Capítulo 12 - Violet

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A semana passou lentamente e foi mais torturante do que eu esperava.

Eu fiquei extremamente atarefada, com diversos trabalhos da faculdade para terminar, provas para estudar e deveres dos alunos para corrigir. Era final de semestre e as últimas semanas sempre eram as piores. Isso costumava acontecer nessa época e eu ficava sempre desesperada, querendo que passasse o mais rápido possível. A única coisa que me consolava era saber que depois da tempestade, vinha a calmaria e eu poderia relaxar despreocupada.

Essa correria fez com que eu passasse a maior parte do tempo presa dentro do quarto, sem ver ninguém, me dedicando completamente aos estudos e ao trabalho. Mas, apesar do esforço, eu me sentia bem, pois era gratificante perceber que eu estava sendo útil em alguma coisa, e eu sabia que, no final, seria recompensada com o que eu almejei desde que comecei isso tudo: minha independência.

Eu não via a hora de comprar um apartamento, um carro e poder me bancar sem ter que pedir nada aos meus pais. Poder convidar meus amigos para irem a minha casa, sem me preocupar se mamãe os olharia de uma forma estranha ou se papai seria grosseiro com eles. Eu quero poder viajar para o lugar que eu desejar e me bancar completamente, mas isso tudo só será possível depois que eu tiver o meu próprio dinheiro. Então, todo o esforço que eu fizer, terá um gostinho recompensador de vitória.

Meu celular tocou em cima da minha cama e me levantei da cadeira da escrivaninha, indo até ele. Joguei-me sobre o lençol macio e olhei a tela, vendo o nome de Thomas brilhando forte, à medida que o toque continuava.

— Pensei que eu tinha dito que te ligaria — disparei, sem cumprimentá-lo.

— Não aguentei esperar. Você sabe como sou ansioso.

— Ah, se sei! Você ligou todos os dias desde a última vez que nos vimos.

Ele riu do outro lado.

— Desculpe, mas não posso fazer nada se você é tão necessária pra mim. Não consigo ficar muito tempo afastado, tenho o desejo de estar perto de você sempre. Só não faço isso, porque você é difícil e vive me dando foras.

— Thomas, nós já conversamos sobre isso...

— Eu sei e não vou pressioná-la. Mas quero saber se vai comigo para o chalé amanhã. Você prometeu que na sexta me ligava e já são quase oito da noite e nada.

Olhei para o relógio que estava sobre o criado-mudo e constatei que ele estava certo.

— Desculpe a demora. Estou cheia de coisas pra fazer. Essa semana foi um inferno pra mim e acho que a próxima será ainda pior. — Levei a mão ao rosto e massageei as têmporas, sentindo uma dorzinha incômoda começar a nascer ali. — Eu ia te ligar mais cedo e acabei não percebendo a hora passar. Não vai dar pra ir com você, por todos esses motivos que eu te falei e porque mamãe vai dar um jantar amanhã à noite, e ficaria furiosa se eu não estivesse aqui para receber os convidados com ela. Sabe como ela se importa com essas coisas, não é?

— Não acredito que vai me dar outro bolo. Estou de coração partido. — Ele fez um som engraçado, como se fingisse estar chorando, e eu não me aguentei, acabei gargalhando. — Isso! Ria mesmo do meu sofrimento. Sempre soube que tinha uma veia sádica pulsando nesse corpinho lindo.

— Thomas!

— Que foi? Só falei a verdade!

— Você é um caso sério, sabia?

Bufei, revirando os olhos.

— Contanto que eu seja o seu caso, eu sou o que você quiser: sério, engraçado, divertido, insuportável...

Libertada (Duologia Raptada #2)Where stories live. Discover now