Capítulo 37: POV Gabrielle DeChamps

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Eu tinha que admitir, as meninas tinham feito um ótimo trabalho

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Eu tinha que admitir, as meninas tinham feito um ótimo trabalho. Minha cabeça estava estourando de inspirações. Para todos os lugares que eu olhava, eu via alguma coisa estranha, uma pessoa fazendo malabarismo, um outra brincando com um macaco, e todas aquelas coisas estavam me dando ideias que eu não consegui controlar. Pensei em sair correndo para escrever, mas resolvi que as melhores ideias ficariam comigo pelo menos até eu voltar para o meu quarto.

E as meninas estavam se divertindo. Algumas mantinham a pose, sentadas, observando a festa. Mas a maioria estava dançando. Vi Arya pulando nos ombros de Enny e Abigail morrendo de rir de alguma coisa que o rapaz na sua frente tinha lhe falado.

A felicidade delas me alegrava. Era bom vê-las assim, esquecendo um pouco da competição e se concentrando em se divertir. Eu mesma não tinha pensado nenhuma vez em como Charles tinha passado a noite inteira com Beatriz. Nem tinha percebido quando eles dançaram juntos - e juntos demais para o meu gosto. Estava ocupada demais para ver ele rindo com ela, dando um cupcake na sua boca. Nem cheguei a perceber que ele só conseguia olhar para ela. Realmente, eu não estava preocupada.

Mas quando vi os dois saindo da tenda de fininho, não me controlei. Precisei segui-los. Eles estavam FUGINDO! Em minha defesa, eu só estava indo atrás deles para perguntar para Charles se não seria melhor ele voltar para a festa, já que fazia parte da família real.

Vi quando entraram em um cômodo separado e claramente montado no jardim. Era um pouco longe da tenda, não entendia porque estava ali. Achei melhor entrar por uma outra porta que estava a alguns metros daquela pela qual eles entraram. Decidi que iria fingir ter encontrado eles sem querer.

Quando entrei e vi o que era aquilo, esqueci momentaneamente do porquê de estar ali. Era uma sala de espelhos, quase como labirinto mesmo, com luzes pequenas no teto que mal davam para iluminar o lugar. Mas era o suficiente para me deixar um pouco tonta e completamente animada.

Até que ouvi um murmúrio e lembrei que Charles estava ali com Beatriz. Eu não tinha ideia de onde estava, mas vi por um reflexo quando ela ficou na ponta do pé e encostou seus lábios nos dele.

Juro que meu coração parou de bater por um segundo. Minhas pernas enfraqueceram e eu me apoiei na parede que eu achava que estava bem do meu lado. Mas não estava e cambaleei até conseguir me apoiar, chamando a atenção dos dois, que se separaram para me olhar.

Com o olhar surpreso de Charles em mim, eu dei meia volta e senti com as mãos a parede até achar de volta a maçaneta da porta. Quando saí, a bati com força atrás de mim, esperando que desse uma descarregada em minha raiva. Mas não adiantou e ela começou a se transformar em lágrimas nos cantos dos meus olhos.

Ouvi alguém abrindo a porta atrás de mim, mas eu estava focada no castelo e não parei para ver quem era. Os guardas abriram a porta para mim e eu corri para as escadas, sentindo meu pulmão doer quando cheguei no segundo andar. Me apoiei no corrimão para tentar recuperar o fôlego, mas quando ouvi a voz de Charles atrás de mim, resolvi continuar meu caminho.

"Gabrielle, espera," ele falou, mas eu não respondi.

Andava determinada a chegar no meu quarto, que, maldito destino, era o último do corredor.

"Ei, espera, fala comigo," ouvi a voz de Charles falando, o que me deu um nó na garganta.

Eu sabia o que ele ia falar e eu não queria ouvir. Eu queria só me esconder no meu quarto ou quem sabe voltar para quando eu estava tão encantada com o circo. Mas ele me alcançou e se colocou na minha frente, bloqueando meu caminho.

"Ei, calma," falou, me impedindo de passar por ele.

"O que você quer, Charles?" Gritei, sem conseguir encará-lo, e cruzei os braços na minha frente.

"Eu quero te explicar-"

"Explicar o que? Que isso faz parte? Que é assim mesmo, você namorando mil meninas enquanto eu tenho que ficar aqui, com ciúmes delas?" A minha voz era incrivelmente forte para alguém que sentia sua garganta tão fechada.

Eu mirava o chão, rezando para ele não perceber as lágrimas de raiva que molhavam minhas bochechas. Mas ele deve ter percebido quando colocou uma mão no meu queixo e levantou meu rosto para encará-lo. Minha vontade era de empurrá-lo para longe de mim e continuar andando até o meu quarto. Mas foi como se o seu toque relaxasse todos os músculos do meu corpo, me fazendo descruzar os braços e me perder nos olhos dele.

"Mesmo que isso faça parte," ele disse, sua voz baixa contrastando com meus gritos de um segundo atrás, "não significa que eu goste disso."

Quando a Chuva Encontra o Mar [Completo]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora