O Verdadeiro Mestre.

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Os dois apontaram suas varinhas um contra o outro, enquanto os professores de Hogwarts abriam espaço para que ninguém se machucasse. Harry olhou seus amigos se aproximando, mas ele negou com a cabeça.

-Então, Potter, quem você vai usar de escudo agora?-Voldemort questionou.
Harry sorriu.
-Ninguém. Somos só eu e você, Tom. -Harry disse, vendo o homem quase rosnar ao ver que Harry não utilizaria o nome "Voldemort". -Não existem mais horcruxes, você é apenas um bruxo comum. Então, terminaremos isso. Nenhum de nós pode viver enquanto o outro sobreviver, não é mesmo?
-E você acha que será você? O garoto que sobreviveu por sorte e graças a ajuda de Dumbledore?-Perguntou Voldemort apertando o cabo de sua varinha.
-Chama a proteção da minha mãe de sorte? Minha mãe não se sacrificou de forma acidental. -Harry olhava nos olhos dele. Não existia mais nada, nem ninguém. Eram só eles dois em volta de sombras de rostos assustados. -Eu não sobrevivi ao cemitério, ao seu retorno, por sorte. Eu não sobrevivi mais uma vez a maldição da morte, essa noite, por sorte.
-Sorte! -Gritou Voldemort. E movimentou a sua mão, jogando um feitiço em Harry, que o garoto anulou sem muita dificuldade. A multidão arregalou os olhos, paralisada. -Foi sorte! Você fugiu e se escondeu a noite toda atrás de homens e mulheres, depois permitindo que te matasse.  -Eles começaram a circundar, prontos para atacar o outro. Verde no vermelho. Olhos fixos e cheios de determinação.
-E não matará mais ninguém essa noite. -Harry disse sentindo sua garganta secar. Era impossível não ficar nervoso, mas ele estava pronto. -Você não entende? Eu fui até lá, me sacrificando, pelas outras pessoas. Decidido a não permitir que mais alguém se machucasse. Para te impedir.
-Mas você não o fez. -Voldemort disse.
-Tem certeza? -Harry sorriu de lado, maroto. -Eu fiz exatamente o que a minha mãe fez e até agora, Tom, nenhum de seus feitiços os acertou. Ninguém que esteve do meu lado se feriu. -Harry parou. -Tudo porque você não aprendeu com os seus erros. Assim, eu te desafio.
-Me desafia?-Voldemort parou de andar.
-Sim, desafio. Mas antes...Quer ouvir tudo que você não sabe? Um discurso final, assim como os outros tantos que você fez ao longo desses anos. -Harry disse.
-O que eu não sei?-Voldemort questionou e riu, andando em volta de Harry, que parecia estar muito tranquilo.-O amor? De novo? A solução favorita daquele velho. Bom, o amor não o impediu de cair daquela torre, não é? O amor não impediu de matar aqueles dois, sendo um deles a sua mãe sangue ruim. Nada pode me parar, Potter. O que você acha que irá?
-Uma coisa, apenas uma coisa. -Harry disse.
-Acredita que conhece magias mais poderosas que eu? Ou tem alguma arma que eu não sabia?-Voldemort questionou.
-Ambos. -Harry disse e o choque passou pelo rosto de Voldemort.
-Mais magia que eu? Acha que tem mais poder que eu, o Lorde das Trevas que fez mais coisas que Dumbledore nunca imaginou em fazer?!-Voldemort perguntou.
-Oh, ele imaginou sim. Mas ele era mais inteligente que você, tanto que viveu muito bem por cento e cinquenta anos sem fazer as coisas que você fez. -Harry diz em tom de deboche.
Algumas pessoas riram na multidão, se silenciando ao receber o olhar cheio de ódio de Voldemort.
-Ele era fraco! Fraco demais para se atrever a fazer o que qualquer bruxo poderoso deve fazer. -Voldemort disse.
-Você se escuta? -Harry questionou. -Ele era um homem melhor, um bruxo melhor e percebeu o que você nunca sequer viu.
-Eu matei Alvo Dumbledore!-Disse Voldemort cada vez com mais raiva. De forma distante, alguns vidros se quebraram.
-Você pensa que matou. -Disse Harry.

As pessoas se afastaram mais, se encostando nas paredes, respirando como uma só. Ouvindo as palavras de Harry, tentando compreender tudo que aquele menino tinha para dizer.

-Dumbledore está morto! Eu arranquei essa varinha de seu túmulo, vi o seu corpo! Ele não está vivo!-Disse Voldemort.
-Realmente, ele está morto. Mas não por sua causa. Ele planejou a própria morte junto a dois "comensais", dois membros da Ordem da Fênix que decidiram seguir o próprio caminho e ajudar Dumbledore em seus planos. Snape queria proteger a minha mãe, sua melhor amiga...Ele não pediu para que poupasse a vida dela? -Harry questionou, vendo as narinas de Voldemort se abrirem, ele respirava forte. Ele havia sido traído.
-Ele concordou que poderia ter outra mulher, uma sangue puro, digna dele. -Disse Voldemort.
-Claro que ele concordou. Mas algum dia ele procurou? Não, ele continuava ligado a garota que ele cresceu com. Então, se tornou espião de Dumbledore, trabalhando com ele a partir do momento que você ameaçou mata-la. -Harry sorriu. -Dumbledore estava doente quando morreu, já morreria de uma forma ou de outra, então, ele fez um plano que te enganaria.
-Não importa se Snape era de Dumbledore ou meu. Não importa os obstáculos que eles tenham colocado no meu caminho, eu matei ambos!-Disse Voldemort.
-É mesmo? -Harry continuava sorrindo, mexendo com a cabeça de Voldemort.
-Ele estava tentando manter a varinha longe de mim. Pretendia manter Snape como o dono da Varinha Anciã, para que ela fosse para você. Mas eu o matei antes, eu sou o mestre dela! O plano dele deu errado!-Disse Voldemort.
-Saiu? Saiu mesmo? Se eu me recordo bem...Haviam dois traidores, não, quatro traidores entre os comensais. Um foi Regulus Black, um sonserino que contra todas as expectativas, torturas e possibilidade, foi atrás do medalhão da sonserina e o roubou para que no futuro nós destruíssemos. O segundo, Severus Snape, que seguiu as instruções de Dumbledore para que tudo dê-se certo. E por fim...Quem? Quem fez todos os planos darem certo? -Perguntou Harry olhando em volta. -Eu poderia já falar sobre o quarto traidor, aquela que nos ajudou, mas que nunca foi comensal.
-Narcisa. -Voldemort fechou seus olhos.
-Sim. -Harry sorriu e a encontrou, ao lado de Draco e Aurora. Ao lado da Lady que era verdadeiramente fiel. -Sente algum remorso, Riddle?
-O quê?-Voldemort o olhou novamente, com as pupilas dilatadas, como se Harry tivesse o ofendido com aquela ideia.
-É a sua última chance. Tente sentir algum remorso por todas as mortes e crimes que cometeu. -Disse Harry.
-Como você se atreve?!-Voldemort questiona.
-Eu me atrevo, porque o plano deu certo. Você não é o mestre da Varinha Anciã. -Harry apontou a varinha de Draco para Voldemort, vendo que o homem segurava a sua própria tremendo. -A varinha não funciona ainda, certo? Porque Snape nunca foi o mestre dela, ele matou Dumbledore em um plano entre eles.  Mas Snape nunca derrotou Dumbledore, nunca se tornou mestre da varinha.
-Eu roubei a varinha do túmulo de seu último mestre, então, ela continua sendo minha!-Disse Voldemort.
-Não é assim que se ganha uma varinha. Não se lembra de Olivaras? A varinha escolhe o bruxo. Você pode usa-la e até segura-la o quanto quiser, mas nunca será o verdadeiro mestre. Mas o verdadeiro mestre? O verdadeiro mestre da Varinha das Varinhas continua depois daquela noite era Draco Malfoy. -Disse Harry.

Os Herdeiros dos Marotos e as Relíquias da MorteWhere stories live. Discover now