquei com ciúmes tá bom, é constrangedor e um pouco estranho encontrar com ela, mas isso não afeta a minha confiança em você, na nossa relação.

- Obrigada. – Ele disse tocando meu rosto. – Eu te amo, só existe você pra mim no mundo.

- Eu também te amo, nos teus braços é o meu lagar.

Ele se inclinou e nos beijamos lenta e profundamente. Depois nos ajeitando nos bancos e ele começou a dirigir para a rua e de lá para a nossa casa. Ele se arrastava pelas ruas e eu tenho certeza que poderíamos receber multa por atrapalhar o trânsito de tão devagar que ele estava dirigindo.

- Meu amor se você continuar nesse ritmo a gente vai chegar em casa no aniversário de dois anos das meninas. – Falei sorrindo.

- Eu não estou tão devagar assim. – Se defendeu.

- Uma bicicleta acabou de nos ultrapassar John. – Ele parou no sinal e se virou para me encarar.

- Tudo que é mais importante pra mim no mundo está nesse carro, a minha vida está aqui. – Meus olhos se encheram de lágrimas. – Vocês são o que  de mais importante eu tenho minha linda. – Se virou para voltar a dirigir. – Vou levá-la a em segurança para casa.

- Tudo bem. – Eu poderia argumentar, dizer que não fazia sentido, que dirigir tão devagar podia ser perigoso também, mas depois que ele falou, do carinho e preocupação que eu vi em seus olhos eu não consegui falar mais nada, não pude argumentar com isso. – A minha vida também está nesse carro, pois vocês são ela.

Toquei sua perna e foquei meus olhos na estrada. O silêncio preencheu o ambiente do carro, mas não era algo desconfortável, era um silêncio bem-vindo e aconchegante preenchido pelo barulho do motor e sozinhos de bebês vindos do banco de trás. Recostei minha cabeça no banco e fechei os olhos deixando as sensações me invadirem, depois do que pareceu uma eternidade senti o carro parando e abri os olhos para ver John estacionando o carro na garagem da nossa casa.

- Enfim chegamos em casa. – O provoquei.

- Nem começa. – Falou rindo.

- Meninas. – Tirei meu cinto de segurança e me virei no banco para encara-las. – Chegamos em casa, nosso lar.

- Agora completo. – John falou nos olhando.

Assenti, saímos do carro, ele desafivelou o cinto em torno de um bebê-conforto enquanto eu soltava o outro, mas antes que eu pudesse tirar de dentro do carro ele disse.

- Nem pensar. – Me olhou através das portas abertas. – Você não vai levantar peso.

- John é um bebê de menos de 3 quilos. – Ele falou como se eu tivesse tentando levantar uma mesa de mármore.

- Mesmo assim. – Ele insistiu. – A médica disse que você não deveria fazer esforço nos primeiros dias.

- Segurar a minha filha não é fazer esforço. – Reclamei.

- É sim quando ela está em um bebê-conforto. – Ele falou irredutível. – Pegue sua bolsa e vá abrindo a porta, eu as levo.

Bufei e me virei em direção a porta de entrada. A abri e entrei caminhando até o sofá da sala de estar onde me sentei descansando contra o encosto, John colocou as meninas sobre a mesa de centro viradas para mim e saiu para pegar as malas.

Me ajeitei na ponta do sofá olhando para aquelas belezinhas, elas agitaram as mãozinhas, seus cabelinhos são pretos e espessos, a pele é negra só um pouco mais clara que a minha, as boquinhas são pequenas e carnudas, enquanto as observava como a mãe babosa que sou elas abriram dois belos pares de olhos de um verde intenso, os focaram em mim como se me reconhecessem.

- Vocês reconhecem a mamãe? – Me aproximei as tocando e elas se mexeram ainda mais.

Ouvi passos em nossa direção e levantei os olhos vendo John caminhando para nós com um sorriso no rosto, ele afastou a minha bolsa e se sentou ao meu lado pegando minhas mãos nas suas.

- Minha linda. – Olhei em seus olhos. – Eu decidi que vou estender a licença por mais um mês.

- Tem certeza? – Ele tinha iria tirar um mês de licença para ficar comigo em casa e podermos cuidar das meninas sem a ajuda de ninguém. – Serão dois meses afastado.

- Eu tenho total certeza. – Ele falou com sinceridade. – Já informei Iam, Ella e Etan que eles vão comandar a agência por mais um mês. – Ele tinha designado os três funcionários de confiança para comandar a empresa em sua ausência.

- Isso vai ser ótimo. – Sorri soltando minhas mãos das suas e as passando por seu pescoço o abraçando apertado. – Nós vamos apreciar demais a sua presença 24 horas por dia. 

- Eu vou apreciar ainda mais. – Ele tocou meus lábios com os seus em um beijo terno e rápido. – Vou levá-las para o quarto e já volto para lhe pegar. – Nem tentei argumentar que eu poderia subir as escadas.

**

Ellen...

Sai do banho me sentindo revigorada, olhei para a cicatriz em meu ventre que ainda estava avermelhada, minha barriga estava quase do jeito que era antes da gravidez mesmo eu tendo chegado do hospital hoje. Me sequei, refiz o curativo sobre a incisão, penteei e sequei meus cabelos e fui para o closet vesti uma calcinha confortável e uma camisola amarela de seda que era fácil de deixar o seio a mostra.

Caminhei calmamente para encontrar John com as duas repousando agitadas em seus braços, ele tinha tomado banho antes de mim e vestia somente uma calça de moletom escura.

- Olha, a mamãe chegou. – Ele conversou com elas e levantou a cabeça pra mim. – Acho que precisam de uma troca de fraudes.

- Vamos logo dar banho nelas. – Falei me aproximando.

- Tudo bem.

Fui para o banheiro, o azulejo é verde com uma faixa decorada com desenhos de coisas do mar e uma faixa decorada com ondas logo acima, coloquei a banheira sobre a bancada da pia e a enchi, organizei o trocador do outro lado da pia, voltei para o quarto escolhi a roupinha para elas vestirem depois do banho, peguei uma delas e levei para o banheiro, a coloquei sobre o aparador removi a fraude suja, a descartei, limpei seu bumbum e a levei para dar banho.
John me observava da porta com a outra em seus braços, ele olhava cada movimento com um sorriso no rosto. Quando a coloquei na água ela se agitou e bateu as mãozinhas, reclamando quando a removi da água. A enrolei em uma toalha amarela e esvaziei a banheira.

- Pode deixar que eu encho. – John se apressou.

- Tudo bem.

Levei Thaís para o trocador, a sequei, passei pomada e coloquei a frauda, quando a levei para o quarto John colocou Lílian sobre o trocador para cuidar dela. Voltei para o quarto a vesti e me sentei na cadeira de balanço perto da janela que estava com as cortinas fechadas, deixei um peito livre e a posicionei, ela rapidamente encontrou o bico e sugou vigorosamente com a mãozinha sobre meu seio exposto. Ainda estou me acostumando com a sensação, não chega a doer, mas é um pouco esquisita.

Quando ela se deu por satisfeita e eu cobri o seio, John já estava com Lílian banhada, vestida e agitada em seus braços. Ele a colocou em meu braço livre e pegou Thaís a embalando para arrotar. Ajeitei Lílian em meu braço e coloquei o outro seio pra fora, ela procurou o bico avidamente até torná-lo na boca.

Depois que as duas estavam alimentadas e dormindo a colocamos em seus berços, mas elas choramingaram até que a colocamos no mesmo berço, tocaram as mãozinhas e dormiram calmamente.

- Elas não vão querer dormir separadas tão cedo. – John sussurrou me abraçando.

- Não vão mesmo, se agora já estão assim. – O abracei de volta.

Ficamos ali olhando em silêncio para as duas bebês dormindo, nossas filhas, nosso tesouro, um tempo atrás eu só queria viver a minha vida longe de relacionamentos, eu tinha renunciado ao amor por achar que nunca encontraria um, estava magoada por todas as decepções que sofri e desisti de acreditar, mas John chegou na minha vida para me mostrar que eu apenas não tinha encontrado o homem certo antes.

Ele entrou na minha vida e no meu coração como nenhum outro, passamos por dificuldades pelos meus medos e seus problemas, mas nós superamos juntos, ele mudou por mim, pelo nosso amor e continua mudando, mostrando o quanto me ama e que quer ser sempre o melhor por mim, por nós, me inspirando a ser sempre melhor. Sinto que a melhor coisa que eu fiz na vida foi dar uma chance ao nosso amor, confiar nele e em seus sentimentos, hoje estamos imensamente felizes com nossas filhas. Consegui o final feliz que sonhei quando era criança, a diferença é que esse não é um final de verdade é o começo de uma nova etapa da minha vida. 

Me afastei de John, liguei a babá eletrônica e voltei para perto dele estendendo uma mão em direção a sua, ele agarrou a minha mão e deixou que eu o conduzisse para fora do quarto fechando a porta atrás de nós e nos encaminhando para o nosso quarto, deixei a babá eletrônica sobre o móvel de cabeceira e me virei envolvendo meus braços em torno do seu pescoço.

- Obrigada por entrar em minha vida. – Falei tocando seus lábios em um selinho rápido. – Você é o amor da minha vida. – Lhe dei outro selinho.

- Eu que agradeço por ter você em minha vida. – Falou quando eu me afastei. – Eu te amo com cada pedacinho do meu ser.

Nossas bocas se encontraram em um beijo que começou lento e se aprofundou lentamente se tornando mais apaixonado à medida que nossas bocas devoravam uma à outra, demostrávamos nosso amor e desejo a cada investida dos nossos lábios e línguas. Nos separamos por falta de ar, ele encontrou sua testa na minha e respiramos juntos. Não existe dúvida em meu ser que o amo imensamente, percebo que quando o destino escolhe unir duas pessoas não tem obstáculos que sejam suficientes para mantê-los separados. O abracei afundando meu rosto em seu peito onde me sinto em casa.


Fim

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Esse livro chega ao fim, a jornada desse casal teve alguns percalços e certamente terá outros pela frente, afinal a vida não é um conto de fadas, mas eles vão superar, pois o que os une é o amor. Eles superaram e resolveram seus problemas em nome do amor que sentem.

Quero agradecer a todos que leram esse livro até aqui, que acompanharam essa história e se envolveram pela trama. Vocês me fazem muito feliz.

Quero agradecer a minha amiga Laysa_Muller por ter me dado o título desse livro e por sempre me ouvir e me ajudar quando preciso de alguma opinião.

O próximo livro "Almas Partidas" será lançado dia 31/01/2021, espero vocês , para acompanhar mais essa história.  entra no meu perfil que eu vou postar hoje o Prólogo.

Beijão da tia Leila 😘🥰💜

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Um Toque de Confiança - Meu Clichê (Livro 2) (Concluída)Where stories live. Discover now