Capítulo 39 - Ethan

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Foi tudo muito rápido.

Em um momento, eu implorava sutilmente à Violet que saísse de perto de mim, para que ela estivesse fora de perigo, pois em hipótese alguma eu a deixaria correndo risco de vida só para me poupar. No entanto, antes que eu pudesse protegê-la, tudo se desenrolou rapidamente e, quando me dei conta, já estava no chão, apalpando o ombro, que doía intensamente, latejando sem parar.

Puta que pariu, agora não!

Abri os olhos, percebendo tudo o que tinha acontecido e rezei em silêncio, pedindo a Deus que tivesse piedade de mim.

Por favor, por favor, não.

Pisquei os olhos algumas vezes, tentando focar a vista e percebi o barulho de passos se aproximando em meio aos gritos das pessoas desesperadas, que tentavam fugir daquele caos, temendo que mais disparos acontecessem nos próximos segundos. Não podia julgá-las, pois se estivesse em condições, faria o mesmo. Obviamente, só após ter Violet, Jake e minha mãe em segurança, junto a mim.

— Você vai morrer no inferno, seu filho da puta — Thomas cuspiu em cima de mim, parando ao meu lado para que eu pudesse olhá-lo sem dificuldades. — Dessa vez, não vou errar.

— Não antes de te levar comigo!

Tive vontade de quebrar a cara dele novamente, contudo, a única coisa que fiz foi levar a mão a cabeça, que tardiamente percebi conter um fio de sangue, partindo do machucado proveniente da pancada que recebi quando fui jogado no chão.

— Alguém chama uma ambulância! Ele foi atingido e meu pai precisa de ajuda — Violet se fez ouvir em meio ao caos, parecendo desesperada.

Senti muito por ela, mas ao mesmo tempo, fiquei aliviado quando escutei alguém garantir que já tinham chamado. Por um segundo, me permiti ter esperança de que todos nós sairíamos daquela bem, apesar de saber que aquilo era pedir demais, principalmente partindo de um cara como eu. Eu sabia os riscos quando decidi ir até ali, só lamentava ter levado minha família junto.

— Thomas, por favor, não! — Não sei quem gritou, mas agradeci em pensamento pela tentativa. Talvez fosse a última vez que ouvia alguém interceder por mim, porque se tinha algum conhecimento de vida, sabia que não tardaria para aquele infeliz enfiar uma bala bem no meio da minha testa.

— Thomas! — Violet foi a próxima a gritar, mas sua voz não era tão alta, de modo que imaginei que ela estivesse longe de onde estávamos. — Eu prometo que me caso com você se não fizer nada com ele. Eu juro! — implorava, aos prantos.

— Nada importa mais, Violet. Suas palavras não passam de promessas vazias que nunca serão cumpridas. Não posso mais confiar em você, não depois de brincar tanto comigo — falou, sem desviar seus olhos dos meus nem por um segundo, preocupado em manter a arma apontada para minha testa.

— Seu corno, deixa ele em paz, porra. Deixa de ser covarde e larga essa arma. Luta de homem para homem. — Jake foi o próximo a protestar com um gemido sôfrego, me deixando mais tranquilo por saber que, apesar de ter sido atingido por um disparo partido de um dos seguranças de Thomas, quando tentou me ajudar, ele não havia morrido.

Pelo menos, não ainda.

Afastei esse pensamento infeliz. Não podia, nem deixaria isso acontecer.

Eu prometi manter todos seguros.

Só precisava garantir que Thomas não iria atirar em mim, porque contar que ele errasse o tiro pela segunda vez, era pedir demais.

— Achou pouco e quer fazer companhia ao teu amigo no inferno, infeliz? — Thomas se dirigiu a ele, desviando a arma de mim para apontá-la para Jake dessa vez.

Libertada (Duologia Raptada #2)Where stories live. Discover now