Capítulo 42: POV Sebastian Regen

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Vi Nina saindo da tenda e a segui sem pensar no que estava fazendo. Ela foi direto para a tenda dos animais, se sentando na frente do elefante, que levantou a tromba para ela. Qualquer outra pessoa teria visto aquilo como um sinal para se afastar, mas ela fez bem o contrário. Levantou a mão, encantada por ele, como se estivessem sendo atraída.

"Tem certeza disso?" Perguntei, assustando-a. Pelo menos não tinha chegado a tocá-lo.

"Qual o problema?" Retrucou, já irritada com a minha presença.

Em algum lugar dentro de mim, tinha alguma coisa que acendia e gritava, 'Briga! Agora era a hora de brigar!'. Mas eu já estava cansado daquilo. Estava cansado dela me odiando. Já não aguentava mais brigar com ela. Não existiam forças dentro de mim para odiá-la mais.

Não respondi, só continuei andando até chegar nela e me sentei do seu lado. Ficamos um tempo em silêncio até ela resolver quebrá-lo.

"Ei, você deveria nos agradecer, tá?" Falou do nada.

"Quê?" Perguntei, me virando para ela.

Eu não tinha ideia do que ela estava falando. Será que não dava para ela parar de ser tão dura comigo?

Acho que ela percebeu que eu não estava no mesmo clima que ela, pois sua expressão foi de frustrada para pena em um segundo. Se fosse qualquer outra pessoa no seu lugar, aquele olhar me faria ficar com raiva dela. Era o último jeito que eu queria que alguém me olhasse.

Mas nela até me dava um pouco de conforto. Era bom vê-la me olhando com alguma coisa que não fosse desprezo.

"Ei, você tá bem?" Perguntou, sua voz doce.

Dei de ombros, pensando em mil coisas que eu nunca diria. "Estou, não se preocupe," falei.

Fiquei esperando ela falar mais alguma coisa.

"Relaxa," disse uma hora, "dezoito nem é tão velho assim."

Não achava que pudesse rir naquele momento, mas não consegui evitar. Gostava do seu esforço para me animar.

Suspirei alto e me apoiei no banco, olhando à nossa volta. Tudo aquilo estava ali por mim. Ela tinha planejado lâmpada por lâmpada por mim. Tinha passado a semana inteira se preocupando com o que eu gostava, o que eu ia pensar. Ela tinha feito tudo que podia para me agradar. Para ME agradar. Tudo que estava ali era para mim, não para o meu irmão.

"Por que você fez tudo isso?" Perguntei, me virando para ela.

"O quê?"

"Isso," abri meus braços para mostrar do que estava falando. "Por que pensou em tudo isso? Por que fez tudo isso por mim?" Ela abriu a boca para falar, mas não parecia saber o que. "Pensei que me odiasse," falei.

Quando a Chuva Encontra o Mar [Completo]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora