Capítulo 20 - Thomas

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Estava voltando para casa depois de uma viagem cansativa na qual fechei negócios importantes para a empresa da família. Como havia sido promovido recentemente para vice-presidente da empresa, e estava sendo preparado por meu pai para me tornar o CEO quando ele se aposentasse, precisei assumir muitos compromissos e, consequentemente, ter que viajar mais, o que não me agradava muito.

Como a maioria das pessoas, eu amava viajar, mas quando era para tirar férias e curtir algum lugar novo que eu ainda não conhecia. Quando a situação se tornava uma obrigação, a coisa perdia a magia e passava a ser tediosa e um martírio.

Eu mal tinha assumido o cargo e já me sentia esgotado, então agradecia aos céus pelos três dias de folga que tinha conseguido encaixar em minha agenda. Não era muito, mas com certeza faria uma grande diferença para alguém que tinha passado vários dias sem praticamente nenhum minuto de descanso.

Depois de assumir tamanha responsabilidade, eu tinha percebido o quanto esse mundo dos negócios pode ser impiedoso com qualquer um, seja ele herdeiro ou não. É como se cada gota de energia do seu corpo fosse sugada, até que você estivesse exausto ao ponto de ficar doente, e nem assim você tem folga!

Agora eu entendia todos os momentos que meu pai precisou abrir mão durante esses anos, para ter que cumprir com seus compromissos. Às vezes, não é nem uma questão de querer estar ocupado, mas de não ter como fugir das responsabilidades. É como se eles te achassem em qualquer lugar, mesmo que eu desligasse o celular, davam um jeito de falar comigo. Isso deixava qualquer um louco.

Suspirei, cansado, mas feliz por finalmente ter chegado.

Assim que entrei no meu apartamento, deixei minha mala no meio da sala e fui direto para o meu quarto, desejando tomar um banho rápido e depois me jogar na cama, para descansar até que estivesse me sentindo bem outra vez.

No dia seguinte, acordei totalmente renovado, disposto a aproveitar esses poucos dias de folga.

Ainda vestindo apenas uma calça de moletom, fui até a cozinha e peguei um iogurte para acalmar a fome enquanto preparava um café da manhã com mais proteínas. Depois que terminei de comer, voltei para o quarto e, após um rápido banho, vesti uma calça jeans e uma blusa de mangas longas, já que lá fora caia uma leve garoa.

Não era tão comum me ver usando esse tipo de roupa, uma vez que estava sempre com trajes mais formais, devido ao trabalho, mas eu amava me vestir assim, de forma mais confortável e descontraída, principalmente para as atividades que eu pretendia fazer hoje.

Já pronto, peguei a chave do carro e desci até a garagem, onde entrei na minha BMW preta e dirigi até a mansão dos Baker. Hoje iria cobrar a promessa que Violet me fez dias atrás. Ela não conseguiria me enrolar mais e teria que aceitar sair comigo, nem que fosse para comer um cachorro quente em alguma barraquinha de rua.

Quando cheguei à mansão, parei em frente ao portão preto e me identifiquei, tendo imediatamente a passagem liberada pelo porteiro. Estacionei embaixo de uma árvore, nem me importando em colocar na vaga certa. Estava ansioso demais para ver Violet e não podia esperar nem mais um segundo. Mas, antes que pudesse tocar a campainha, a porta foi aberta e deparei-me com Mary, que me encarava sorrindo.

— Menino Thomas, quanto tempo! Já estava preocupada com o seu sumiço — falou, abrindo os braços para me receber.

Fui até ela e a abracei apertado, depositando um beijo em sua cabeça.

— Desculpe o sumiço, Mary. Não foi minha intenção, acredite. Estive muito ocupado esses dias e não tive tempo de vir visitá-los — expliquei, agora olhando em seus olhos. — Como estão as coisas por aqui?

Libertada (Duologia Raptada #2)Where stories live. Discover now