Capítulo 135: POV Nina Marshall

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"Quem é você?" Eu perguntei para o guarda real que estava parado na minha porta

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"Quem é você?" Eu perguntei para o guarda real que estava parado na minha porta.

"Oficial Gomez, senhorita," ele disse, abaixando tanto a cabeça que achei que ele fosse me fazer uma reverência.

Eu tinha dois polos dentro de mim que brigavam. De um lado, a esperança, grande esperança que nunca me abandonava. Ela pulava de alegria, achando que aquilo realmente pudesse ser o milagre que eu tanto tinha esperado. Mas ela tinha levado um soco, que quase a tinha nocauteado. Porque não era Sebastian. Era só um guarda. E do outro lado estava a minha razão, que gritava que eu tinha que parar de ser idiota. Eu tinha sido uma selecionada, provavelmente demoraria até eu conseguir me livrar de assuntos reais. Que o guarda só estava ali para resolver algumas coisas que eu tivesse deixado inacabadas no castelo. Eu tinha ido embora tão rapidamente, nem tinha me despedido de Charles. Era só isso. Era esse o golpe que tinha atingido a minha esperança e que a quase tinha derrubado.

"Senhorita?" A voz de Gomez me fez levantar os olhos para ele, já odiando as voltas que meu estômago dava no meio da minha luta interna.

Ele não me falou nada, só me entregou um envelope.

Papéis reais. Como aquele contrato que eu tinha assinado para entrar na Seleção. É só isso, Nina. É só isso, dizia a minha razão.

Mas a esperança que ganhou quando eu o abri e vi que a última coisa escrita ali era o nome de Sebastian.

Eu soltei um meio grito, meio suspiro, me segurando na porta, logo levando minha mão à boca e cambaleando para trás. Era alívio, desespero, medo e euforia, tudo junto. Tudo tentando sair da minha garganta ao mesmo tempo.

Ouvi Gomez me perguntar se eu estava bem, mas não fiz questão de responder. Meus passos incertos me fizeram bater na parede atrás da porta com as costas e eu me deixei deslizar até estar sentada no chão.

Era dele. Era uma carta dele. A esperança estava indo à loucura dentro de mim. Eu mal conseguia ler o que estava escrito através dos meus olhos que lacrimejavam. Meus dedos estavam tão agarrados ao papel que eu podia jurar que em um segundo ele rasgaria. Mas soltei uma mão e a passei nos meus olhos várias vezes, tentando ao máximo me livrar da última coisa que estava entre eu e as palavras dele.

Nina,

Eu sei que não estou na posição de te pedir favor. Sei que não sou a sua pessoa favorita no mundo agora e que o que você mais quer é ficar longe do castelo.

Mas eu te peço, por todo o amor que você fez crescer dentro de mim, por todo o ar que você me roubou e todo o mundo maravilhoso que você me mostrou, me dê cinco minutos.

Só cinco minutos que eu espero que mude a sua vida e a minha uma última vez. Quem sabe, para sempre.

Sebastian.

"Onde ele está?" Eu perguntei, meus olhos ainda mirando o papel fixamente. Cadê ele?"

Gomez não falou nada e isso me deixou em pânico. Eu aceitava, eu dava esses cinco minutos. Eu daria cinco anos, cinco décadas, cinco séculos. Era só me falar onde ele estava, que eu correria até lá. Descalça, se precisasse. De joelhos. Eu só precisava descobrir o que ele tinha para me falar. Eu precisava saber o que ele queria me mostrar nesses cinco minutos. O que tinha mudado, aonde ele estava, para onde eu ia.

Me levantei, me segurando na maçaneta e na parede como dava. "Onde ele está?"

"No castelo," Gomez respondeu depois que eu já estava de pé. "Vamos?"

Eu saí de casa na hora, quase passando por ele que andava muito à minha frente. Até que eu senti a pedra dura dos degraus na frente da minha casa nos meus pés.

"Espera," eu disse, fazendo-o parar de andar. "Eu preciso me trocar."

Ele olhou no relógio. "Rápido," disse. " Nosso helicóptero sai em quinze minutos."

Meu estômago deu mais algumas voltas e eu corri para dentro da minha casa.

Eu estaria pegando um helicóptero. Para voltar para o castelo. Para passar cinco minutos com ele antes do casamento dele. Se é que teria algum casamento. E se ainda fosse ter o casamento? E se ele só quisesse me falar adeus mais uma vez? Eu o mataria. Eu realmente o mataria.

Que roupa eu deveria escolher para ir para o último lugar da terra em que eu queria ir, e o lugar aonde eu mais precisava estar?

Quando a Chuva Encontra o Mar [Completo]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora