💕Capítulo 23💕

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A pessoa do outro lado da porta estava impaciente, ela nem mesmo estava usando a campainha, estava usando era os dedos mesmo. Bruna não demorou a atender, provavelmente era a nova vizinha, ô senhorinha sem noção, havia apenas vinte e poucos dias que ela tinha se mudado, mas parecia ser bem mais, nesse pouco tempo ela já havia ido no apartamento da Bruna pelo menos umas 5 vezes pedir alguma coisa emprestado e sempre em horários inusitados, como o porteiro não interfonou avisando sobre a chegada de ninguém, isso deu a Bruna a certeza de que era mesmo a vizinha sem noção, ela que estava vestida apenas com a camisa do Carlos Eduardo e uma calcinha boxe nem verificou pelo olho mágico da porta, foi logo abrindo a porta, não era a vizinha sem noção..

-- Cadu..

-- Não fale nada Bruna, não fale nada..

Ele disse isso já fechando a porta com o pé e a agarrando, com fome sua boca atacou a dela, ela fez o que ele pediu, não disse nada, mas com os braços enlaçou o seu pescoço, e com as pernas, o quadril dele. Com sofreguidão e de bom grado, ela entregou seu corpo, em silêncio, apenas com os ruídos do desejo, eles se encaminharam para o quarto. Com as costas na cama e o corpo dele sobre o seu, Bruna pôs suas mãos nos ombros do Cadu e o afastou um pouco, ficaram se olhando..

-- Você vai me amar? -- Ela perguntou ofegante.

-- Você quer? -- Respondeu ele mais ofegante ainda.

-- Quero, quero muito..

-- Vou te amar a noite toda Bruna... a noite toda.

A partir daí só os olhos azuis dele e os verdes dela falaram, já as bocas.. essas cantavam, os ex-noivos passaram a noite toda dando um baile, e a música executada pelos dois foi linda.. como se ela fosse um violino e ele um violinista, Carlos Eduardo com as mãos e a boca executou uma música que agradou os dois, lhes deu prazer..matou (por hora) a fome dos corpos dos dois amantes não muito secretos.

***

Depois de saciados, despencaram na cama.

-- Bruna eu..

-- Não.. -- Pôs o dedo indicador sobre os lábios dele. -- Agora sou eu que peço que não diga nada. -- Fez com que ele se deitasse de costas, se sentou em seus quadris o ladeando com suas pernas, só com seus longos cabelos como vestimenta ela deitou-se sobre o tórax dele, com a boca entreaberta passou a mordiscar o maxilar do amante, mesmo cansado o corpo do homem despertou outra vez, ela tinha esse poder, sempre teve. -- Só faça, você disse que ia me amar a noite toda..

-- E vou, estamos só no começo Bruna, só no começo.. -- E o baile recomeçou.

***

Por volta das sete da manhã Bruna acordou, não ficou surpresa de encontrar o outro lado da cama vazio. O Carlos Eduardo não havia voltado para ela, a noite de amor foi linda, mas as palavras não ditas foram gritantes.

As incertezas e as dúvidas não ofuscaram sua felicidade, sua noite foi uma constatação que eles ainda tinham futuro, ele não amava a estagiária, podia até não amá-la também, mas seja lá o que for que ele sentia por ela, era forte o bastante para trazê-lo até sua cama, tudo bem que ele não ficou, mas ele veio.

Alguém lhe contou que ele adiantou sua viagem para essa manhã, o porque disso não ficou esclarecido, mas ela tinha quase certeza que ele estava fugindo, se alguém lhe perguntasse ontem, ela diria que ele estava fugindo dela, mas já nesta manhã, ela diria que ele estava fugindo dela e da estagiária.

O Carlos Eduardo podia ter todos os defeitos do mundo, mas ambíguo ele não era, prova disso era que até agora ele não havia dormido com a estagiária.

AOS SEUS OLHOS. Livro 1حيث تعيش القصص. اكتشف الآن