Capítulo 88

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Terça-feira era um dia tranquilo, mas essa terça não era uma terça normal, essa era a terça em que a Bruna voltaria a trabalhar depois de quase 15 dias afastada.

Apesar de todos na T&T saberem de sua gravidez eles também sabiam que os futuros papais não estavam vivendo a melhor fase do relacionamento deles, então ninguém esperava que uma Bruna feliz e saltitante entrasse pela portaria da T&T.

Ainda bem que não esperavam por isso..

Porque a Bruna que agora estava passando pelos corredores poderia muito bem ser comparada a um furacão, o furacão Bruna.

A sorte de todos foi que o encarregado do estacionamento, depois de ouvir poucas e boas por ter permitido que vários carros fossem estacionados de forma irregular, avisou a recepcionista que imediatamente saiu avisando a todos os outros setores sobre o "tempo ruim que estava chegando".

Alguns desavisados acabam sendo vítimas do olhar assassino que a Bruna lançou ao vê-los perambulando a toa pelos corredores, Dona Regina não foi uma dessas.

Ela foi uma das primeiras a ser avisada sobre o furacão, por isso a Bruna a achou devidamente sentada e aparentemente trabalhando em seu computador.

-- Na minha sala dona Regina.

Esse foi o bom dia que a Dona Regina recebeu da Bruna. Não questionou, apenas pegou seu bloco de anotações e a seguiu.

-- Olha Dona Bruna todos aqui na T&T estamos muito felizes com sua volta, já estamos sabendo que um novo Rafaelzinho está sendo esperado, parabéns minha filha, mas na minha opinião já que essa é sua primeira gravidez, uma gestação de menina seria muito mais fácil, meninos nos sugam demais, se bem que isso vai ser bom, você rapidinho vai perder peso. Mas por outro lado vestir meninas e fazer seus penteados é tão mais prazeroso, ah eu amava fazer penteados nas minhas sobrinhas, foi só isso que eu pude ter, a senhora sabe eu não tive filhos, meu amado marido era infértil, que Deus o tenha. Mas ter filhos homens também tem suas vantagens, meninos não fazem..

-- Dona Regina stop!!! -- Ela não gritou, mas rosnou que nem uma onça, mas também pudera, parecia até brincadeira que toda vez que ela estava estressada a Dona Regina abria a boca e falava que nem uma matraca, mas ela não iria se descontrolar, Dona Regina e mais ninguém tinha culpa dos seus problemas, aliás, uma certa pessoa tinha culpa sim. -- Dona Regina, a senhora me desculpe, mas eu estou com muitas coisas para resolver no dia de hoje, a Senhora que controla minha agenda, sabe disso, mas olhe, um bom dia pra Senhora e muito obrigada pela pela sua consideração pela minha gravidez, mas agora eu preciso que a Senhora me ajude com o trabalho, sim?

Dona Regina não ficou ofendida por ter sido interrompida, na verdade ela já esperava por isso. Falar sem parar era uma tática que ela sempre usava quando a Bruna chegava com as macacas na construtora.

A Dona Regina conhecia a Bruna, ela sabia que mesmo nos seus piores dias a Bruna era incapaz de realmente lhe maltratar, então ela atraía a atenção da Bruna para si e lhe servia de para raio, uma verdadeira mureta de contenção para os efeitos do furacão Bruna.

-- Mas é claro Dona Bruna, sua agenda já está em cima de sua mesa e seu pai já ligou três vezes para saber se a Senhora já havia chegado, ah e a Kaya deixou vários documentos assinados pra Senhora, também os deixei na sua mesa.

-- A Senhora me faça um favor, cancele todos os meus compromissos agora de manhã. Ligue para a Dona Luana e pergunte se ela pode se reunir comigo as onze, entre também em contato com o diretor de obras e solicite uma pequena equipe para executarem um serviço no meu apartamento. Agora o mais importante, entre em contato com a Marília Nascimento e lhe diga que eu a quero em São Paulo ainda hoje, não importa se ela está ocupada ou não, mas se ela estiver, arrume algum engenheiro e coloque no lugar dela, mas eu a quero aqui, aliás, agende ela para uma reunião comigo hoje às 17 horas. -- Ela disse tudo isso num fôlego só.

AOS SEUS OLHOS. Livro 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora