Capítulo 80

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O amanhecer de quinta foi bem diferente do amanhecer do dia anterior, só em saber que o Cadu não estava mais no Rio de Janeiro isso já lhe deixou bem mais tranquila.

O patife não merecia, mas ela o amava tanto, e mesmo sabendo que esse amor andava lhe fazendo mais mal do que bem, ela não conseguia evitar.

Quando desceu para o café da manhã seu pai já havia saído para o trabalho. A mesa ainda estava posta, ela não sabia se era por causa da gravidez, mas ela agora andava com uma fome enorme.

Ela já estava no seu terceiro pedaço de bolo quando a Laurinha, empregada do seu pai, entrou na cozinha com um lindo buquê de flores do campo rosa.

-- Bom dia Dona Bruna, veja só que flores lindas chegaram pra Senhora!

-- Bom dia pra você também Laurinha, me dê elas aqui por favor.

De quem seriam, algum cliente da T&T que ficou sabendo o que lhe aconteceu? O Sebastião? Não, ele não, eles estavam conversando todos os dias por aplicativo e nada indicava que ele lhe enviaria flores. Talvez algum puxa saco da T&T, bem, esperava que não fossem do Marcos Venâncio, aquele interesseiro.

Havia um cartão e seu coração disparou quando reconheceu a letra nele, as palavras contidas no cartão à surpreenderam mais ainda.

"Bom dia querida, espero que você esteja bem, vocês na verdade. Essas flores são para realçar a delicadeza e a suavidade que eu espero que você tenha no seu caminho daqui para frente. Que a juventude que ainda temos seja celebrada em todos os preciosos momentos que vamos ter ao lado do nosso filho."

        Do Seu, Carlos Eduardo.

Foi impossível não se emocionar, ela sempre quis receber flores dele. Parecia até mentira que depois de tantos anos de amizade e de relacionamento que ele nunca tenha lhe dado flores.

Não foi apenas o gesto de lhe enviar flores que a emocionou, aparentemente ele também andou pesquisando sobre o significado das flores, mas o que coroou o gesto foi ele não vir com palavras melosas de amor, ele não fez isso, esperto, muito esperto ele.

-- Dona Bruna, quer que eu lhe arranje um vaso para pôr suas flores? Elas são tão lindas, seria uma pena vê-las murchar assim tão rápido.

-- Quero sim Laurinha, por favor.

Depois que a Laurinha saiu, Bruna meio que acordou do deleite que receber flores do Carlos Eduardo lhe deu. Se ele estava pensando que algumas flores iriam amolecer seu coração ele estava muito.. certo. Isso amoleceu mesmo, o patife era muito esperto, mas a culpa era todo sua, foi ela que disse pra ele que queria receber flores.

Claro que não era nessas circunstâncias, eles brigados, mas independente disso, flores eram flores e as suas eram lindas. As abraçou e as levou ao nariz, a suavidade das cores se refletiam também no cheiro.

A Laurinha voltou com o vaso e a Bruna pediu que colocasse o arranjo na sala de estar.

Após o café ela voltou para o seu quarto, estava aproveitando a folga forçada para terminar a leitura de um romance que já estava lendo há algumas semanas. Estava terminando um capítulo quando bateram na porta.

Era a Laurinha, ela trazia em suas mãos outro buquê de flores, dessa vez o arranjo era misto, haviam flores de várias cores e tipos, mas diferente do primeiro, neste não havia um cartão, nem precisava, ela já sabia quem era o remetente mesmo.

Foi assim o dia inteiro, de duas em duas horas chegava um arranjo de flores diferente, o último chegou às 18 horas.

Na sexta não foi diferente, teve o primeiro arranjo de flores e junto com ele um novo cartão, nesse o Carlos Eduardo falava de amizade eterna e de carinho, eram flores amarelas.

AOS SEUS OLHOS. Livro 1Where stories live. Discover now